Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

As Crônicas de Elgalor Capítulo VIII: A Guerra dos Reis (Parte 12)


Depois de um longo e sofrido hiato, com pesar em meu coração pelos trágicos acontecimentos narrados abaixo, trago-vos nesta noite mais um capítulo das Crônicas de Elgalor. Boa leitura, e que os ventos do sucesso vos acompanhem, amigos...

As Crônicas de Elgalor Capítulo VIII: A Guerra dos Reis (Parte 12)

Por ODIN.

- NÃÃÃÃOOO! - gritou Meliann com toda sua força ao ver o machado de Skarr partindo ao meio o corpo de seu pai. A jovem princesa começou a chorar e soluçar compulsivamente, e tudo começou a girar ao redor dela.

Uma profunda escuridão tomou conta de Meliann, de forma que a última coisa que a bela barda viu foi o enorme machado sangrento retornar magicamente às mãos desfiguradas de Skarr, que apesar de toda a dor e de mal conseguir permanecer de pé, exibia um largo e sádico sorriso em seu rosto completamente destroçado pelas lâminas de gelo da magia final de Thingol Shaeruil. Quando a escuridão finalmente tomou conta de Meliann, ela apenas ouviu gritos, tambores e cornetas de guerra. Os sons ensurdecedores logo cessaram, e ela pôde apenas sentir os braços de Bheleg a segurando enquanto suas pernas subitamente perderam toda a força.

Após isto, o inferno literalmente tomou conta do Vale do Escudo Partido, e a bela princesa de Sindhar não via, ouvia ou sentia mais absolutamente nada.

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- O... o que aconteceu – disse Meliann abrindo os olhos e sentindo uma leve brisa e um fino raio de sol tocando a pele de seu rosto. Ela olhou ao redor e viu que estava deitada em sua cama, nos seus aposentos reais de Sindhar.

- Sente-se melhor? – ecoou uma suave voz vinda da porta. Meliann não teve dificuldades para saber quem era.
- Elenna – disse a princesa se levantando, ainda sentindo as pernas tremerem – por todos os deuses, me diga que eu apenas tive um pesadelo e que nada aconteceu!
- Sinto muito – disse a jovem elfa baixando cabeça.
- Meu pai... – disse Meliann levando as mãos ao rosto enquanto lágrimas vertiam intensamente de seus belos olhos verdes – meu pai está morto...
Elenna se aproximou para confortar Meliann, quando a princesa saltou desesperada da cama e agarrou os braços da amiga.
- Onde está Bheleg?! – perguntou Meliann desesperada, como se pressentisse algo terrível – Onde está ele?!
- Meu tio está bem, Meliann – respondeu Elenna calmamente, vendo que parecia que a amiga entraria em colapso a qualquer momento – ele está bem. Só não está aqui porque está em uma reunião com o Conselho de Magos.

Ao ver que Meliann parecia um pouco mais calma, Elenna continuou:
- Lorde Aramil possui uma espécie de testamento que seu pai deixou, e nele havia instruções caso... o pior ocorresse, que ajudariam você a governar Sindhar até que...
- Eu não quero saber de nada disso agora – interrompeu Meliann de maneira violenta – eu quero ver o corpo de meu pai e saber TUDO o que aconteceu quando eu desmaiei como se fosse uma criança idiota...
Elenna observou a reação de Meliann e notou que agora uma grande raiva e sentimento de culpa cresciam no coração da amiga.
- Eu sei como se sente – disse Elenna – quando os orcs começaram a avançar e os demônios e dragões surgiram do nada...
- Demônios e dragões? – interrompeu Meliann novamente.
- Sim – continuou Elenna – quando tudo começou, Cardhan, um de nossos magos reais, me teletransportou de volta para cá com mais alguns jovens guerreiros que ainda não haviam participado de uma batalha real. Eu também não fiz absolutamente nada.
- E quanto a meu pai? – perguntou Meliann sentindo-se um pouco mais calma ao ver a expressão de decepção estampada no rosto de Elenna.
- Um feixe de luz dourada surgiu do céu – disse Elenna - e levou o corpo dele antes que Skarr pudesse... desrespeitá-lo.
- Eu quero este desgraçado morto! – disse Meliann novamente enxugando os olhos enquanto outro surto de raiva incendiava seu coração – mas agora quero apenas saber o que houve. Há alguém aqui além dos altos magos ou seu tio que possa me explicar?
- Não... – respondeu Elenna – mas eu conheço alguém que pode.
- Quem? – questionou Meliann enquanto tirava sua camisola e vestia um de seus belos vestidos reais.
- Astreya Annathar. A trovadora real de Sírhion.
- Por favor, chame um mago e peça para que ele me leve até lá em alguns minutos – disse Meliann enquanto terminava de se aprontar e pentear seus cabelos.
- Pode deixar – disse Elenna virando-se e saindo do quarto. Ela estava realmente incomodada por causa da maneira fria e egoísta como a amiga havia se comportado, mas sabia que a dor que Meliann sentia naquele momento era imensa, e que com o tempo a princesa voltaria a seu estado normal.

Assim, pelo menos, Elenna esperava.


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- Vá descansar, Astreya – disse o clérigo Thamior – eu cuidarei do rei, e você pode terminar isto amanhã.
- Obrigada, mas não – disse Astreya sentada em uma bela escrivaninha com uma pena prateada na mão, e vários potes de tinta ao lado, enquanto escrevia quase que compulsivamente um enorme pergaminho – Não sairei de perto de Coran até que ele abra os olhos, e só vou parar de escrever quando não houver mais tinta ou quando meus dedos caírem.

