Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

sábado, 27 de novembro de 2010

As Crônicas de Elgalor - Capítulo 25: Skarr


Olá amigos! É com grande honra e alegria que vos trago o vigésimo quinto capítulo das Crônicas de Elgalor, e digo-vos que a espera compensou! Sem mais delongas, vamos a leitura!


Que os ventos da boa fortuna sempre vos acompanhem, nobres aventureiros!


As Crônicas de Elgalor - Capítulo 25: Skarr


Por ODIN.


Em meio ao solo cinzento e a escura neblina que envolvia a vastidão conhecida como Terras Sombrias, os heróis de Elgalor lutavam. Contra grandes demônios alados de pele negra e olhos amarelos, esqueletos gigantes cobertos por mantos rasgados, vermes gigantes e outros monstros que nenhum deles jamais havia visto.
- Droga! – exclamou Tallin enquanto cortava a garganta de um demônio com seus dois longos punhais prateados de lâmina curvada – É o que? A quarta vez que somos atacados do nada em menos de duas horas?
- Quinta, eu acho – gritou Oyama esmagando o crânio de outro demônio – nós não conseguimos dar vinte passos sem que apareça alguém voando da neblina ou sem que saia um bicho do chão tentando nos puxar para baixo.
- E daí? – disse Bulma com um sorriso sanguinário no rosto enquanto arrancava as asas de um demônio com as mãos – Eu não agüentava mais ficar parada.
- Neste ritmo – gritou Hargor enquanto batia furiosamente seu martelo sagrado no chão, criando uma onda de luz que transformou em pó todos os esqueletos que os cercavam – não vamos conseguir chegar à Torre do Desespero.
- Se tivéssemos um mago de verdade, ele poderia nos levar até lá – provocou Oyama enquanto derrubava outro demônio.
- Guarde sua idiotice para si mesmo, maldito! Se eu tentar nos teletransportar aqui, podemos aparecer debaixo da terra ou até em outro plano – disse Aramil logo após conjurar um poderoso relâmpago que destruiu três demônios que estavam atordoados pela magia sônica que Astreya havia conjurado.
- Hargor tem razão – disse Astreya se esquivando do ataque de um demônio que foi logo depois decapitado pelo machado de Bulma – precisamos avançar mais rápido.

Alguns minutos depois, o combate se encerrou. Como das outras quatro vezes anteriores, os heróis formaram um círculo onde Tallin, Oyama e Bulma montavam guarda, enquanto Hargor curava os ferimentos de todos e Astreya e Aramil usavam magias de adivinhação para tentar encontrar um rota menos cheia de demônios. Da primeira vez, eles tentaram enviar Tallin e Oyama como batedores, mas os dois foram cercados e quase mortos antes que o restante do grupo pudesse chegar para auxiliá-los. As magias de Aramil e Astreya, apesar de se mostrarem pouco eficientes, ao menos não colocavam ninguém em risco direto.
- O que é isso? – perguntou Aramil levantando a cabeça, como se tentasse enxergar um rastro invisível – Uma magia muito poderosa esta sendo conjurada perto daqui.
- Estou sentindo – respondeu Astreya – o que pode ser?
Antes que Aramil pudesse formular uma teoria, um jato de fogo rompeu do chão a cerca de cem metros deles. O jato parecia se elevar até o céu sombrio daquela região amaldiçoada, e quando ele se apagou, Tallin, que aparentemente tinha a visão mais aguçada entre todos ali gritou.
- Por Corellon... – disse a ladina se esforçando para conter o desespero avassalador que a tomou por um instante – Aramil, nos teletransporte daqui!
- O que você está vendo, mulher? – perguntou Aramil irritado por nem mesmo seus aguçados olhos élficos serem capazes de romper a névoa e enxergar o que havia assustado tanto Tallin.
- Agora! – gritou Tallin.

Após o grito da ladina, todos gradativamente começaram ver o que surgira daquela explosão de fogo. Como se fosse controlada por uma consciência sádica, a névoa lentamente se dissipou, mostrando com clareza uma imagem que gelou por um instante o coração de todos ali. Sem exceção.

No local onde o jato de fogo havia rompido, havia centenas de guerreiros orcs, trajando pesadas camisas de cota de malha enferrujadas e portando grandes machados de lâmina vermelha. À frente deles, estava aquele que claramente era o líder. Um orc de aparentemente mais de dois metros de altura, com a constituição poderosa como a de um anão, que trajava uma camisa de cota de malha negra e carregava com uma só mão um enorme machado cuja lâmina parecia banhada em sangue fresco, que pingava lentamente no chão. Para a surpresa de todos os heróis, este orc cravou seu machado no chão e começou a andar desarmado na direção deles, enquanto seu exército permanecia imóvel.

