
Boa tarde, caros visitantes! Com grande honra, trago-vos neste dia a sexta parte do capítulo VII das Crônicas de Elgalor. Boa leitura e que os ventos da boa sorte estejam convosco!
As Crônicas de Elgalor Capítulo VII: A Torre do Desespero (parte 6)Por
ODIN.
- É o melhor que você pode fazer? – gritou Oyama em meio a mais absoluta escuridão – Eu já vi meretrizes que batem mais forte do que isso!
Oyama estava cercado por dúzias de corpos de criaturas humanóides disformes, repletas de tentáculos, garras e dentes afiados. O monge guerreiro estava meramente escoriado, e sua voz ecoava desafiadora por todo o salão escuro.
- É SÓ ISSO? - gritava Oyama.
- Está orgulhoso de si mesmo, “monge”? – ecoou uma voz sinistra vinda das paredes laterais do salão - Estes são os mais fracos de meus servos. Se quer mais desafio...
Neste momento, um portal avermelhado surgiu na frente de Oyama, a cerca de meio metro do monge.
- ... entre no portal e me enfrente – continuou o demônio.
Oyama deu um passo à frente. E em seguida, cuspiu dentro do portal.
- Ao contrário do que aquele mago maricas diz, eu não sou idiota – respondeu Oyama dando mais um cuspe - Não vou passar por este portal.
- Então você é um covarde? - provocou o demônio.
- Por que você não vem para cá então, todo poderoso arquilorde das trevas? -riu Oyama – Ah, me esqueci... Você só pode ficar tagarelando como uma lavadeira, não é?
- Eu poderia esmagá-lo como uma de suas pulgas, humano patético – respondeu o demônio - mas já que você não é homem o bastante para vir até mim, vou lhe dar um desafio mais adequado.
- Ande logo então – disse Oyama – não tenho o dia todo.
- Mas para o seu azar, capacho dos anões – respondeu o demônio ironicamente – eu tenho. Eu poderia mandar milhares de meus servos mais fracos até que eventualmente você caia de exaustão e seja devorado, mas isso dificilmente seria divertido de se ver.
- No seu lugar, eu me preocuparia mais em matar a gente do que me divertir – respondeu Oyama ficando impaciente – É por isso que sempre lavamos o chão com a sua corja. Vocês são tão arrogantes que ficam estúpidos. Mais estúpidos.
- Fala o “monge” que mal sabe recitar um mantra, e que passa mais tempo em brigas de taverna do que em reflexão sobre a própria existência ridícula – provocou o demônio.
- Normalmente deixo estas coisas frescas para o Aramil – disse Oyama – Se quiser conversar, sugiro que vá até ele, porque eu não tenho mais paciência nenhuma para agüentar suas baboseiras.
- Eu faria isto, mas Aramil está... indisponível no momento – gargalhou o demônio – de qualquer forma, vocês estão sendo muito egocêntricos. Acham mesmo que a razão de ser de todos os “maus” é matar vocês?
- Então o que você quer? – perguntou Oyama ainda mais impaciente.
- Saborear um pouco de caos e dor alheia – respondeu o demônio enquanto um portal púrpura se abria poucos metros à frente de Oyama.
- Você vai enfrentar agora a criatura que matou Bulma – continuou o demônio – e por favor, esforce-se para durar alguns segundos. A bárbara me propiciou uma diversão maravilhosa, e espero que você faça isso ao menos em parte.
- Não acredito que Bulma ou Aramil estejam mortos – disse Oyama enquanto observava atentamente o portal por onde ele agora via a sombra de um grande vulto.
- Isso não faz a menor diferença, “monge” – respondeu o demônio em um tom suave e irreverente – porque muito em breve, você também estará morto.
Oyama saiu do meio dos corpos das criaturas que ele havia derrubado e entrou em posição de combate. Ele lutaria a sério agora para acabar logo com aquilo e depois ridicularizar o maldito demônio. “Se eu derrotar logo esta criatura, é sinal que Bulma também o fez” pensou Oyama.
Um pequeno clarão rompeu no salão, que agora estava levemente iluminado por uma pálida e atordoante luz púrpura. Oyama percebeu que a luz perturbava um pouco seus sentidos e noção de espaço, mas não se importou. Ele destruiria o que quer que o demônio jogasse contra ele.
Nisso, um gigante do fogo negro e de barbas e cabelos incandescentes saiu do portal. Ele era extremamente musculoso e carregava um enorme martelo de ferro frio, adornado com dezenas de mechas de barbas de anões. O gigante cambaleou por causa do efeito da luz púrpura, mas logo se recobrou e rosnou de forma bestial.
- Tente agüentar vivo ao menos dois minutos, Oyama... – gargalhou o demônio enquanto o monge e o gigante gritavam e corriam um na direção do outro...