Astreya e Thamior estavam no quarto do rei Coran. O rei jazia deitado inconsciente em sua cama, com uma terrível cicatriz vermelha que cortava o lado direito de seu rosto, e que aparentemente havia tirado a visão do olho direito de Coran.
- Já fizemos tudo o que podíamos, Astreya – disse Thamior gentilmente colocando a mão sobre o ombro da barda – se houver alguma melhora eu lhe aviso. Agora, por favor, volte para seus aposentos e durma um pouco.
- Você conseguiria dormir se estivesse no meu lugar, Thamior? – perguntou Astreya tentando não descontar no amigo o peso que a tristeza e o cansaço estavam lhe impondo.
- Muito bem – disse o clérigo por fim – irei me retirar e deixá-la sozinha com o rei. Se precisar de algo, basta chamar.
- Obrigada, disse a barda voltando-se para o pergaminho onde registrava minuciosamente tudo o que havia ocorrido no dia anterior.

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Três horas haviam se passado desde que Thamior deixara Astreya sozinha. A barda sentia sua visão começar a falhar por causa da exaustão causada pelo fato de ter passado a noite anterior em claro ao lado de seu amado, mas só parava de escrever para acariciar os cabelos de Coran ou para cantar um pouco para ele. Quando a barda se levantou para pegar um copo de água da jarra que se localizava ao lado da cama do rei, ela ouviu alguém bater à porta.
- Pode entrar – respondeu Astreya com educação, mas sem nenhum ânimo.
- Com licença – disse Meliann de forma polida ao entrar no aposento.

Meliann de imediato viu o estado do rei Coran, e ao ver a expressão no rosto de Astreya se deu conta de que ela não era a única pessoa que estava sofrendo por causa do que havia ocorrido. “Devo desculpas a Elenna” pensou a princesa de Sindhar.
- Eu sinto muito pelo seu pai, Meliann – disse Astreya com suavidade e sinceridade – ele era um grande homem.
- Sim, ele era – respondeu a princesa com a cabeça baixa – e eu sinto muito pelo que ocorreu com o rei Coran.
- Obrigada – disse Astreya – mas o que veio fazer aqui, vossa alteza?
- Não me chame assim – disse Meliann bruscamente – eu sou apenas a filha de um grande rei. Isto por si só não me torna uma verdadeira princesa.
- Acho que entendo o que lhe aflige... – disse Astreya após alguns momentos de silêncio – mas você não deve ser dura demais consigo mesma. Você não teve culpa nenhuma do que aconteceu ou por ter desmaiado. Eu mesma quase desmaiei naquele momento.
- Mas não desmaiou – interrompeu Meliann – e apesar de agradecer sua gentileza e compaixão, não foi por isso que vim até aqui.
Meliann virou um pouco o rosto e olhou para o longo pergaminho que Astreya escrevia.
- Entendo... – disse Astreya.
- Imagino como você está se sentindo por causa do rei Coran – disse Meliann fitando os olhos de Astreya – mas por favor, eu PRECISO saber o que houve, e porque mais da metade dos soldados de meu pai perderam suas vidas.
- Muito bem – respondeu Astreya empurrando uma bela cadeira na direção de Meliann – sente-se, pois esta é uma longa história.
- Muito obrigada – disse Meliann sentando-se de frente para Astreya.
- Não me agradeça, Meliann – disse Astreya em um tom triste e melancólico – porque o que vou lhe contar provavelmente vai ficar gravado em sua mente por toda sua vida, por mais que você tente esquecer...

8 comentários:

  1. Muito bom, Odin. Você não deveria ser um guerreiro, mas sim um bardo.

    Eu tinha quase me esquecido de Thamior! Nunca vi um NPC com tanta mentalidade de NPC, como vocês verão!

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  2. Hahaha, lembro-me que tu eras um grande "admirador" de Thamior e da cigana Lisandra, Aramil!

    E apesar de admirar muito os bardos, acho que prefiro continuar como um guerreiro...

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  3. Rhorvals Alhanadel, o Ciclone de Aço24 de setembro de 2011 às 13:03

    Agora fiquei curioso!

    Vamos ver como vai ser a narrativa que a Astreya vai contar a princesa Meliann.

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  4. Obrigada, amigos, essa foi uma parte incrível, esperem para ver, vocês não se arrependerão!

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  5. Aramil, você devia ser mais grato a Thamior! Graças ao auxílio dele inúmeras vezes fomos salvos e curados! E não posso nem estimar o valor de tudo o que ele fez nesse momento por mim e por Coran.

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  6. Na realidade, se tivessem seguido meu conselho, Thamior não teria que salvá-los.

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  7. Se você não fosse tão arrogante o tempo todo, talvez tivéssemos mais facilidade em seguir os seus conselhos, Aramil. Mas confesso que não me lembro do que você está falando...

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  8. Se bem que, não é necessário. Provavelmente fizemos uma pequena votação que envolvia as seguintes possibilidades:

    a) Seguir o conselho de Aramil, sair ileso e aguentar o babaca se achando depois;
    b) Não seguir o conselho de Aramil, irritá-lo, apanhar como um condenado e depois ser curado/salvo por Thamior. Ouvir as reclamações de Aramil e fazer piadas com suas lamúrias;

    Talvez sua avantajada mente élfica não consiga compreender as vantagens da segunda opção, mas o restante do grupo, nós ignóbeis seres involuídos, consegue.

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