O orc caminhava de forma lenta e extremamente arrogante, como se pudesse facilmente matar todos ali com as mãos nuas. Conforme ele foi se aproximando, os heróis começaram a reparar alguns detalhes em sua aparência nefasta. Este orc não tinha o olho direito, e seu olho esquerdo era tão vermelho quanto o sangue que cobria seu machado. Sua face era marcada por uma enorme cicatriz que varava todo o lado direito de seu rosto. Seus cabelos eram negros e desgrenhados, sua pele era cinzenta e repleta de cicatrizes e queimaduras. Astreya estacou e empalideceu ao ver o sangue e a cor do único olho da enorme criatura. Ela lembrou-se imediatamente da revelação que lhe havia sido feita pela meio-elfa que havia aparecido para ela quando perdera a consciência na floresta de Elvanna. Vermelho, a cor que lhe traria sofrimento.

- Atacamos? – perguntou Oyama para os demais enquanto o líder orc ainda estava há pouco mais de cinqüenta metros.
- Sim – rosnou Bulma.
- Não! – disse Aramil – se atacarmos ele, seu exército vai avançar sobre nós no mesmo instante. Sinto magia ali. Há conjuradores escondidos em meio aos soldados.
- Então, você também acha que eles não são uma ilusão – disse Hargor.
- Não, não são – respondeu Aramil
- Não sei o que este idiota quer conosco – disse Tallin com as mãos próximas aos cabos de suas armas – mas não estou disposta a esperar para descobrir. Aramil, sei dos riscos do teletransporte, mas não pode ser pior do que enfrentar sozinhos um exército de orcs em um campo aberto.
- Sim, pode, tola – respondeu o mago de forma sombria – acredite.
- Espere... – disse Hargor olhando para seu símbolo sagrado, como se estivesse ouvindo algo – ele nos trás uma mensagem.

Pouco depois que Hargor terminou de falar, o orc chegou, parando há dez metros de distância do grupo.
- Saudações, porcos e gazelas de Elgalor – disse o orc com um sorriso sombrio no rosto – eu sou Skarr, o Escolhido de Gruumsh.
- E o que quer conosco? – perguntou Astreya.
- Que levem uma mensagem aos seus reis covardes – respondeu Skarr em um tom rude a ameaçador – dentro de três dias, Gruumsh, o Senhor dos Orcs propõe um desafio.
- “Desafio” – repetiu Hargor demonstrando claramente o ódio que sentia.
- Sim – continuou Skarr olhando friamente para o anão – Eu duelarei com o rei de cada uma de suas raças imundas. Anões e elfos. Vocês escolhem o local, e nós escolhemos os termos.
- Que seriam... – perguntou Aramil como se não estivesse levando aquilo a sério.
- Combate homem contra homem sem a interferência de nenhuma força externa dentro de uma arena – respondeu Skarr – isso se houver homens entre suas raças medíocres.
- E por que os reis devem aceitar seu desafio, poderoso Skarr? – questionou Tallin com sarcasmo na voz.
- Porque se não o fizerem – respondeu Skarr com um sorriso malicioso – A contagem de corpos do lado de vocês vai aumentar MUITO.
- Explique melhor, Skarr – disse Oyama – até onde eu sei, até um elfo mirrado como Aramil consegue colocar a sua raça suja para correr.
- Cuidado com a boca, verme – ameaço Skarr - ou levo você ainda vivo para Aqueronte comigo. Meu exército e eu não podemos ficar neste plano por muito tempo sem agredir o acordo de “não interferência” que seus deuses patéticos criaram...
- Mas se recusarmos um desafio formal feito por um representante de um deus – completou Hargor a contragosto – isso lhes dá o direito de infligir as regras momentaneamente, o que possibilitaria que você e sua corja possam vagar por este mundo.
- Exato – respondeu Skarr – o desafio é feito para seus Grandes Reis, mas se um deles não tiver coragem o bastante para aceitar, podem mandar um representante no lugar. O resultado será o mesmo.

