Bem-vindos!
Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)
Astreya Anathar Bhael
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)
Astreya Anathar Bhael
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
As Crônicas de Elgalor Capítulo VIII: A Guerra dos Reis (Parte 13)
Saudações nobres viajantes. Nesta noite trago mais um capítulo das Crônicas de Elgalor. Sem mais delongas, boa leitura e que os ventos da boa fortuna vos acompanhem!
As Crônicas de Elgalor Capítulo VIII: A Guerra dos Reis (Parte 13)
Por ODIN.
Meliann se sentou ao lado de Astreya e pela primeira vez realmente se deu conta de que o rei Coran Bhael, o mas poderoso guerreiro élfico de Elgalor, jazia inconsciente em sua cama, coberto por um lençol branco e com uma terrível cicatriz vermelha que lhe cortava o lado direito do rosto e provavelmente privara o rei de um de seus olhos. Meliann sentiu um imenso desconforto, e um grande ímpeto de perguntar o que havia acontecido com ele. Mas a princesa sabia que quando fosse a hora, Astreya contaria tudo.
- Por favor – disse Meliann respirando fundo – comece a história. Prometo que não a interromperei até que termine.
Astreya olhou uma última vez para Coran e começou a história mais triste que já teve que registrar em toda sua vida:
“Pouco depois que Skarr... matou seu valoroso pai, o machado sangrento voltou para sua mão e começou a regenerar um pouco de seus ferimentos, como se o sangue derramado do nobre rei Thingol estivesse curando o monstro. Quando se sentiu em condições de andar, praguejou algo em seu idioma, algo que não pude ouvir, e se aproximou do corpo já inerte de seu pai, para castigá-lo ainda mais. Foi neste momento que você desmaiou.
Neste instante, uma luz dourada rompeu do céu e envolveu o corpo de Thingol. Skarr tentou se aproximar, mas a luz parecia queimá-lo ao menor toque, o que o fez recuar. A luz brilhou mais forte, e quando desapareceu, o corpo de seu pai também havia desaparecido junto. Apenas neste momento, a barreira que isolava a “arena” onde Skarr e os reis lutaram se desfez.
Orcs, elfos e anões gritaram ferozmente, e um combate como eu nunca havia antes presenciado teve início. Posso estar enganada, mas a fúria de todos ali era tão grande, que após os primeiros segundos de confronto já se podia contar dezenas de corpos queimados, decapitados e desmembrados no chão. Os orcs lutavam como bestas selvagens e sanguinárias, mas elfos e anões também não demonstraram nenhuma misericórdia. Bheleg entregou você com cuidado a um de seus magos reais, Alenonn, eu creio, e pediu que Alenonn a tirasse dali enquanto ele ordenou a seus arqueiros que abatessem Skarr naquele exato instante, antes que o monstro pudesse ser restaurado. Contudo, o caos já havia tomado conta do campo de batalha, e não foi possível encontrar Skarr no meio da multidão, até que vimos um imenso pulso de energia avermelhada rompendo do chão enquanto diversos orcs morriam queimados em agonia. Como Hargor posteriormente me explicou, aquilo era um ritual de sacrifício empreendido por algum clérigo orc, onde diversos orcs tiveram suas energias vitais consumidas de forma macabra para que Skarr fosse plenamente curado.
Ao final do rápido ritual Skarr gargalhou e se lançou no coração da batalha como uma besta do inferno, matando inclusive os homens de seu exército que estavam no caminho. Havia literalmente centenas, talvez milhares de orcs que inconscientemente formavam uma barreira entre nossos guerreiros mais poderosos - Balderk, Durin, Coran e Bheleg - e o maldito Skarr. Ainda assim, os quatro imaginaram que se Skarr não fosse abatido logo, muitos elfos e anões valorosos teriam suas vidas ceifadas. Naquele momento, cada um tentou abrir caminho e encurtar a distância entre si e o monstro.
