Bem-vindos!
Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)
Astreya Anathar Bhael
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)
Astreya Anathar Bhael
sábado, 29 de maio de 2010
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 3: Irmãos de Armas
Companheiros e prezados visitantes, com grande honra trago-vos hoje, sob a benção de Odin, o terceiro capítulo das Crônicas de Elgalor, que trata de nosso combate contra as criaturas da noite próximo ao reino de Darakar.
Que os ventos da boa sorte vos acompanhem sempre...
Astreya Anathar
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 3: Irmãos de Armas
Poucos instantes após se encontrarem nas montanhas próximas ao reino anão de Darakar, os heróis são surpreendidos por dezenas de orcs de pele negra e grandes como ogros, portando imensos machados duplos de lâmina avermelhada. Em seus cintos, presas com pregos enferrujados, jaziam várias cabeças de anões...
- Formação de batalha! – gritou Hargor, sentindo seu sangue ferver em fúria, pois reconhecera a cabeça de diversos amigos “adornando” os cinturões dos orcs.
Movidos pelo grito do clérigo anão e por seus próprios instintos, o grupo instantaneamente formou um perímetro defensivo, com Hargor, Bulma, Oyama e Erol defendendo cada ponta, e com Astreya e Aramil no centro. A ação do grupo foi tão rápida e precisa que até eles se surpreenderam; em um instante, estavam discutindo futilidades, e no outro, se posicionavam como veteranos que vivenciaram inúmeras batalhas.
- São orcs demoníacos – gritou Erol enquanto rasgava a garganta de um orc tolo que tentara surpreender o ranger pelo flanco esquerdo – o sangue deles queima como ácido.
- Então, acho que vou me queimar um pouco – respondeu Bulma ao entrar em um estado de frenesi sanguinário e arrancar a cabeça de outro orc com seu gigantesco machado.
Astreya respirou fundo, e começou a entoar um cântico de batalha:
“Bravos heróis, elevem vossos espíritos e despertem em vossos corações a fúria justa do guerreiro. Lutemos lado a lado, como verdadeiros irmãos de armas, e que hoje esta corja assassina sinta a cólera de nossa justiça...”
Quando a barda terminou este refrão, todos foram envolvidos por um inabalável espírito de luta, e seus corações agora eram preenchidos por nada além de bravura e inflexível confiança. Sentiam-se envolvidos por uma energia extremamente poderosa, que ampliava visivelmente a força e a velocidade de cada um. Até mesmo Aramil sentia vontade de pegar uma espada e atravessar o peito de um orc quando ouvia as canções de Astreya, mas obviamente, o mago controlava muito bem este impulso.
- Sintam a fúria de Moradin, chacais do inferno! – disse Hargor movido tanto pela canção de Astreya quanto pelo próprio ódio enquanto seu martelo esmagava com violência as cabeças dos orcs que encontrava em seu caminho e seu escudo bloqueava ferozmente cada machadada que vinha em sua direção.
Aramil, por sua vez se abaixou e tocou o chão, sussurrando algumas palavras em élfico:
- “Nobres espíritos da terra, atendam meu chamado”
- Vocês vão pagar, malditos! – gritou Oyama em meio a uma rajada de socos, chutes e cabeçadas que criava uma pequena pilha de corpos a seu redor.
Erol continuava sua carnificina silenciosa, cortando e estocando com suas espadas élficas com uma precisão assustadoramente mortal, e Bulma gargalhava e rosnava enquanto arrancava braços, pernas e cabeças cada vez que brandia seu machado.
Os orcs sangravam, tinham seus ossos esmagados e seus membros arrancados, mas continuavam avançando, e mesmo seu sangue fétido deixava pequenas queimaduras onde tocava. A cada orc tombado, parecia surgir mais dois, que atacavam com cada vez mais ódio e violência. Todos os combatentes sentiram várias vezes o poderoso fio dos machados orcs, e mesmo sem sentir dor ou cansaço devido à música de Astreya, o sangue dos heróis começou a tingir o campo de batalha, e o “perímetro protetor” começava a ceder enquanto os heróis lutavam bravamente.
- Bulma, Oyama! – gritou Hargor – vocês estão avançando demais! Voltem às suas posições!
Bulma ouviu o anão, e, apesar da vontade de ignorá-lo completamente, ela era uma guerreira experiente, e sabia que se não trabalhassem em equipe, todos morreriam ali. Oyama, que vivera cinco anos entre os anões, se deu conta de que se aqueles orcs quebrassem o perímetro e os atacassem por todas as direções, eles estariam condenados. Ambos contiveram sua fúria e fecharam novamente o perímetro protetor, mas estavam bastante aborrecidos com isto.
- Aramil! – gritou Oyama enquanto seu cotovelo explodia contra o queixo de um orc – Será que você pode fazer alguma coisa para ajudar, elfo imprestável?!
- Cale-se e cumpra seu papel de escudo de carne, Oyama – disse Aramil se levantando como se ignorasse completamente as palavras do monge.
Neste mesmo instante, surgiram atrás dos orcs seis criaturas grandes e robustas, totalmente feitas de pedra; eram elementais da terra. Imediatamente, elas começaram a golpear e a derrubar impiedosamente os orcs com seus poderosos punhos. Aramil apontou seu cajado na direção de Oyama e gritou em um tom extremamente sínico:
- Pense rápido, humano.
Neste instante, um relâmpago partiu velozmente do cajado do mago na direção do monge. Oyama, cujos reflexos são extremamente aguçados, conseguiu se esquivar do raio no último instante enquanto proferia uma série considerável de palavrões. O relâmpago atingiu o peito de um orc, carbonizando a criatura instantaneamente, e depois se dividiu em diversas direções, atingindo vários orcs.
- Aramil! – gritou Astreya em reprovação, parando de cantar. Como sabia que os efeitos de sua música agora perdurariam por mais tempo, a barda se concentrou, estendeu sua mão na direção dos orcs que lutavam contra Hargor e disse:
- Suas mentes agora são minhas, e eu sou sua única salvação. Vocês serão mortos pelos seus antigos aliados, a menos que os destruam primeiro.
Três dos orcs que atacavam Hargor começaram imediatamente a se voltar contra os outros orcs. Se vendo livre por alguns instantes, Hargor bateu seu martelo no chão.
- Bom trabalho, Astreya – disse o clérigo enquanto seu martelo emitia uma forte luz azulada - Moradin, ó Grande Pai e protetor de nosso povo, conceda-nos tua benção e cure os ferimentos de meus bravos camaradas.
Todos sentiram uma aura protetora os envolvendo e curando suas feridas. Revigorados, os heróis lutaram com ainda mais vigor, e após alguns minutos, o chão da montanha estava coberto por sangue negro e dezenas de corpos de orcs, muitos deles desmembrados pelo machado de Bulma.
Em meio aquela carnificina, estavam os exaustos e vitoriosos heróis de Elgalor. Nenhum grito de vitória havia sido desferido, pois todos sabiam que, até o fim daquela noite, ainda havia um poderoso dragão que precisava ser abatido...
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Hans Zimmer, bardo de grandes sagas
Caros companheiros, hoje trago-vos um pequeno tratado sobre um grande bardo e compositor que tem emprestado suas belas criações para inúmeras sagas contadas na era atual de vosso mundo: Hans Zimmer. De piratas, samurais, lendas arturianas e gladiadores a detetives que lidam com mistérios da igreja e impiedosos assassinos, muitas foram as histórias que escutei acompanhadas de suas maravilhosas composições.
Zimmer nasceu em 1957 em Frankfurt, e iniciou sua carreira tocando teclados e sintetizadores. Já compôs diversas trilhas para contos cinematográficos e inclusive para jogos interativos que vós chamais video games (o mais recente foi o grande sucesso Call of Duty - Modern Warfare 2). Colabora com grandes compositores como James Newton Howard, Klaus Badelt e Harry Gregson-Williams.