Skarr estendeu suas duas mãos à frente, e duas grotescas cornetas vermelhas feitas de ossos surgiram.
- Entreguem isto a seus reis – ordenou o orc – quando eles estiverem prontos para morrer nas minhas mãos, basta soprar. Lembrem-se que eles podem escolher qualquer lugar em Elgalor para os combates, mas que nenhuma interferência externa será permitida dentro da arena que meu mestre criará.
Hargor estendeu a mão e pegou uma das cornetas. Aramil fez o mesmo, mas Astreya se adiantou e pegou a corneta restante. O mago elfo olhou para a barda com recriminação, mas Astreya o ignorou e guardou a corneta em sua bolsa arcana.
- Você já disse isso antes, orc estúpido – disse Aramil de forma arrogante agora que compreendera a situação – não há necessidade de repetir.
– Um dia depois da morte de seus reis, - disse Skarr abrindo um sorriso macabro - vocês todos estarão na minha câmara de tortura.
- Isso se eu não matar você primeiro – rosnou Bulma com o machado em mãos.
- Se tentar fazer isso, meus soldados e eu ganharemos mais alguns minutos aqui – disse Skarr – Quer arriscar?
- Já deu seu recado, cão – disse Aramil de forma extremamente arrogante – agora suma, pois temos mais o que fazer.
Skarr olhou furiosamente para o elfo, mas sabia que não poderia sequer encostar em um deles naquele momento sem atrair a ira de Corellon, Moradin e talvez até outros deuses. Irritado, Skarr virou as costas e começou a andar em direção a seus homens.
- Três dias, vermes – disse ele ainda de costas – três dias.
- Como vocês saberão o local do combate? – perguntou Tallin.
- Estaremos observando vocês – respondeu Skarr sem se virar – E Aramil...
- O que foi? – perguntou o Elfo.
- Há sete anos, quando vocês começaram a lutar juntos, você tinha um cavalo – disse Skarr enquanto caminhava.
- Sim – respondeu Aramil com um sorriso – o nome dele era Gruumsh. Um lembrete para que ficasse sempre claro quem monta e quem é montado.
- Você vai pagar por isso! – respondeu Skarr emitindo um rosnado – muito caro.

Neste momento, mais um jato de fogo surgiu do chão, e Skarr e seu exército desapareceram da mesma forma abrupta como surgiram.
- E agora? – perguntou Astreya, visivelmente perturbada – precisamos avisar os reis... Três dias é muito pouco tempo para algo tão grande assim!
- É proposital – disse Hargor – mas não se preocupem, com isso agora. Vamos nos concentrar em chegar vivos à Torre do Desespero. Temos ainda um longo caminho pela frente...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Haja o que houver

Em um pergaminho recente que escrevi sobre o dia comemorativo dedicado à Língua Portuguesa, trouxe uma canção de um instigante grupo de terras lusas, o Madredeus. Hoje, trago mais um trabalho deste grupo de bardos, possuidor de um lirismo tocante -Haja o que houver. Uma canção de amor que poderia muito bem ser tocada em uma taverna por uma barda apaixonada...


Haja o que houver - Madredeus

Haja o que houver
Eu estou aqui
Haja o que houver
espero por ti

Volta no vento ô meu amor
Volta depressa por favor
Há quanto tempo, já esqueci
Porque fiquei, longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor...

Eu sei quem és
pra mim
Haja, o que houver
espero por ti...

Há quanto tempo, já esqueci
Porque fiquei, longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor

Eu sei quem és
pra mim
Haja, o que houver
espero por ti...


E que donzela aventureira não fica longe de seu amado?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Canções Natalinas I


O Natal está chegando, e em homenagem a esta calorosa data, durante estas duas semanas alternarei os pergaminhos que conseguir escrever com canções natalinas!

Não importa a religião que se siga, não importam credos pessoais: sempre enxerguei esta data como um momento de reflexão, de celebração pelas coisas boas, de gratidão pelo que temos e principalmente, pelo que não temos: doenças graves, fome, e outros faltas que assolam tantos em nosso mundo.

Por isso, celebremos com boa música esta data, e que os sentimentos de paz, harmonia e caridade estejam em vossos corações, não apenas no Natal, mas em todo momento de vossas vidas!

E para tanto, também evoco uma das mais belas histórias de Natal que tive o prazer de conhecer: Um Conto de Natal (A Christmas Carol), de Charles Dickens.

Um Conto de Natal narra a história de Ebenezer Scrooge, um velho homem envelhecido em corpo e espírito por seu egoísmo e avareza, implacável com as pessoas em geral e com opiniões duras. Scrooge odeia o Natal e não entende simplesmente porque as pessoas ousam estampar felicidade em seus rostos em meio a pobreza e ao tormento, julgando-as idiotas. Preocupado apenas com o lucro, o velho maltrata seu empregado, Bob Cratchit, cujo filho Tim possue paralisia nas pernas e sofre com as adversidades vindas da pobreza do pai, que mal consegue sustentar a família com o salário pago a ele por Scrooge. Não obstante, Bob e Tim são felizes.

