Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

sábado, 9 de julho de 2011

As Crônicas de Elgalor Capítulo VIII: A Guerra dos Reis (Parte 6)


Saudações, nobres companheiros! Odin voltou a seus salões já nos presenteando com um novo capítulo das Crônicas de Elgalor. Sem mais delongas, vamos ao que interessa!

As Crônicas de Elgalor Capítulo VIII: A Guerra dos Reis (Parte 6)

Por ODIN.

Os dias restantes para o duelo contra Skarr passaram rapidamente, tanto para elfos quanto para anões. Por opção do Alto Rei Élfico Thingol Shaeruil, o rei de Eredhon, Thérion I não foi informado sobre o confronto, pois Thingol não desejava a interferência dos humanos, devido a uma experiência terrível que teve com eles séculos atrás. Em Sírhion, Coran e Astreya se falaram muito pouco, pois o rei esteve ocupado o tempo todo organizando seus Cavaleiros da Lua para um combate em larga escala que provavelmente ocorreria após os duelos, independente do resultado.

Logo pela manhã do dia do confronto dos reis contra Skarr, Astreya acordou cedo, e ainda em seus aposentos, fez uma longa oração a seus deuses, pedindo que tudo corresse bem e para que seu amado Coran não fosse ferido. Mesmo sabendo que Coran não lutaria, uma forte dor tomava conta do coração da barda, que por bem mais de uma vez tivera que conter suas lágrimas nos salões de Sírhion cada vez que via Coran ou quando ouvia sua voz.

- Há quanto tempo, lady Astreya - soou uma voz suave, porém firme pouco depois que Astreya terminara sua oração – Espero não estar interrompendo.

Astreya virou-se rapidamente, instintivamente levando a mão onde estaria o punho de sua espada. Ela quase gritou, quando viu a figura de um homem velho e imponente, trajado em um manto dourado e um turbante cor de areia.

- Senhor dos Ventos! – exclamou Astreya.

- Sim, Astreya, sou eu – respondeu o velho fazendo uma mesura – mil perdões por adentrar seus aposentos dessa maneira, mas preciso muito falar com você a sós.

- É claro, mas.... – hesitou Astreya por um instante – onde o senhor esteve todo esse tempo? Passamos por imensas dificuldades, e nosso amigo Erol...

- Está morto... – completou o Senhor dos Ventos com pesar em sua voz – Eu lamento muito por isso, mas como sabe, meu tempo entre vocês é extremamente limitado.

O Senhor dos ventos colocou a mão esquerda dentro de seu manto e tirou de lá uma pequena jóia branca como a neve.

- Vim lhe trazer isto – disse ele estendendo sua mão para que Astreya pegasse a jóia.

- O que é? – perguntou Astreya sentindo um grande poder mágico contido naquela pequena jóia.

- Aquilo que você precisar – respondeu o Senhor dos Ventos de forma séria e enigmática – Aquilo que você precisar, no momento em que você precisar.

- Se isto é tão poderoso – disse Astreya pegando a jóia enquanto tentava se manter calma – por que não nos deu isto antes?

- Porque se eu tivesse lhe dado a jóia quando vocês enfrentaram Thurxanthraxinzethos você a teria usado para salvar seu amigo, não é? – perguntou o Senhor dos Ventos com gentileza.

- Sim – respondeu Astreya com sinceridade.

- E neste caso – disse o Senhor dos Ventos baixando sua cabeça – estaríamos condenados ao final deste dia.

- Como assim?! – explodiu Astreya enquanto sentia um terrível calafrio percorrendo sua espinha – Vai acontecer algo terrível, não é? Skarr vai matar Thingol e Balderk?

- Talvez – respondeu o Senhor dos Ventos – mas isso não é o pior.

Astreya sentiu que suas pernas começaram a tremer, mas forçou-se a permanecer firme.

- É muita responsabilidade – disse ela olhando para a jóia – entregue-a a Aramil ou a Hargor...

- Apesar de Aramil e Hargor serem mais experientes e mais velhos do que você – disse o Senhor dos Ventos gentilmente colocando a mão no ombro de Astreya – apenas você possui a energia certa e na intensidade capaz de ativar o poder da jóia.

- Que energia é esta? – perguntou Astreya.

- Amor – respondeu o Senhor dos Ventos.

- Mas devo avisá-la... – continuou o senhor dos Ventos – que você não deve usar a jóia de forma egoísta.

- Eu jamais usaria ela para proteger apenas minha própria vida – retrucou a barda com convicção, mas internamente temendo muito o sentido oculto nas palavras do senhor dos Ventos.

- Há outros tipos de egoísmo, criança – respondeu ele – e creio que sabe disso.

Após proferir estas palavras, o Senhor dos Ventos desapareceu do quarto de Astreya. A barda ficou alguns momentos olhando inerte para a pequena jóia, até que ouviu alguém bater à sua porta.