Abaixo, trago para vós um pequeno apanhado de canções compostas por este grande bardo que possuem características do estilo do compositor e que são deveras épicas e emocionantes, perfeitas para acompanhar vossas grandes aventuras:
Knights March - King Arthur - Hans Zimmer
Woad to ruin - King Arthur - Hans Zimmer
What shall we die for - Hans Zimmer (a canção toca no final - este vídeo foi utilizado pelo nobre Odin, e eu o utilizo aqui porque é aquele em que a música está com o melhor som. Originalmente esta canção foi composta para a terceira parte da saga dos Piratas do Caribe. Esta humilde barda prefere O Senhor dos Anéis, então aí está para vós uma boa combinação...)
terça-feira, 25 de maio de 2010
Elvenpath - Sagas das florestas élficas
Boa noite, caros amigos, companheiros e viajantes. Hoje trago-vos canções que dizem respeito a um povo pelo qual tenho muito carinho, e de quem carrego sangue em minhas próprias veias. Os elfos, como vós sabeis, são bravos guardiães da natureza e da magia, que contam com grande sabedoria e paciência, exatamente pelos longos anos que vivem nas terras onde humanos e meio-elfos como eu passam muito mais rapidamente no curso acelerado (na opinião dos longevos elfos) de suas vidas.
No entanto, em minhas viagens também pude descobrir que tal povo, nos longos anos de sua existência, aprenderam o que é a dor e o sofrimento por verem suas florestas e seus filhos serem mortos por ganância, cobiça e traições por parte daqueles que acreditaram ser seus companheiros. Por isso, por vezes desenvolvem uma triste tendência a serem fechados a outras raças e preocuparem-se mais com a proteção dos seus e de seus amados lares, como o que acontece no grande reino élfico de Sindhar de Elgalor, o local onde vivo e me aventuro.
Contudo, existem aqueles que estão mais abertos e dispostos a dividir com todos sua sabedoria e experiência, e aprender com outras raças aquilo que cada uma tem a oferecer, como demonstrou o povo do reino élfico de Sírhion. Para além da desconfiança, a união que surge entre elfos e outras raças é extremamente valiosa e bela, e faz com que os representantes deste povo único descubram que não estão diante de indivíduos tão diferentes de si, mas sim de irmãos de armas... pois no fundo, não importa tanto a que raça pertencemos, pois os anseios mais básicos de cada um são mais do que parecidos...
Elvenpath - Nightwish
E uma homenagem a uma das coisas mais amadas pelos elfos, com uma canção deveras apropriada para toda a magnitude da história e das peculiaridades deste belo povo:
The memory of trees - Enya
Que a sabedoria e o amor pela natureza do povo élfico estejam convosco, bravos aventureiros!
Astreya Anathar
No entanto, em minhas viagens também pude descobrir que tal povo, nos longos anos de sua existência, aprenderam o que é a dor e o sofrimento por verem suas florestas e seus filhos serem mortos por ganância, cobiça e traições por parte daqueles que acreditaram ser seus companheiros. Por isso, por vezes desenvolvem uma triste tendência a serem fechados a outras raças e preocuparem-se mais com a proteção dos seus e de seus amados lares, como o que acontece no grande reino élfico de Sindhar de Elgalor, o local onde vivo e me aventuro.
Contudo, existem aqueles que estão mais abertos e dispostos a dividir com todos sua sabedoria e experiência, e aprender com outras raças aquilo que cada uma tem a oferecer, como demonstrou o povo do reino élfico de Sírhion. Para além da desconfiança, a união que surge entre elfos e outras raças é extremamente valiosa e bela, e faz com que os representantes deste povo único descubram que não estão diante de indivíduos tão diferentes de si, mas sim de irmãos de armas... pois no fundo, não importa tanto a que raça pertencemos, pois os anseios mais básicos de cada um são mais do que parecidos...
Elvenpath - Nightwish
E uma homenagem a uma das coisas mais amadas pelos elfos, com uma canção deveras apropriada para toda a magnitude da história e das peculiaridades deste belo povo:
The memory of trees - Enya
Que a sabedoria e o amor pela natureza do povo élfico estejam convosco, bravos aventureiros!
Astreya Anathar
domingo, 23 de maio de 2010
As Crônicas de Elgalor - Capítulo 2: Os heróis se reúnem
Estimados visitantes e aventureiros, é com prazer que lhes trago, neste dia, o segundo capítulo das Crônicas de Elgalor, sob a benção de Odin, que trata do momento do reecontro entre os heróis de Elgalor...
Que os ventos da boa sorte possam vos acompanhar nessa longa jornada que todos estamos trilhando...
Astreya Anathar
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 2: Os Heróis se reúnem
Os preparativos logo foram terminados; através de magia, uma mensagem foi enviada ao reino de Sindhar requisitando a presença urgente de Aramil e Erol para uma nova missão, e outra foi enviada ao reino de Darakar, requisitando o mesmo de Hargor e Oyama. Em menos de uma hora, o Senhor dos Ventos trouxe a bárbara Bulma aos Salões de Sírhion, de onde ela e a barda Astreya seriam teletransportadas para as montanhas próximas aos Portões dos Antigos, a entrada do reino de Darakar.
A primeira chave que os heróis deveriam encontrar estava no covil de um antigo dragão vermelho, que conseguira facilmente se instalar tão próximo ao mais poderoso reino dos anões devido às trevas que envolveram o mundo desde a abertura do Tomo dos Cânticos Profanos. Como as proteções mágicas de Darakar barravam qualquer magia de teletransporte para dentro do reino, foi combinado que todos, incluindo o anão Hargor e o monge Oyama, se encontrariam próximo aos Portões dos Antigos.
O rei Coran, já com sua armadura de batalha, se dirigiria junto ao Senhor dos Ventos para o reino de Sindhar. Quando viu Astreya novamente trajando sua cota de malha púrpura e carregando seu arco de prata e seu sabre élfico, ele simplesmente balançou negativamente a cabeça.
- Que Corellon vos acompanhe – disse o rei ao olhar uma última vez para Astreya antes de ambos partirem.
- A todos nós, meu bom rei – respondeu ela fazendo uma reverência, sentindo um enorme peso em seu coração.
- Vamos logo com isso – grunhiu Bulma cruzando os braços mal-humorada, por ter que ser teletransportada novamente.
No instante seguinte, os magos de Sírhion iniciaram os rituais e todos haviam sido magicamente levados a seus destinos. Sem palavras, Thamior rogou para que visse todos em segurança novamente.
A noite já havia chegado, e nas escuras montanhas ao norte de Elgalor, Astreya e Bulma surgiram.
- Isso foi o mais próximo que a magia pode nos trazer... – disse Astreya observando os arredores.
- Não estou vendo portões em parte alguma! – disse Bulma empunhando seu machado, o Terror do Campo de Batalha – será que esta magia funcionou direito?
- Acho que sim – respondeu Astreya com um sorriso – Além do mais, os Portões dos Antigos só podem ser encontrados por aqueles que possuem sangue anão. Temos que esperar pelos outros.
- O velho amigo de vocês disse que uma grande guerra eclodiria, e parece que ele tinha razão – disse Bulma olhando para o céu completamente escuro – sinto cheiro de sangue no ar...
- Gostaria que isso pudesse ser evitado... – disse Astreya olhando para baixo com uma expressão bastante triste - a vida estava sendo realmente boa nos últimos cinco anos.
- Você deveria falar com ele - disse Bulma ainda olhando para o céu – deveria falar com o rei élfico. Vocês estão perdendo um tempo que talvez não possa ser recuperado mais tarde.
- Bulma! – gritou Astreya sem querer, tomada pela surpresa e pela vergonha.
Neste instante, elas ouviram passos. Bem próximos.
- Por Corellon, como vocês mulheres tagarelam!
Imediatamente elas se viraram para trás, mas ambas já haviam reconhecido a voz e o inconfundível tom de escárnio. Era Aramil, o Sincero.
- Olá para você também, Aramil – respondeu Astreya com um sorriso cínico.