Em uma fatídica noite, Scrooge recebe a visita de seu finado sócio Marley, tão avarento quanto ele em vida, dizendo-lhe que sua realidade pós-túmulo é terrível. Ele revela que Scrooge terá uma chance de se redimir, recebendo a visita de três fantasmas naquela noite: o Fantasma do Natal Passado, o Fantasma do Natal Presente, e o Fantasma do Natal Futuro.

Para conhecer melhor esta singela história de Natal com imagens e canções, sugiro que assistam sua mais recente adaptação para os cinemas: Os Fantasmas de Scrooge, produzido com delicadeza pela Disney em animação. Confesso que o primeiro contato de meu alter-ego com ela foi por meio de um livrinho de histórias do Tio Patinhas, aos 5anos de idade. O nome de Patinhas em inglês, aliás - Uncle Scrooge - foi dado ao personagem em homenagem ao tio sovina de Charles Dickens.

Bem, mas voltando à música, esta noite vos trago a canção que foi especialmente composta para fazer parte da trilha sonora da película cinematográfica que mencionei. E não poderia ser mais apropriada para evocar o espírito natalino no Cancioneiro.


God Bless Us Everyone - Andrea Bocelli

Impossível a esta barda não se sentir feliz quando escuta esta canção!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Apenas uma bela canção...

Por vezes me impressiono em perceber como o mundo está repleto de belas melodias. Desde pequena, eu sempre busquei a música como forma de expressar minhas emoções e senti-las em sua plenitude. E nunca, em nenhum momento, eu parei de me surpreender com a descoberta de mais e mais beleza. Acho que, assim como o universo, a música é uma manifestação infinita!


Adiemus - Karl Jenkins

Esta canção lembrou-me deveras do filme Avatar, apesar de não pertencer a sua trilha sonora. Belíssima, não?

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Apenas para descontrair...

Achei essa imagem deveras divertida e não resisti em trazê-la para vós, nobres visitantes! Espero que riam assim como eu e que isso alegre vossos dias...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Legend of Mana (Seiken Densetsu)

Foi o alter-ego de Odin que me apresentou esta bela história em forma de video game, que se tornou um de meus jogos favoritos. Alguns dos motivos são os cenários desenhados que evocam inteiramente aquilo que me encantava na infância, as possibilidades de fazer várias coisas no jogo, como incrementar armas, construir instrumentos musicais, criar animais de companhia e plantar frutas (!), mas, além de tudo isso e principalmente, as histórias que permeiam o jogo e sua bela trilha sonora.

Como disse o alter-ego de Bulma há alguns dias atrás, o cenário a la "moranguinho" com direito a alfaces andantes fofas e irritantes chamadas sproutlings pode até afastar alguns guerreiros de coração mais duro. Mas é certo que essa pequena pérola para PlayStation 1 é um clássico que possui muitos admiradores, e até um fan site!

Como recomendação, sugiro que façam toda a saga dos Jumis, guerreiros com coração de pedras preciosas que são caçados e mortos para terem as gemas das quais suas vidas dependem vendidas. Confesso que me emocionei ao ver a história de Elazul, Pearl e seu povo se desenrolar!



E agora, sem mais delongas, vamos a belíssima trilha sonora!


A linda e emocionante canção da abertura do jogo...


Nostalgic Song - minha canção favorita de todo o jogo!


A melancólica "City of Flickering destruction", canção-tema da Cidade dos Jumi.


E por fim, a canção de encerramento do jogo.
Que os ventos da boa-aventurança estejam convosco, bravos aventureiros!

sábado, 13 de novembro de 2010

As Crônicas de Elgalor - Capítulo 24: A ladina, o monstro e o guerreiro.


Bons ventos os trazem, caros aventureiros, visitantes e quem mais vier! Com grande honra trago-vos mais um capítulo das saudosas Crônicas de Elgalor!

Boa leitura e que os ventos da bonança estejam sempre convosco!

As Crônicas de Elgalor - Capítulo 24: A ladina, o monstro e o guerreiro.


Por Odin.



Ao serem teletransportados de Sírhion por Aramil, os heróis chegaram a um pequeno vilarejo abandonado, que fazia divisa entre o Reino de Kamaro e a região inóspita conhecida em Elgalor como as Terras Sombrias.