Na ocasião eu estava perto de Coran e Bheleg, e Coran ordenou a Evan que liderasse a vanguarda das forças de Sírhion em outro fronte enquanto ele avançava para interceptar Skarr. Eu implorei para que ele me deixasse ir junto, mas ele insistiu que eu voltasse junto com Alennon e você para Sindhar. Recusei e quando tentei segui-lo, senti o braço de Evan me puxando, dizendo que eu seria mais útil curando nossos soldados feridos, e que eu não teria condições de atravessar aquele corredor de orcs sem atrasar muito Coran. Frustrada, me juntei à Tallin e fiquei próxima a Evan enquanto ele conjurava seu lobo celestial e conduzia as forças de Sírhion a um ataque ao flanco leste dos orcs. Compreendendo que apenas ele poderia liderar as forças de Sindhar, Bheleg praguejou, desistiu de tentar alcançar Skarr, e conduziu seus homens ao flanco sul dos orcs. Considerando que os exércitos de Darakar já haviam tomado o flanco norte e oeste com a ajuda de Bulma, Oyama e Hargor, os orcs seriam sumariamente esmagados assim que o cerco se completasse, mesmo estando em um número quase duas vezes maior do que o nosso. Seria uma batalha ainda mais dura e impiedosa, perderíamos muitos de nossos bravos soldados e não saberíamos quem chegaria à Skarr, mas nossa “vitória”, apesar de cara, parecia uma mera questão de tempo.
Até que o céu escureceu por completo e um anel de fogo se formou atrás do destacamento principal dos anões. Naquele momento, o vento começou a soprar mais forte e trouxe consigo gritos de desesperos, choros e palavras nefastas carregadas do mais puro ódio. Do anel de fogo surgiu uma legião com quase três mil guerreiros enormes e fortemente armadurados. Eram meio dragões, que usavam armaduras negras e vermelhas, e carregavam lanças, machados e espadas; seus rostos eram cobertos por elmos em forma de crânio desfigurados por cicatrizes macabras, À frente das tropas, não havia ninguém menos do que o maldito Thurxanthraxinzethos. Mas não foi ele, ou aquele enorme exército que realmente nos assustou.
O chão se abriu poucos metros à frente de Thurxanthraxinzethos e de seu terrível exército, criando uma nuvem fétida de fogo e fumaça. Quando a fumaça se dissipou, pudermos ver um ser enorme, com mais de três metros de altura, trajando uma armadura negra repleta de farpas metálicas e crânios cravados como se formassem grotescas ombreiras. Seu elmo fechado tinha a forma do rosto de um demônio, com longos chifres verticais. Os olhos da criatura eram vermelhos e incandescentes, e ele possuía imensas asas negras, idênticas às de um morcego, mas muito maiores. Em sua mão esquerda ele carregava um escudo de corpo negro que exibia dezenas de rostos desfigurados em um constante movimento de pura agonia. Em sua mão direita, uma gigantesca lança machado coberta de runas mágicas e encantamentos profanos. Mesmo estando há mais de um quilômetro de distância dele, pude ver sua imagem com uma exatidão terrível e perturbadora. Pior, tive a impressão que todos naquele campo de batalha haviam visto o mesmo que eu, pois depois percebi que a criatura estava fisicamente ali, mas, além disso, havia de alguma forma projetado sua imagem macabra dentro de nossas almas e corações.
Aquele era o Rei Dragão, o mestre de Thurxanthraxinzethos e aquele que, de acordo com as profecias do Senhor dos Ventos, cobriria nosso mundo com uma mortalha de escuridão. Ele apontou sua lança na direção de Balderk, e o bravo rei dos anões, já curado por seus clérigos olhou em desafio a ele como poucos ali seriam capazes e aceitou o desafio, enquanto o recém chegado exército da escuridão se juntava aos orcs contra elfos e anões. No meio do caos e da morte, Durin se lançou em combate singular contra Thurxanthraxinzethos, pouco antes do machado de Balderk encontrar a lança do Rei Dragão. Skarr gargalhou e começou a ir em direção a Coran.
Depois disso, o inferno caiu sobre nós..”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Muito bom! Odin continua a se superar a cada conto!
ResponderExcluirObrigada pelo comentário Leonardo, realmente está muito bom, continue lendo pois não irá se arrepender!
ResponderExcluir