Atrás do mago, que portava apenas seu belo manto élfico e um bem ornamentado cajado dourado, elas identificaram uma figura nas sombras, e logo perceberam que se tratava de Erol, o Caçador de Sindhar.
- Saudações, Erol – disse Astreya mais educadamente.
- Saudações - respondeu Erol bastante sério. Ele estava trajando sua cota de malha marrom escura e carregava nas mãos suas espadas élficas, as Lâminas do Inverno.
- Algum problema? – perguntou Astreya estranhando um pouco a frieza do amigo.
- Sim – respondeu o ranger – há rastros de orcs e ogros nestas montanhas, e eles simplesmente surgem e somem no meio das sombras. Além disso, não deveria haver criaturas assim rondando tão perto dos portões de Darakar.
- Algo sinistro realmente está acontecendo – disse Aramil em um tom sério – mesmo nós, os altos elfos de Sindhar, estamos tendo este tipo de problema.
- Já era hora... – grunhiu Bulma ao ouvir o som de pesadas botas de metal se aproximando. Como se também tivesse notado a aproximação, Erol desembainhou suas espadas.
Todos olharam mais à frente e viram Hargor, o clérigo anão, vestindo uma armadura de batalha muito bem trabalhada, carregando um pesado escudo e seu poderoso martelo. Ao lado dele, estava Oyama, com os cabelos e a barba bem mais longos e desarrumados, vestindo um par de manoplas pesadas com símbolos de Moradin e um cinturão negro. A constituição física do monge estava bem mais robusta do que seus amigos se lembravam.
- É incrível, Oyama, você conseguiu ficar ainda mais feio – disse Aramil quando o clérigo e o monge se aproximaram.
- Desculpe, mago – disse Oyama em tom de deboche – eu passei estes cinco anos lutando contra orcs e minotauros, e, ao contrário de vocês, altos elfos, que vivem saltitando e cheirando flores, não tive tempo para cuidar da minha beleza.
- Pessoal... – disse Astreya antes que Aramil pudesse dar uma resposta ao comentário de Oyama.
- Vejo que as coisas não mudaram – disse Hargor olhando para o grupo – de qualquer forma, fomos informados sobre a chave que vocês buscam e sei onde está o dragão que a guarda. Só quero que saibam que...
Neste instante, Erol sacou suas espadas novamente, e Bulma emitiu um rosnado feroz. Nisso, todos se deram conta do que estava havendo. Eles estavam completamente cercados.
Como se saídos das sombras da noite, surgiram mais de quatro dezenas de orcs de pele negra e grandes como ogros, portando imensos machados duplos de lâmina avermelhada. Com um olhar sádico e brutal, eles emitiam gritos, risadas e grunhidos guturais.
Cada um deles parecia uma visão saída do inferno, e em seus cintos, presas com pregos enferrujados, jaziam várias cabeças de anões...
Os preparativos logo foram terminados; através de magia, uma mensagem foi enviada ao reino de Sindhar requisitando a presença urgente de Aramil e Erol para uma nova missão, e outra foi enviada ao reino de Darakar, requisitando o mesmo de Hargor e Oyama. Em menos de uma hora, o Senhor dos Ventos trouxe a bárbara Bulma aos Salões de Sírhion, de onde ela e a barda Astreya seriam teletransportadas para as montanhas próximas aos Portões dos Antigos, a entrada do reino de Darakar.
A primeira chave que os heróis deveriam encontrar estava no covil de um antigo dragão vermelho, que conseguira facilmente se instalar tão próximo ao mais poderoso reino dos anões devido às trevas que envolveram o mundo desde a abertura do Tomo dos Cânticos Profanos. Como as proteções mágicas de Darakar barravam qualquer magia de teletransporte para dentro do reino, foi combinado que todos, incluindo o anão Hargor e o monge Oyama, se encontrariam próximo aos Portões dos Antigos.
O rei Coran, já com sua armadura de batalha, se dirigiria junto ao Senhor dos Ventos para o reino de Sindhar. Quando viu Astreya novamente trajando sua cota de malha púrpura e carregando seu arco de prata e seu sabre élfico, ele simplesmente balançou negativamente a cabeça.
- Que Corellon vos acompanhe – disse o rei ao olhar uma última vez para Astreya antes de ambos partirem.
- A todos nós, meu bom rei – respondeu ela fazendo uma reverência, sentindo um enorme peso em seu coração.
- Vamos logo com isso – grunhiu Bulma cruzando os braços mal-humorada, por ter que ser teletransportada novamente.
No instante seguinte, os magos de Sírhion iniciaram os rituais e todos haviam sido magicamente levados a seus destinos. Sem palavras, Thamior rogou para que visse todos em segurança novamente.
A noite já havia chegado, e nas escuras montanhas ao norte de Elgalor, Astreya e Bulma surgiram.
- Isso foi o mais próximo que a magia pode nos trazer... – disse Astreya observando os arredores.
- Não estou vendo portões em parte alguma! – disse Bulma empunhando seu machado, o Terror do Campo de Batalha – será que esta magia funcionou direito?
- Acho que sim – respondeu Astreya com um sorriso – Além do mais, os Portões dos Antigos só podem ser encontrados por aqueles que possuem sangue anão. Temos que esperar pelos outros.
- O velho amigo de vocês disse que uma grande guerra eclodiria, e parece que ele tinha razão – disse Bulma olhando para o céu completamente escuro – sinto cheiro de sangue no ar...
- Gostaria que isso pudesse ser evitado... – disse Astreya olhando para baixo com uma expressão bastante triste - a vida estava sendo realmente boa nos últimos cinco anos.
- Você deveria falar com ele - disse Bulma ainda olhando para o céu – deveria falar com o rei élfico. Vocês estão perdendo um tempo que talvez não possa ser recuperado mais tarde.
- Bulma! – gritou Astreya sem querer, tomada pela surpresa e pela vergonha.
Neste instante, elas ouviram passos. Bem próximos.
- Por Corellon, como vocês mulheres tagarelam!
Imediatamente elas se viraram para trás, mas ambas já haviam reconhecido a voz e o inconfundível tom de escárnio. Era Aramil, o Sincero.
- Olá para você também, Aramil – respondeu Astreya com um sorriso cínico.
Atrás do mago, que portava apenas seu belo manto élfico e um bem ornamentado cajado dourado, elas identificaram uma figura nas sombras, e logo perceberam que se tratava de Erol, o Caçador de Sindhar.
- Saudações, Erol – disse Astreya mais educadamente.
- Saudações - respondeu Erol bastante sério. Ele estava trajando sua cota de malha marrom escura e carregava nas mãos suas espadas élficas, as Lâminas do Inverno.
- Algum problema? – perguntou Astreya estranhando um pouco a frieza do amigo.
- Sim – respondeu o ranger – há rastros de orcs e ogros nestas montanhas, e eles simplesmente surgem e somem no meio das sombras. Além disso, não deveria haver criaturas assim rondando tão perto dos portões de Darakar.
- Algo sinistro realmente está acontecendo – disse Aramil em um tom sério – mesmo nós, os altos elfos de Sindhar, estamos tendo este tipo de problema.
- Já era hora... – grunhiu Bulma ao ouvir o som de pesadas botas de metal se aproximando. Como se também tivesse notado a aproximação, Erol desembainhou suas espadas.
Todos olharam mais à frente e viram Hargor, o clérigo anão, vestindo uma armadura de batalha muito bem trabalhada, carregando um pesado escudo e seu poderoso martelo. Ao lado dele, estava Oyama, com os cabelos e a barba bem mais longos e desarrumados, vestindo um par de manoplas pesadas com símbolos de Moradin e um cinturão negro. A constituição física do monge estava bem mais robusta do que seus amigos se lembravam.
- É incrível, Oyama, você conseguiu ficar ainda mais feio – disse Aramil quando o clérigo e o monge se aproximaram.