Segundo as lendas, muitas eras atrás duas divindades de imenso poder se digladiaram ali. Além dos próprios deuses, campeões que representavam a epítome do bem e do mal, da luz e das trevas se confrontaram durante sessenta dias e sessenta noites. O avanço das forças das trevas foi barrado ao fim daquela titânica batalha; o mal não chegou a tocar as areias de Kamaro e o restante de Elgalor, mas corrompeu completamente toda a região onde a guerra ocorreu. Alguns bardos afirmam que as divindades que se enfrentaram foram Corellon e Gruumsh; outros cantam histórias sobre o duelo mortal entre Kord e Erythnul ou entre Heironeous e Hextor. Em Kamaro, é dito que aquele foi o último confronto aberto entre Pelor e Nerull. Ninguém sabe o que ocorreu ali de fato, mas é de conhecimento geral que aquela região está irremediavelmente destruída e corrompida pelo mal.

Apesar da proximidade com Kamaro, o vilarejo onde os heróis surgiram era frio, e a noite pesada e sinistra.
- Hã? – disse Oyama olhando para o céu – saímos de Sírhion no meio do dia. Como pode estar escuro aqui?
- Nesta região – disse Astreya se lembrando das histórias contadas por sua mãe – temos de três a quatro horas de sol por dia. Todo resto do tempo, o céu é escuro com se fosse noite.
- Sinto cheiro de carniça por toda parte – disse Bulma empunhando seu machado e observando estranhas pegadas no solo arenoso – este lugar não está tão deserto quanto deveria.
- Monstros e demônios vivem neste lugar – respondeu Hargor - por isso os humanos partiram. Depois de alguns anos, não havia mais como lutar, ou por que ficar aqui.
- É verdade – confirmou Astreya.
- Sem querer atrapalhar o paisagismo ou as lições de história inúteis de vocês – disse Aramil abruptamente – temos uma caminhada de vinte quilômetros pela nossa frente.
- Que jeito interessante de dizer “estou morrendo de medo, por favor vamos sair daqui” você arrumou agora, Aramil – zombou Oyama.

- Por um lado, sou obrigado a concordar com o arrogante lorde Aramil – ecoou uma voz feminina doce, porém atrevida – vocês estão fazendo barulho demais.
Todos olharam ao redor com armas em punho tentando identificar a origem da voz. Sim, eles iriam encontrar a ladina Tallin ali, mas não sobreviveram a anos de aventuras sendo descuidados e confiando no que apenas parecia certo.
- Se for você, Tallin, apareça – disse Aramil.
- Se não for, apareça também – disse Bulma com um sorriso malicioso no rosto.
De repente, um vulto surgiu de trás de uma pequena cabana destruída. Era uma bela elfa, da altura de Astreya, com os longos cabelos castanho claros e olhos bastante aguçados. Vestia uma bem trabalhada e leve armadura de couro repleta de bolsos e compartimentos.
- Prazer – respondeu a elfa com um sorriso fazendo uma mesura – como vocês realmente parecem ser quem eu procuro, aqui estou eu. Tallin de Sírhion, a vosso dispor.
- Nada mal... – disse Oyama observando a elfa enquanto tentava em vão arrumar um pouco seu cabelo desgrenhado – Sou Oyama, o Flagelo das Feras, bela donzela. Estes são Hargor, Astreya e Bulma. O elfo de vestido aqui é Aramil, mas acho que vocês já se conhecem.
- Oyama... – disse Astreya.
- Sei quem vocês todos são – respondeu Tallin se divertindo com a situação, pois ela realmente gostava da maneira direta e tola como apenas os humanos conseguiam se expressar. Capitão Bheleg e o rei Coran me informaram tudo sobre vocês.
- Tudo? – disse Oyama gargalhando – aposto que não!
- Querem calar a boca e começar a andar, tolos? – gritou Aramil – Tallin, você está criando ainda mais barulho e atraso!
- Não ligue para ele – disse Oyama propositalmente colocando a mão sobre o ombro de Aramil para provocar o elfo – no fundo ele é quase suportável.
- Não se preocupe – disse Tallin – Lorde Aramil não tem muita simpatia por mim.
- Talvez porque você é uma ELFA que parece apreciar mais a companhia de humanos do que de seu próprio povo – respondeu Aramil.
- Basta! – gritou Hargor – chega de discussões inúteis. Temos muito trabalho a fazer!
- Realmente – disse Bulma pegando uma pedra no chão e arremessando com toda força sobre uma sombra entre alguns escombros.