- Quem é? – perguntou a barda educadamente enquanto guardava a jóia.

- Coran – respondeu a voz do outro lado.

Astreya correu e abriu a porta, fazendo uma mesura delicada.

- Em que posso ajudá-lo, Coran? – perguntou a barda.

- Logo partirmos, Astreya – respondeu o rei, que já estava trajando sua bela armadura de combate azul e prateada – você parece preocupada. Mais do que eu esperaria.

Astreya baixou a cabeça e seus olhos começaram a verter pequenas lágrimas enquanto a barda tentava decidir se contava algo a Coran.

- Tudo ficará bem – disse ele gentilmente limpando as lágrimas da barda com seu dedo enluvado e beijando suavemente seus lábios - Tudo ficará bem.

Astreya o abraçou com toda a força de seus braços e ambos permaneceram daquela forma por alguns instantes, até que Coran beijou sua testa e deixou-a sozinha no quarto para que ela vestisse sua armadura, e foi exatamente isso que Astreya fez; vestiu sua armadura, pegou seus itens e armas e repetiu dúzias de vezes as palavras de Coran: “Tudo ficará bem”.

As horas passaram rapidamente. Em pouco tempo, Astreya, Evan e Coran estavam no Vale do Escudo Partido, um vale gigantesco cercado por dezenas de montanhas. Aquele local já fora palco de uma batalha que envolveu mais de dois mil elfos e anões lutando contra cerca de seis mil orcs e seu último rei demônio, derrotado por Balderk I em combate singular. A batalha de hoje teria uma escala infinitamente menor, mas seria de igual importância para o destino dos povos livres de Elgalor. No flanco leste da região, estavam alojadas as tropas de Sírhion, local onde Coran, Evan e Astreya estavam. Ao lado deste flanco, mais ao norte, estavam as forças de Sindhar, lideradas por Bheleg Aldalen. Astreya notou com preocupação e surpresa que a princesa Meliann também estava lá, ao lado de Aramil, Tallin e de sua melhor amiga, a sobrinha de Bheleg, Elenna Aldalen. Ao sul das forças de Sírhion, estava a guarda de elite de Darakar, a temida Guarda do Trovão. Com eles estavam Hargor, Oyama, Bulma e Dúrin, o filho mais velho de Balderk, também conhecido como o Leão de Darakar. Conforme combinado, a maior parte das forças de Darakar e todos os elementais que serviriam Thingol estavam completamente ocultos. As forças dos três exércitos somados formavam um contingente de cerca de mil e quinhentos homens, mas não ocupavam nem um terço da planície.

No centro do vale estavam apenas Balderk I e Thingol Shaeruil, cada um com uma das cornetas negras dadas por Skarr aos heróis de Elgalor. Balderk trajava sua bela e poderosa armadura completa de batalha, um escudo grande habilmente ornado com o símbolo de um martelo e um trovão e seu machado, o Arauto das Tempestades. Thingol vestia um belo manto élfico verde claro com diversas runas douradas que lhe conferiam enorme proteção mágica. Em sua mão direita, o Alto Rei dos elfos carregava o Cajado do Sol e das Estrelas, o mais poderoso artefato de Sindhar, criado por ele próprio.

Apesar do enorme contingente de guerreiros ali presente, era possível ouvir o som do vento frio que soprava naquela região. O silêncio era quase absoluto. Balderk olhou para Thingol, deu um passo à frente e disse:

- Vamos acabar logo com isto! – Nisso, o Grande Rei dos anões soprou a corneta negra com toda a força de seus poderosos pulmões.

Neste momento, parecia que até o vento havia parado de soprar, mas nada aconteceu. De repente, rápido como um piscar de olhos, um gigantesco portal cor de sangue e fogo se abriu no chão na porção norte do vale, e dele surgiram milhares de guerreiros orcs, todos fortes, usando elmos fechados e armaduras negras, carregando enormes machados de lâmina dupla e lanças serrilhadas. Eles berravam e rosnavam, e alguns inclusive tocavam tambores de guerra. Aramil teve a impressão de contar cerca de quatro mil orcs, que preencheram completamente o flanco norte do vale.

A frente deles, surgiu um orc gigantesco e extremamente forte, de pele cinzenta coberta por dezenas, talvez centenas de cicatrizes. Seus olhos eram vermelhos como sangue fresco, e suas presas, afiadas como as de um lobo. Ele carregava consigo um enorme machado de lâmina negra que continuamente respingava um sangue fétido e viscoso, e trajava um grande cinturão e uma manopla repleta de espinhos, ambos feitos de uma espécie de ferro negro como a noite. Ele avançou até chegar a cerca de dez metros de Balderk. E com uma gargalhada sádica, cuspiu na direção do rei anão.

2 comentários:

  1. Simplesmente fantástico! Só peço desculpas por não ter conseguido comentar antes!

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  2. Não se preocupe com isso, nobre clérigo! Muito obrigada pelo comentário!

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