- Desculpe, mago – disse Oyama em tom de deboche – eu passei estes cinco anos lutando contra orcs e minotauros, e, ao contrário de vocês, altos elfos, que vivem saltitando e cheirando flores, não tive tempo para cuidar da minha beleza.
- Pessoal... – disse Astreya antes que Aramil pudesse dar uma resposta ao comentário de Oyama.
- Vejo que as coisas não mudaram – disse Hargor olhando para o grupo – de qualquer forma, fomos informados sobre a chave que vocês buscam e sei onde está o dragão que a guarda. Só quero que saibam que...
Neste instante, Erol sacou suas espadas novamente, e Bulma emitiu um rosnado feroz. Nisso, todos se deram conta do que estava havendo. Eles estavam completamente cercados.
Como se saídos das sombras da noite, surgiram mais de quatro dezenas de orcs de pele negra e grandes como ogros, portando imensos machados duplos de lâmina avermelhada. Com um olhar sádico e brutal, eles emitiam gritos, risadas e grunhidos guturais.
Cada um deles parecia uma visão saída do inferno, e em seus cintos, presas com pregos enferrujados, jaziam várias cabeças de anões...
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Bard Dance
Boa noite, caros amigos e visitantes! Sejam mais uma vez e sempre bem-vindos! Esta noite trago-vos ainda outra canção que costumo tocar em tavernas!
Trago ainda o desejo de que, não importa quais sejam vossos problemas, que haja sempre um momento e uma oportunidade de esquecê-los e de enxergar e aproveitar aquilo que há de bom ao nosso redor!
Um brinde e uma canção a todos vós, bravos aventureiros e viajantes!
Bard Dance - Enya (tocada pela Taliesin Orchestra)
terça-feira, 18 de maio de 2010
Diário de Astreya
Mal consigo controlar minhas mãos para escrever estas páginas. No entanto, eu o farei para me acalmar, pois no momento minha ansiedade é grande e não há muito o que fazer além de esperar.
O encontro com o Senhor dos Ventos nos trouxe o que eu esperava: más notícias. Quando o rei Coran me chamou para acompanhá-lo e ouvir o que o profeta tinha a dizer, vi por sua expressão que nada ia bem. E a extensão de suas notícias é mais grave do que pensei, pois atinge a todos nós. Quando hesitei em falar ao Senhor dos Ventos que eu e meus amigos poderíamos ir recuperar a chave necessária para abrir a Torre dos Desesperos, não foi tanto pelo medo do dragão que a guarda. Foi pelo mesmo medo que me invadia diariamente enquanto lutávamos contra o Cavaleiro Negro.
E se falharmos? Nosso fracasso implica em algo muito pior do que apenas a perda de nossas vidas. Estamos novamente envolvidos em uma complicada sucessão de eventos, de acontecimentos que precisam ser resolvidos o mais rápido possível. No momento, apenas nós podemos fazer isso. Se falharmos, falhamos com toda Elgalor. Falhamos com o povo élfico e anão. Falhamos com seus reis...
Agora mesmo, enquanto eu abria meu baú para preparar minhas armas e minha armadura, eu tive uma visão clara, algo que não me acontecia há cinco anos. De certa forma, eram apenas sombras, mas eu sabia muito bem a quem elas representavam. Um rei anão, um rei elfo. E um gigantesco orc. Um medo indescritível apoderou-se de mim nesse momento. A partir daí, tudo foi muito rápido. Havia gritos e dor, e, no fim, a imagem mais nítida de todas: uma coroa caindo.
Não quero pensar no significado disso, embora esteja óbvio a meus olhos. Tudo o que podemos fazer é nos restringir a buscar a chave da Torre dos Desesperos. Tudo o que podemos fazer é tentar ir até lá, depois, e lacrar o Tomo aberto. E o que acontecerá enquanto estivermos nesta busca? Que preço nós pagaremos por fazer isto?
Eu rogo para que nós consigamos completar nossa missão. Mais ainda, rogo para que nada aconteça enquanto estivermos longe. Para que minha visão não se torne verdadeira de forma alguma. Para que meu querido amigo ainda esteja aqui quando eu retornar. Por Pelor, como tem sido difícil não demonstrar que a extensão de meus sentimentos por Coran vai além do que seria aconselhável! Por todo esse tempo, meu comportamento foi o mais adequado possível. Sendo a barda real, eu devo extremo respeito ao rei, e a seu povo. Nunca foi minha intenção me aproveitar da situação ou mesmo do histórico do reino de Sírhion, que já teve uma rainha meio-elfa. Por isso, minha conduta foi sempre a mais séria possível. Mas, como diziam minha mãe e as mulheres de Myrra: “quando você o vir, você saberá”. Durante todo este tempo escondi meu sentimento de todos e pensei o mínimo possível nisto. Mas agora me é impraticável ocultar o fato de que, desde aquele dia interminável no barco que nos tirou de Sírhion em chamas, no qual cuidei do rei Coran para que ele não morresse, eu sabia que essa não era nossa primeira vida juntos e que nossos destinos estavam ligados. Inevitavelmente, ligados pelo coração. E isto tem sido tão forte dentro de mim, agora mais do que nunca...
De qualquer maneira, aprendi com minha mãe que nenhuma previsão ou sonho pode ser considerado como a única verdade possível ou mesmo, muitas vezes, como verdade. Aprendi com ela que toda sorte pode ser mudada por meio de nossas ações. Então espero que nossas ações sejam suficientes para mudar algo. Rezo por Balderk e Balin, reis dos anões, e por Karantir, Thingol e Coran, reis dos elfos. Rezo por seus povos e pelos humanos que com certeza serão atingidos pelo que está acontecendo. Rezo para que se faça uma aliança entre estes povos.
Mas algo me diz que isto não será tão fácil.
Astreya Anathar
O encontro com o Senhor dos Ventos nos trouxe o que eu esperava: más notícias. Quando o rei Coran me chamou para acompanhá-lo e ouvir o que o profeta tinha a dizer, vi por sua expressão que nada ia bem. E a extensão de suas notícias é mais grave do que pensei, pois atinge a todos nós. Quando hesitei em falar ao Senhor dos Ventos que eu e meus amigos poderíamos ir recuperar a chave necessária para abrir a Torre dos Desesperos, não foi tanto pelo medo do dragão que a guarda. Foi pelo mesmo medo que me invadia diariamente enquanto lutávamos contra o Cavaleiro Negro.
E se falharmos? Nosso fracasso implica em algo muito pior do que apenas a perda de nossas vidas. Estamos novamente envolvidos em uma complicada sucessão de eventos, de acontecimentos que precisam ser resolvidos o mais rápido possível. No momento, apenas nós podemos fazer isso. Se falharmos, falhamos com toda Elgalor. Falhamos com o povo élfico e anão. Falhamos com seus reis...
Agora mesmo, enquanto eu abria meu baú para preparar minhas armas e minha armadura, eu tive uma visão clara, algo que não me acontecia há cinco anos. De certa forma, eram apenas sombras, mas eu sabia muito bem a quem elas representavam. Um rei anão, um rei elfo. E um gigantesco orc. Um medo indescritível apoderou-se de mim nesse momento. A partir daí, tudo foi muito rápido. Havia gritos e dor, e, no fim, a imagem mais nítida de todas: uma coroa caindo.
Não quero pensar no significado disso, embora esteja óbvio a meus olhos. Tudo o que podemos fazer é nos restringir a buscar a chave da Torre dos Desesperos. Tudo o que podemos fazer é tentar ir até lá, depois, e lacrar o Tomo aberto. E o que acontecerá enquanto estivermos nesta busca? Que preço nós pagaremos por fazer isto?