A pedra se chocou contra a madeira entulhada e atravessou-a como uma espada atravessa um manto de seda. Um gritou gutural ecoou das sombras e uma criatura de pouco mais de um metro de altura saltou para frente, com as mãos levantadas.
- Não me machuquem! Não vou lhes fazer mal!
A voz da criatura era ríspida e difícil de ser entendida. Seu corpo era retorcido e sujo; ele tinha poucos fios de cabelo, dentes e nariz tortos e olhos esbugalhados. Suas roupas eram rasgadas e imundas, e fediam a fezes.
- Por Corellon, que criatura abissal é esta? – disse Aramil com extrema repúdia.
- Ele é inofensivo – disse Tallin – ficou escondido o tempo todo desde que eu cheguei aqui algumas horas atrás.
- Eu esperando um demônio de seis braços, e aparece isto – disse Bulma frustrada guardando seu machado – não se preocupe. Não vamos machucá-lo.
- Quem é você? – perguntou Astreya com docilidade – precisa de ajuda?
- Ajuda? – disse Aramil – A única coisa que podemos fazer para ajudar esta... criatura, é matá-la e livrá-la do tormento e vergonha da própria existência.
- Aramil! – gritou Astreya.
- Elfo maldito! – gritou a criatura – você me humilha só porque se acha superior!
- “Se acha superior”? – repetiu Aramil com cada vez mais asco da pobre criatura – eu SOU superior. Até os piolhos de Oyama são superiores a você. Na verdade, eu tenho pena de você. Muita pena.
- Aramil, cale a boca! – gritou Astreya furiosa com o comportamento do companheiro.
- Ignore o elfo tolo – disse Hargor para a criatura – qual é seu nome?
- Me chamam de Morkk, o Grotesco – respondeu a criatura.
- Eu não teria um nome melhor – zombou Aramil.
- Cale-se elfo! – disse Hargor secamente – Morkk, nossa amiga encontrou rastros estranhos no solo. Pareciam pegadas de demônios ou algo assim. Sabe de alguma coisa?
- Um dia e meio atrás – disse Morkk – uma caravana de humanos havia se perdido e chegado até aqui – demônios os perseguiam e teriam matado todos certamente, mas de repente surgiu um guerreiro trajando uma armadura de batalha e portando uma lança. Ele vinha montado em um grande lobo branco, e matou todos os demônios. Depois, partiu para o norte, provavelmente para escoltá-los até alguma estrada.
- E por que você não foi junto? – perguntou Astreya.
- Por que alguém levaria isso - disse Aramil apontando para Morkk com desprezo.

Morkk, desta vez, se enfureceu tanto que sua raiva pelo elfo superou o medo que ele sentia. Ele pegou a pedra que Bulma havia atirado e a arremessou com toda força que tinha contra o elfo. A pedra atingiu a testa de Aramil, abrindo um enorme corte pouco acima da sobrancelha direita.
- Seu maldito pedaço de esterco! – gritou Aramil apontando seu cajado para Morkk.
- Nãããoo – gritou Morkk desesperado ao ver o cajado de Aramil brilhando – um dia ainda vou me vingar de você, elfo maldito – disse ele enquanto corria para a escuridão.
- Aramil, você ficou louco? – gritou Astreya baixando rapidamente a mão do mago que segurava o cajado.
- Me solte, meio humana tola! – respondeu Aramil – eu não iria machucá-lo, apenas assustá-lo!
- Mas chega disto – disse Aramil tocando seu ferimento com a mão enquanto olhava para Hargor e Astreya – ao julgar a expressão de seus rostos, suponho que não irão me curar, não é?
- Supôs certo – respondeu Hargor rispidamente – e eu sinceramente espero que isto infeccione.
- Afinal, como você mesmo disse – zombou Astreya – temos mais de vinte quilômetros de caminhada pela frente. É melhor não “perdermos tempo”.
- Humph! – resmungou Aramil retirando de sua bolsa um pequeno pedaço de tecido e uma poção – não preciso de vocês.
- Hahaha, acho que vou gostar muito de andar ao lado de vocês! – disse Tallin.
- Você é muito bem-vinda – respondeu Oyama – Mas estou curioso com uma coisa: Parece impossível, mas aquele guerreiro que o Morkk descreveu não lhes parecia familiar?

- SE for quem pensamos – disse Hargor – ele irá nos encontrar.
- Mas ele foi para o norte, e estamos indo para o sul – respondeu Oyama.
- Se realmente for ELE – disse Bulma – ele VAI nos encontrar.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Tavernas e canções

Encontrei estas belas canções de taverna no oráculo youtube e quis partilhá-la convosco, bravos aventureiros! Descobri que elas fazem parte da trilha sonora de um jogo para PC chamado The Witcher (aos moldes de Neverwinter Nights), baseada em uma série de best-sellers de um autor polonês, Andrzej Sapkowski, cuja obra é desconhecida no Brasil por falta de alguém que a traduza. Aproveitem estas graciosas canções de taverna!





Ah, memórias de Bulma quebrando as cadeiras...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A última flor do Lácio

Língua portuguesa
(Olavo Bilac)

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Hoje descobri que dia 5 de novembro é o Dia Nacional da Língua Portuguesa. Aqui vai minha homenagem atrasada a nossa bela língua, a última flor do Lácio.

E para os curiosos, o Lácio (Lazio, em italiano) é uma região central da Itália, berço do Latim do qual várias línguas, como o francês, o italiano e o espanhol são derivadas. Diz-se que o português foi o último idioma a nascer do Latim - por isso Olavo Bilac o chama de "a última flor do Lácio".

E para comemorar, uma autêntica e interessante canção portuguesa!


O Pastor - Madredeus

Para aqueles que, como esta humilde barda, não conseguem entender a letra por inteiro (da-lhe variação linguística), aqui vai ela (e não é que combina com a fantasia que permeia nossos jogos de RPG?):

Ai que ninguém volta
ao que já deixou
ninguém larga a grande roda
ninguém sabe onde é que andou

Ai que ninguém lembra
nem o que sonhou
(e) aquele menino canta
a cantiga do pastor

Ao largo ainda arde
a barcada fantasia
e o meu sonho acaba tarde
deixa a alma de vigia

Ao largo ainda arde
a barca da fantasia
e o meu sonho acaba tarde
acordar é que eu não queria.

sábado, 6 de novembro de 2010

As Crônicas de Elgalor - Capítulo 23: Reunidos uma vez mais.


Boa-noite, amigos! É com grande honra e alegria que vos trago neste sábado o décimo terceiro capítulo das Crônicas de Elgalor, sob a pena e a benção de Odin.
Boa leitura, e que os ventos da fortuna sempre vos acompanhem!


As Crônicas de Elgalor - Capítulo 23: Reunidos uma vez mais.


Por Odin.

Mais um dia se passou, e agora todos os heróis de Elgalor já estavam plenamente recuperados, ao menos fisicamente. Contudo, ainda havia questões que precisavam ser resolvidas antes que eles pudessem uma vez mais se reunir.

Pela manhã, na grande praça em frente ao belo palácio de Sírhion, Oyama, Hargor e Bulma aguardavam impacientes por Astreya, enquanto conferiam seus equipamentos. Junto deles, estava Thamior, o alto clérigo de Sírhion.
- Eu entendo a preocupação de Coran, Thamior – disse Hargor olhando atentamente para sua armadura que havia sido restaurada pelos hábeis ferreiros de Sírhion – mas ele não pode simplesmente impedir Astreya de sair, muito menos nos manter aqui contra nossa vontade.
- Muito menos nos deixando armados – disse Bulma conferindo o fio de seu machado.
- Eu só peço que esperem um pouco – respondeu Thamior ignorando o comentário de Bulma – esperem para que ele e Astreya resolvam isto.
- Muito bem – disse Oyama colocando suas braçadeiras – mas se ela quiser partir conosco e Coran não permitir...
- Vamos nos preocupar com isso caso aconteça – disse Hargor cortando o assunto – e enquanto estou aqui – continuou o anão em tom mais brando – vou ensinar a seus ferreiros como se junta as placas de uma armadura sem deixar brechas ou pontos frágeis nas articulações...

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Dentro do palácio, na câmara real, Astreya abriu educadamente a porta, fez uma mesura e esperou permissão para entrar. Ela vestia uma nova cota de malha élfica que lhe foi dada por Thamior, e carregava sua espada na cintura e arco nas costas. Coran estava sentado em seu trono de carvalho, lendo atentamente um pergaminho que acabara de receber de um mensageiro de Sindhar.
- Pode entrar, lady Astreya – disse ele de maneira polida, mas olhando com desagrado para as armas que a meio elfa carregava.
- Obrigada – respondeu a barda fazendo outra mesura – o senhor sabe porque vim.
- Sim – respondeu Coran se levantando de seu trono e caminhando em direção à Astreya – e agradeço por não ter simplesmente partido ignorando meu pedido.
- Ordem – disse Astreya com tristeza– o senhor não fez um pedido, me deu uma ordem ontem pela manhã.