Eu rogo para que nós consigamos completar nossa missão. Mais ainda, rogo para que nada aconteça enquanto estivermos longe. Para que minha visão não se torne verdadeira de forma alguma. Para que meu querido amigo ainda esteja aqui quando eu retornar. Por Pelor, como tem sido difícil não demonstrar que a extensão de meus sentimentos por Coran vai além do que seria aconselhável! Por todo esse tempo, meu comportamento foi o mais adequado possível. Sendo a barda real, eu devo extremo respeito ao rei, e a seu povo. Nunca foi minha intenção me aproveitar da situação ou mesmo do histórico do reino de Sírhion, que já teve uma rainha meio-elfa. Por isso, minha conduta foi sempre a mais séria possível. Mas, como diziam minha mãe e as mulheres de Myrra: “quando você o vir, você saberá”. Durante todo este tempo escondi meu sentimento de todos e pensei o mínimo possível nisto. Mas agora me é impraticável ocultar o fato de que, desde aquele dia interminável no barco que nos tirou de Sírhion em chamas, no qual cuidei do rei Coran para que ele não morresse, eu sabia que essa não era nossa primeira vida juntos e que nossos destinos estavam ligados. Inevitavelmente, ligados pelo coração. E isto tem sido tão forte dentro de mim, agora mais do que nunca...
De qualquer maneira, aprendi com minha mãe que nenhuma previsão ou sonho pode ser considerado como a única verdade possível ou mesmo, muitas vezes, como verdade. Aprendi com ela que toda sorte pode ser mudada por meio de nossas ações. Então espero que nossas ações sejam suficientes para mudar algo. Rezo por Balderk e Balin, reis dos anões, e por Karantir, Thingol e Coran, reis dos elfos. Rezo por seus povos e pelos humanos que com certeza serão atingidos pelo que está acontecendo. Rezo para que se faça uma aliança entre estes povos.
Mas algo me diz que isto não será tão fácil.
Astreya Anathar
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Aos bardos e escaldos de todas as eras...
The bard's song - Blind Guardian
"Tomorrow will take us away
Far from home
No one will ever know our names
But the bards' songs will remain
Tomorrow will take it away
The fear of today
It will be gone
Due to our magic songs"
O amanhã vai nos levar embora
Para longe de casa...
Ninguém nunca saberá nossos nomes
Mas as canções dos bardos irão permanecer...
O amanhã vai levar embora
O medo de hoje
Ele terá ido embora
Devido as nossas canções mágicas...
Skalds and shadows - Blind Guardian
"Songs I will sing
Of runes and rings
Just hand me my harp
And this night
Turns into myth
Nothing seems real
You soon will feel
The World we live in
Is another skald's
Dream in the shadows
Dream in the shadows
Do you believe
There is sense in it
Is it truth or myth?
They're one in my rhymes"
Canções eu cantarei
De runas e anéis
Apenas empreste-me minha harpa
E esta noite se transforma em mito
Nada parece real
Você logo sentirá
O mundo em que vivemos é, de um escaldo,
um sonho nas sombras...
Você acredita que há sentido nisto
É verdade ou mito?
Eles são um em minhas rimas...
Que os bardos de hoje e de ontem sejam lembrados por suas belas canções e histórias. Que eles sejam lembrados por trazerem a nós mitos e contos que enchem nossos corações de esperança ao ansearmos por dias melhores e um mundo mais justo.
Que suas canções trágicas, intensas, alegres ou melancólicas possam ecoar nos ventos unindo a todos que ouvirem seus chamados...
Erguendo-nos para a luta e para a glória,
Para a honra e até mesmo no momento da derrota,
Erguendo-nos para voarmos nas asas do destino e encontrarmos o portal para o infinito...
Que as vozes e histórias dos bardos jamais possam ser esquecidas, pois nelas estão espelhadas as histórias de todos nós...
Astreya Anathar
sexta-feira, 14 de maio de 2010
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 1: Uma nova saga começa.
Estimados visitantes e aventureiros, é com prazer que lhes trago, nesta noite, o primeiro capítulo das Crônicas de Elgalor, sob a benção de Odin.
Que os ventos da boa sorte possam vos acompanhar nessa longa jornada que todos estamos trilhando...
Astreya Anathar
Capitulo I -
Durante o pequeno Conselho organizado em Sírhion pelo rei élfico Coran Bhael, o Senhor dos Ventos explicou toda a situação que acometia os Reinos Livres de Elgalor de forma sucinta, porém bastante clara.
Graças à abertura de um poderoso artefato maligno, um dos Tomos dos Cânticos Profanos, as noites estavam cada vez mais longas e sinistras. Criaturas das trevas vagavam fortalecidas pela escuridão com cada vez menos medo. Uma profecia terrível havia sido feita por Gruumsh, o cruel Deus dos Orcs; após a morte de mil elfos, mil anões e o oferecimento da cabeça de um rei de cada raça, o Deus Caolho enviaria dois poderosos avatares para devastar os reinos élficos e anões de Elgalor.
- E isso é apenas o começo. Em breve chegará o dia em que todos os exércitos dos povos livres deverão marchar juntos para tentar impedir a aniquilação total – disse o Senhor dos Ventos com a postura e a voz de um orador nato. Os mais atentos, porém, perceberam o temor que o perturbava a cada palavra proferida.
- E o que o senhor sugere que façamos – perguntou o rei Coran após ouvir atentamente todo o relato. Sentada do lado direito do rei, estava a barda Astreya, sua trovadora real. Do lado esquerdo, o clérigo Thamior, alto sacerdote de Corellon Larethian, o Deus dos Elfos.
- Inicialmente, é necessário lacrar o Tomo dos Cânticos Profanos, que está localizado na Torre do Desespero, nas Terras Sombrias ao sul do deserto de Kamaro – respondeu o Senhor dos Ventos. Vocês já possuem os meios para lacrar o tomo, porém...
- Porém? – perguntou Astreya.
- Como já devem imaginar, tal artefato não está desprotegido – continuou o Senhor dos Ventos, baixando levemente o olhar.
Involuntariamente, um momento de silêncio foi feito no salão.
Já seria tarefa suficientemente difícil, mesmo para um grupo de guerreiros experientes, atravessar as Terras Sombrias e chegar à Torre. Diante de todas as revelações que o Senhor dos Ventos, um sábio profeta fizera, todos sentiam um certo medo de até mesmo imaginar que tipo de criatura nefasta guardaria o tomo.
Por fim, o rei Coran levantou-se e disse:
- O que está protegendo o tomo, sábio profeta?
- Um dragão vermelho ancião, recentemente transformado em um lich por artes negras, vossa majestade – respondeu o Senhor dos Ventos.
- Contudo... – continuou o profeta – para entrar na Torre dos Desesperos é necessária uma chave, que está em posse de outro dragão.
- Onde? – perguntou o rei Coran educadamente, mas sentindo que não haveria fim para aquele problema “inicial”.
- Poucas milhas a leste do reino de Darakar – respondeu o Senhor dos Ventos.
- O reino dos Anões – disse Thamior como se estivesse pensando alto – Se explicássemos tudo ao Rei Balderk, ele mandaria um batalhão de guerreiros para lá e...
- Não – interrompeu Astreya – mesmo que um batalhão de anões fosse bem sucedido, haveria muitas mortes. Com a profecia de Gruumsh em curso, a morte de tantos anões poderia trazer um problema terrível.
- Você está certa – disse Thamior – contudo, se não podemos mandar o exército dos anões nem o nosso por causa da profecia, que opção temos?
Mais um momento de silêncio se fez no salão.
- Nós iremos – respondeu por fim Astreya se levantando e fazendo uma reverência para o rei Coran – meus amigos e eu cuidaremos disso. Tenho certeza que todos vão ajudar.
- Era isto que eu tinha em mente desde o início – disse o Senhor dos Ventos de forma bastante discreta – e antes que vossa majestade diga que irá acompanhar a jovem Astreya nesta contenda, devo lembrar-lhe que são necessárias as cabeças de mil elfos, e a cabeça de um único rei para que parte da profecia se cumpra.
O rei Coran baixou a cabeça tentando esconder a frustração enquanto pensava em qual seria o curso de ação mais sábio a se tomar. Após alguns instantes, olhou para todos e disse:
- Através de magia, enviarei mensagens ao reino de Sindhar, requisitando a presença de Aramil e Erol, e ao reino de Darakar, pedindo o auxílio de Hargor e Oyama. Não tenho como contatar Bulma, mas...
- Dentro de uma hora ela estará nas portas de seu palácio – disse o Senhor dos Ventos fazendo uma reverência com a cabeça.
- Ótimo – respondeu o rei Coran – enquanto isso, irei até Sindhar e explicarei pessoalmente ao Alto Rei Thingol toda a situação.
- Pode ser perigoso colocar dois reis juntos em um mesmo lugar, vossa majestade – disse Astreya com preocupação nos olhos.
- Sindhar é um reino extremamente bem protegido, Astreya – respondeu Thamior tentando acalmar a barda – Além disso, entre os elfos, não há guerreiro mais habilidoso do que o rei Coran, nem mago mais poderoso do que o rei Thingol. Eles estarão bem.
- Rogo para que esteja certo... – respondeu Astreya entrelaçando as mãos sem esconder a apreensão que sentia.
No instante seguinte, os preparativos começaram a ser feitos. O Senhor dos Ventos desapareceu magicamente do salão, e o rei Coran passou a Thamior diversas instruções que deveriam ser seguidas durante sua ausência. Astreya voltou a seu quarto, e, com grande peso no coração, abriu um baú de marfim ornamentado, onde estavam guardados sua bela cota de malha élfica púrpura, seu arco longo sagrado feito com prata mágica e sua cimitarra élfica de lâmina avermelhada.
Presentes valiosos dados pelo rei Coran. Presentes que, apesar dela não saber, o rei lhe deu pedindo aos deuses que ela jamais precisasse colocá-los em uso.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Aventuras no Deserto
Bravos amigos, neste dia trago a vós um pergaminho ao qual irei me dedicar sempre que possível. Como todos sabemos, existem algumas canções que são tão características de certos locais, culturas ou povos, que se tornam ótimos acompanhementos de histórias ou aventuras que possuam um desses itens em sua ambientação...
E como esta humilde barda, como já sabem, nasceu nas areias do grande deserto de Kamaro, nada mais justo que eu vos traga canções que me lembrem de meu lar.
A primeira, minha favorita, é uma música da grande Loreena Mckennitt, que minha mãe Leora costumava cantar para mim quando pequena... Lembro-me de tê-la em meu coração e mente quando saí de casa pela primeira vez com os mercadores de minha tribo, enquanto viajávamos em nossos camelos e eu enxergava a imensidão de estrelas no céu e a bela lua do deserto transformando a areia em prata líquida... é uma bela visão. Lembro-me de termos parado em muitos Caravanserais, espécies de estalagens construídas em formato quadrado no deserto, e que abrigam pequenos quartos, locais para banho e lojas, além de possuir água para pessoas e animais...
Caravanserai - Loreena Mckennitt
A segunda canção costuma ser tocada em festas e celebrações de nosso povo... além de ser uma ótima música para se dançar!
Santiago - Loreena Mckennitt
A terceira canção que vos mostro é muito bela e minha mãe costumava utilizar para me ninar... a letra diz respeito a espera de uma mulher por seu amado. O povo de Myrra, e do deserto, afinal, possui um lado muito intenso e passional...
Urga - Badema (acredito que as imagens desta apresentação combinem muito com a canção...)
E por fim, duas canções que acompanharam o conto de bravos aventureiros em busca da destruição de uma terrível múmia, feitas pelos bardos Alan Silvestri e Jerry Goldsmith:
Que as areias do destino vos acompanhem, bravos aventureiros do deserto!
quarta-feira, 12 de maio de 2010
The Village of Dwarves
Boa-noite, caros amigos. Acredito que todos os aventureiros dos diversos mundos existentes já deixaram-se levar pela alegria e descontração de uma boa noite passada no aconchego de uma taverna ou junto aos companheiros em um círculo ao redor de uma fogueira. Muitos foram os momentos em que meus amigos e eu, para esquecermos do pesar ou da tensão que assombravam nossos corações, permitimo-nos uma celebração da vida que ainda tínhamos e das vitórias que havíamos conquistado em nossas batalhas diárias...
Em homenagem a esses momentos de descontração, e por vezes de bebedeira excessiva por parte de alguns colegas, dedicarei-me semanalmente a trazer-vos uma canção que exprima a alegria e o bom humor de uma boa canção de taverna, e, afinal, de uma boa amizade!
Esta noite, tenho o prazer de apresentar-vos uma canção que muito me animou na primeira vez em que a ouvi em uma taverna. Ela é cantada por um grupo de bardos guerreiros que atende pelo nome de Rhapsody of Fire... Desde que a escutei, tenho entoado esta bela e alegre música em todas as tavernas pelas quais passo...
Que o companheirismo e a alegria possam acompanhar-vos em vossas jornadas, bravos amigos...
The Village of Dwarves - Rhapsody of Fire - Vejam que estes estudantes de uma universidade de artistas resolveram fazer uma representação para acompanhar a canção, como forma de serem avaliados por seus mestres. Como esta barda achou a simplicidade das atuações deveras engraçada, eu a posto aqui. O interessante é que o vilão que luta com o cavaleiro de elmo dourado no final foi chamado pelos artistas amadores de Krull...
Em homenagem a esses momentos de descontração, e por vezes de bebedeira excessiva por parte de alguns colegas, dedicarei-me semanalmente a trazer-vos uma canção que exprima a alegria e o bom humor de uma boa canção de taverna, e, afinal, de uma boa amizade!
Esta noite, tenho o prazer de apresentar-vos uma canção que muito me animou na primeira vez em que a ouvi em uma taverna. Ela é cantada por um grupo de bardos guerreiros que atende pelo nome de Rhapsody of Fire... Desde que a escutei, tenho entoado esta bela e alegre música em todas as tavernas pelas quais passo...
Que o companheirismo e a alegria possam acompanhar-vos em vossas jornadas, bravos amigos...
The Village of Dwarves - Rhapsody of Fire - Vejam que estes estudantes de uma universidade de artistas resolveram fazer uma representação para acompanhar a canção, como forma de serem avaliados por seus mestres. Como esta barda achou a simplicidade das atuações deveras engraçada, eu a posto aqui. O interessante é que o vilão que luta com o cavaleiro de elmo dourado no final foi chamado pelos artistas amadores de Krull...
domingo, 9 de maio de 2010
Diário de Astreya - parte II
...Corremos até o palácio, mas o pior já havia acontecido. Sírhion estava estranhamente vazia a não ser pelos corpos de diabos e elfos mortos, e a cabeça do rei Bremen estava fincada em uma lança no centro daquele terrível cenário. Estarrecidos e com o coração pesado, partimos rumo ao barco que nos trouxera, para ver se este ainda estava lá, enquanto tentávamos procurar sobreviventes. Avistamos o barco ao longe, e antes de chegarmos à costa, fomos surpreendidos por um elfo ferido e extremamente abatido, que andara também até a costa, somente para cair inconsciente logo depois de nos avistar. Este sim era o verdadeiro Coran.
Na verdade, três dias haviam se passado desde a nossa entrada na Cidadela de Cristal. Coran salvara aquilo que restara de seu povo e os transportara a um lugar seguro graças a alguns túneis subterrâneos e portais existentes em Sírhion, e passara o resto do tempo lutando contra os lacaios do assassino de seu pai, que partira com o Tomo que havia sido resgatado por nós, graças novamente a um disfarce, que utilizara o próprio Coran como isca para nos enganar. Eu o tratei para que seu corpo, debilitado pela falta de comida e água e por inúmeros ferimentos, não cedesse. Mal podíamos imaginar que, de um encontro trágico como esse, uma importante e valiosa aliança se formaria entre o novo rei de Sírhion e guardião da Lâmina de Gelo - a poderosa espada do rei Bremen - e nosso grupo.