Por um instante, Coran não soube o que dizer. Quando abriu a boca para falar, Astreya o interrompeu:
- Eu entendo sua posição, Coran. Mas preciso que entenda a minha também.
- Eu compreendo – disse Coran ficando a menos de dois metros de Astreya – e é por isso que com grande pesar não vou obrigá-la a partir daqui fugida, como se estivesse fazendo algo errado.
Desta vez, Astreya ficou sem saber o que dizer. Coran colocou a mão dentro de um bolso em seu cinto e tirou algo pequeno.
- Por favor, estenda sua mão – disse o rei à barda com a voz bastante calma.
Astreya estendeu sua mão direita, mesmo não entendendo o que aquilo significava. Coran colocou gentilmente na mão da meio elfa um pequeno e bem adornado anel dourado, com inscrições feitas em prata e ouro branco. Ao olhar para o anel, Astreya sentiu seu coração parar por um instante, e seus olhos começaram a lacrimejar.
- Coran... – disse a barda tentando organizar seus pensamentos – eu não posso...
- Você não precisa me responder agora – respondeu o rei colocando os dedos suavemente nos lábios da barda – guarde isso com você, de forma que possa sempre se lembrar de mim e de que tem um lugar para onde voltar. Quando tudo isso acabar, você me responde se aceita ou não meu pedido.
Astreya deu um forte abraço em Coran e começou a chorar. Pela primeira vez em muitos meses, de alegria, e não de preocupação ou medo. Ele ergueu delicadamente a cabeça da barda e ela naturalmente o beijou, selando um momento desejado por ambos há tempos.
- Apenas prometa, querida Astreya – disse Coran acariciando os belos cabelos ondulados da meio elfa – que você vai voltar para me dar sua resposta.
- Eu prometo – respondeu a barda recostando sua cabeça no peito de Coran – eu prometo...

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Ao final daquele dia, todos os preparativos finais haviam sido arranjados. Aramil foi para Sírhion encontrar seus “companheiros”, trazendo preciosas informações dadas pelo Alto Rei Thingol sobre a Torre do Desespero e o demônio que a guardava. Segundo o mago, o capitão Bheleg de Sindhar, com o consentimento do rei Coran, havia convocado o auxílio de uma experiente ladina élfica que trabalhava junto da tropa de elite mista formada por soldados de Sindhar e Sírhion. Ela encontraria os aventureiros em uma pequena vila outrora ocupada por humanos que fazia fronteira entre o reino de Kamaro e as Terras Sombrias.

Nos portões de Sírhion, os cinco heróis se reuniram e começaram a organizar seus planos.

- Irei nos teletransportar para um vilarejo humano abandonado à cerca de vinte quilômetros da região onde achamos que fica a Torre do Desespero – disse Aramil aos demais – é o mais próximo das Terras Sombrias que podemos chegar sem um grave risco da magia falhar. Lá vamos encontrar a ladina Tallin.
- A caminhada vai nos fazer bem, e espero que ela seja bonita e bastante “sociável” – respondeu Oyama – na verdade, achei que você não voltaria, Aramil.
- Para a sorte de todos vocês, eu decidi vir – respondeu o mago.
- Vou agradecer Moradin por nossa boa fortuna – disse Hargor em um tom ranzinza.
- Vamos logo! – exclamou Bulma – quero encontrar aquele maldito meio dragão e fazer um tapete com o couro dele!
- Não sabemos se ele estará na Torre ou não, Bulma – disse Hargor – mas se estiver...
- Vamos dar cabo da raça dele! – gritou Oyama levantando os punhos e gargalhando.
- Idiotas... – murmurou Aramil – novamente cercado por idiotas.

Astreya gargalhou. Eles estavam indo rumo às Terras Sombrias, um lugar amaldiçoado repleto de mortos vivos e demônios. Na Torre do Desespero, encontrariam um terrível arqui-demônio, e talvez até mesmo Thurxanthraxinzethos. Ainda assim, ela não conseguia parar de gargalhar.

Pois, apesar da triste morte de Erol, tudo estava voltando ao normal, e quando todo aquele pesadelo tivesse um fim, ela teria muitos motivos para querer voltar para casa.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

The Wolf's head - David Arkenstone

Quem lê o ótimo blog do clérigo já deve ter conferido esta linda canção, mas pedi a ele que me deixasse posta-lá em meu humilde cancioneiro:



The Wolf's Head - David Arkenstone

Como o próprio clérigo definiu, o bardo David Arkenstone (o senhorzinho que está representado na imagem deste pergaminho) produz canções que poderiam muito bem ser utilizadas como som ambiente em vossas aventuras. Quer conhecer outras canções deste artista? Clique aqui e visite o post do clérigo para saber mais! E eu vou ouvir mais canções deste bardo no oráculo youtube!