Após a morte do Cavaleiro Negro, responsável principal pelo roubo dos Tomos, já que procurava com o poder destes ascender à divindade e destruir seu principal inimigo, o deus maligno Vecna, eu me ofereci para ficar no reino de Sírhion, e sanar pelo menos um pouco da perda que havíamos inadvertidamente causado a seu povo. A culpa que ainda se apoderava de meu coração demorou a ir embora, mas se dissipou mais rápido do que eu pensava. Juntamente ao rei Coran, recuperei os registros históricos principais do reino de Sírhion que haviam sido destruídos. Por várias vezes, tive que reescrever capítulos inteiros, que o rei me narrava pacientemente da melhor forma que conseguia. Foi assim que conheci a história do povo de Sírhion, do rei Bremen e de sua rainha, para minha surpresa, uma meio-elfa barda como eu, que ajudara o rei a livrar-se de uma poderosa maldição imposta a ele por uma drow. Foi assim que me afeiçoei ainda mais à Sírhion e a seu povo, que passou a me aceitar mesmo depois da ruína que eu e meu grupo havíamos trazido para eles.
Posso dizer que, embora ame meu antigo lar, esta floresta se tornou também um lar para mim, nesses últimos cinco anos. E posso dizer que aqui ganhei um de meus mais valiosos amigos, o rei Coran. No entanto, ontem acordei pela noite após ter um pesadelo terrível, do qual não me lembro. Mesmo assim, eu sei que um novo mal se aproxima. Meus temores foram confirmados pela visita que recebemos hoje. O Senhor dos Ventos está nesse momento conversando com o rei, e chegou com uma expressão pesada. Temo pelo destino do povo de Sírhion e de meus amigos, e pelo meu próprio destino. E, embora tente não demonstrar, temo ainda mais pelo destino do rei. Pois sinto algo como uma nuvem negra se aproximar do povo de Corellon. Só posso esperar que possamos servir novamente as forças da luz, eu e meus companheiros... para que este lugar de paz que eu passei a amar tanto e toda Elgalor jamais sejam tocados novamente por alguém que deseje seu mal.
Astreya Anathar.
Na verdade, três dias haviam se passado desde a nossa entrada na Cidadela de Cristal. Coran salvara aquilo que restara de seu povo e os transportara a um lugar seguro graças a alguns túneis subterrâneos e portais existentes em Sírhion, e passara o resto do tempo lutando contra os lacaios do assassino de seu pai, que partira com o Tomo que havia sido resgatado por nós, graças novamente a um disfarce, que utilizara o próprio Coran como isca para nos enganar. Eu o tratei para que seu corpo, debilitado pela falta de comida e água e por inúmeros ferimentos, não cedesse. Mal podíamos imaginar que, de um encontro trágico como esse, uma importante e valiosa aliança se formaria entre o novo rei de Sírhion e guardião da Lâmina de Gelo - a poderosa espada do rei Bremen - e nosso grupo.
Após a morte do Cavaleiro Negro, responsável principal pelo roubo dos Tomos, já que procurava com o poder destes ascender à divindade e destruir seu principal inimigo, o deus maligno Vecna, eu me ofereci para ficar no reino de Sírhion, e sanar pelo menos um pouco da perda que havíamos inadvertidamente causado a seu povo. A culpa que ainda se apoderava de meu coração demorou a ir embora, mas se dissipou mais rápido do que eu pensava. Juntamente ao rei Coran, recuperei os registros históricos principais do reino de Sírhion que haviam sido destruídos. Por várias vezes, tive que reescrever capítulos inteiros, que o rei me narrava pacientemente da melhor forma que conseguia. Foi assim que conheci a história do povo de Sírhion, do rei Bremen e de sua rainha, para minha surpresa, uma meio-elfa barda como eu, que ajudara o rei a livrar-se de uma poderosa maldição imposta a ele por uma drow. Foi assim que me afeiçoei ainda mais à Sírhion e a seu povo, que passou a me aceitar mesmo depois da ruína que eu e meu grupo havíamos trazido para eles.
Posso dizer que, embora ame meu antigo lar, esta floresta se tornou também um lar para mim, nesses últimos cinco anos. E posso dizer que aqui ganhei um de meus mais valiosos amigos, o rei Coran. No entanto, ontem acordei pela noite após ter um pesadelo terrível, do qual não me lembro. Mesmo assim, eu sei que um novo mal se aproxima. Meus temores foram confirmados pela visita que recebemos hoje. O Senhor dos Ventos está nesse momento conversando com o rei, e chegou com uma expressão pesada. Temo pelo destino do povo de Sírhion e de meus amigos, e pelo meu próprio destino. E, embora tente não demonstrar, temo ainda mais pelo destino do rei. Pois sinto algo como uma nuvem negra se aproximar do povo de Corellon. Só posso esperar que possamos servir novamente as forças da luz, eu e meus companheiros... para que este lugar de paz que eu passei a amar tanto e toda Elgalor jamais sejam tocados novamente por alguém que deseje seu mal.
Astreya Anathar.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Loreena Mckennitt, uma Musa Antiga
Hoje trago a vosso conhecimento uma grande barda e musicista que muito admiro, a talentosa Loreena Mckennitt.
Loreena, além de tocar perfeitamente a harpa, um de meus instrumentos favoritos, e o piano, é uma excelente compositora e uma magistral cantora. A cada uma de suas viagens, Loreena compõe uma variedade de canções e reinventa melodias folclóricas clássicas que refletem as nuances da cultura e diversidade dos locais que visitou. Muitas foram suas jornadas, e a cada retorno, elas nos presenteia com aquilo que faz de melhor: sua música. Recentemente, descobri que Loreena perdeu seu amado em um naufrágio, o que a fez trabalhar em prol de resgates marítimos e segurança nas viagens aquáticas, por meio de uma fundação que ele iniciou e mantem até os dias atuais.
Para que saibam mais sobre esta excelente barda, visitem seu espaço que é de fato muito belo e acolhedor: www.quinlanroad.com - vale a pena visitá-la e conhecer mais sobre ela e sua obra.
Como o trabalho de Loreena é muito extenso e esta humilde barda não consegue escolher apenas uma ou duas canções para representá-lo, logo tocarei para vosso deleite outras canções desta ótima trovadora, em oportunidades futuras. Por hora, trago duas belas melodias para harpa compostas pela Musa Antiga:
La Serenissima - Loreena Mckennitt
Between the shadows - Loreena Mckennitt
Que a serenidade de tais canções possa acompanhar-vos em vossas jornadas...
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Diário de Astreya
Parece que faz décadas desde que deixei as areias de Kamaro junto com um grupo de mercadores e guerreiros para procurar o destino que minha mãe havia vislumbrado para mim. Suas palavras foram vagas e obscuras; eu deveria procurar um homem chamado Evan, pois isso seria de grande importância para mim, e, dizia ela, para muitos outros. Mesmo achando estranha aquela previsão de minha mãe, eu sabia que ela jamais errara.
Hoje vejo que ela realmente estava certa.
Além de Evan, o paladino, que infelizmente nos deixou, eu encontrei ainda outros companheiros: Oyama, Aramil, Bulma, Erol e Hargor. Eu imagino se estão bem, e o que estão fazendo. Pois, apesar de sermos um grupo improvável, juntos procuramos pelos Tomos dos Cânticos Profanos tentando impedir que fossem abertos por mãos erradas. Juntos corremos contra o tempo e contra aqueles que tentavam nos matar. Foi assim que chegamos aqui, em Sírhion.
Lembro-me ainda do homem que nos procurou, querendo nos contratar como um grupo de escolta até a ilha que comportava um importante reino élfico. Lá estava a Cidadela de Cristal, localização provável de um dos Tomos que procurávamos. O homem apresentou-se como um erudito e historiador que estava interessado no secular reino da distante ilha – Sírhion – e na posição de seu Rei, Bremen Bhael, em relação aos humanos. Sabendo de nosso intuito em ir até lá por meio de conversas com os capitães do porto da cidade onde estávamos, ele pediu que o levássemos conosco, e nos ofereceu uma boa quantia em dinheiro. Hargor o examinou, colocando-o sobre o efeito de uma magia que não permite que sejam contadas mentiras. O historiador parecia estar sendo sincero. Assim, partimos com ele. Jamais dissemos qual era nosso intuito e objetivo em Sírhion, e ele também não nos perguntou. Ao fim da viagem, estávamos todos confiantes de que ele era realmente o que dizia ser.
Ao chegar, fomos melhor recepcionados do que esperávamos. Apesar de, inicialmente, os elfos de Sírhion terem permitido apenas a entrada dos elfos e meio-elfos de nossa comitiva em seu território, seu tratamento para conosco foi cordial. Ao contrário dos elfos de Sindhar, estes não possuíam tanto desagrado em relação à raça humana, e, após sermos levados até a presença do Rei Bremen e termos explicado nossos motivos para estar ali, ele permitiu que todo o nosso grupo e o historiador que nos acompanhava entrassem em seu reino.
Quanto ao nosso objetivo de entrar na Cidadela de Cristal, isto nos foi concedido. O Rei nos explicou que, caso houvesse quaisquer traços de maldade ou malícia em nossos propósitos em relação à Cidadela, estes seriam detectados por seus guardiães, os Leões de Mármore, poderosos gárgulas mágicos que serviam aos elfos. Assim, ele nos deixaria entrar por nossa própria conta e risco, pois na pior das hipóteses seríamos detidos pelos Leões. Ao saber que possuíamos em mãos um ritual para lacrar o Tomo profano que ele e seu povo guardavam na Cidadela, e que precisávamos levá-lo até um local sagrado específico para realizá-lo, o rei Bremen desejou que tivéssemos boa sorte e cuidado em nossa contenda. O historiador declarou que não possuía nenhum interesse na Cidadela, e que desejava apenas conversar com o rei. Assim, partimos, sendo escoltados por Coran, o capitão da guarda, um sério guerreiro élfico que havia nos acompanhado até ali, a pedido do próprio Bremen.
Coran nos levou e avisou que o tempo passava de maneira diferente na Cidadela, e nos aconselhou a não permanecer dentro dela por muitas horas. Os leões permitiram a nossa entrada, mas mesmo assim quiseram testar nossas capacidades e corações, ao perceberem quais eram nossos objetivos. No entanto, no meio de tal teste, as criaturas perturbaram-se. Disseram que um grande mal havia surgido na floresta, e que seus nobres guardiães, os elfos, estavam sofrendo as conseqüências. Dizendo isso, desapareceram. Encontramos o Tomo rapidamente com o intuito de sair da Cidadela, mas descobrimos que sua entrada estava, de alguma maneira, lacrada, provavelmente pelos leões. Ali permanecemos por algumas horas, impotentes, até que percebemos que a porta da Cidadela se abria.
Para nosso alívio vimos Coran, o elfo que nos acompanhara, mas sua expressão estava tensa, e logo sentimos um cheiro de fogo e mata queimada. Coran rapidamente nos contou que Sírhion estava sob ataque, pois o historiador que nos acompanhava havia transformado-se em um arqui-diabo e invocado centenas de lacaios, e estava no momento lutando com seu pai - na verdade, Coran era filho de Bremen. Ele nos pediu que lhe déssemos o Tomo, pois era sua obrigação, naquele momento e como filho do rei, protegê-lo juntamente a nós. Atordoados pela culpa e confusão, entregamos o Tomo a Coran. Mas ele - Coran - logo depois desapareceu como mágica...
Continua...
Hoje vejo que ela realmente estava certa.
Além de Evan, o paladino, que infelizmente nos deixou, eu encontrei ainda outros companheiros: Oyama, Aramil, Bulma, Erol e Hargor. Eu imagino se estão bem, e o que estão fazendo. Pois, apesar de sermos um grupo improvável, juntos procuramos pelos Tomos dos Cânticos Profanos tentando impedir que fossem abertos por mãos erradas. Juntos corremos contra o tempo e contra aqueles que tentavam nos matar. Foi assim que chegamos aqui, em Sírhion.
Lembro-me ainda do homem que nos procurou, querendo nos contratar como um grupo de escolta até a ilha que comportava um importante reino élfico. Lá estava a Cidadela de Cristal, localização provável de um dos Tomos que procurávamos. O homem apresentou-se como um erudito e historiador que estava interessado no secular reino da distante ilha – Sírhion – e na posição de seu Rei, Bremen Bhael, em relação aos humanos. Sabendo de nosso intuito em ir até lá por meio de conversas com os capitães do porto da cidade onde estávamos, ele pediu que o levássemos conosco, e nos ofereceu uma boa quantia em dinheiro. Hargor o examinou, colocando-o sobre o efeito de uma magia que não permite que sejam contadas mentiras. O historiador parecia estar sendo sincero. Assim, partimos com ele. Jamais dissemos qual era nosso intuito e objetivo em Sírhion, e ele também não nos perguntou. Ao fim da viagem, estávamos todos confiantes de que ele era realmente o que dizia ser.
Ao chegar, fomos melhor recepcionados do que esperávamos. Apesar de, inicialmente, os elfos de Sírhion terem permitido apenas a entrada dos elfos e meio-elfos de nossa comitiva em seu território, seu tratamento para conosco foi cordial. Ao contrário dos elfos de Sindhar, estes não possuíam tanto desagrado em relação à raça humana, e, após sermos levados até a presença do Rei Bremen e termos explicado nossos motivos para estar ali, ele permitiu que todo o nosso grupo e o historiador que nos acompanhava entrassem em seu reino.
Quanto ao nosso objetivo de entrar na Cidadela de Cristal, isto nos foi concedido. O Rei nos explicou que, caso houvesse quaisquer traços de maldade ou malícia em nossos propósitos em relação à Cidadela, estes seriam detectados por seus guardiães, os Leões de Mármore, poderosos gárgulas mágicos que serviam aos elfos. Assim, ele nos deixaria entrar por nossa própria conta e risco, pois na pior das hipóteses seríamos detidos pelos Leões. Ao saber que possuíamos em mãos um ritual para lacrar o Tomo profano que ele e seu povo guardavam na Cidadela, e que precisávamos levá-lo até um local sagrado específico para realizá-lo, o rei Bremen desejou que tivéssemos boa sorte e cuidado em nossa contenda. O historiador declarou que não possuía nenhum interesse na Cidadela, e que desejava apenas conversar com o rei. Assim, partimos, sendo escoltados por Coran, o capitão da guarda, um sério guerreiro élfico que havia nos acompanhado até ali, a pedido do próprio Bremen.
Coran nos levou e avisou que o tempo passava de maneira diferente na Cidadela, e nos aconselhou a não permanecer dentro dela por muitas horas. Os leões permitiram a nossa entrada, mas mesmo assim quiseram testar nossas capacidades e corações, ao perceberem quais eram nossos objetivos. No entanto, no meio de tal teste, as criaturas perturbaram-se. Disseram que um grande mal havia surgido na floresta, e que seus nobres guardiães, os elfos, estavam sofrendo as conseqüências. Dizendo isso, desapareceram. Encontramos o Tomo rapidamente com o intuito de sair da Cidadela, mas descobrimos que sua entrada estava, de alguma maneira, lacrada, provavelmente pelos leões. Ali permanecemos por algumas horas, impotentes, até que percebemos que a porta da Cidadela se abria.
Para nosso alívio vimos Coran, o elfo que nos acompanhara, mas sua expressão estava tensa, e logo sentimos um cheiro de fogo e mata queimada. Coran rapidamente nos contou que Sírhion estava sob ataque, pois o historiador que nos acompanhava havia transformado-se em um arqui-diabo e invocado centenas de lacaios, e estava no momento lutando com seu pai - na verdade, Coran era filho de Bremen. Ele nos pediu que lhe déssemos o Tomo, pois era sua obrigação, naquele momento e como filho do rei, protegê-lo juntamente a nós. Atordoados pela culpa e confusão, entregamos o Tomo a Coran. Mas ele - Coran - logo depois desapareceu como mágica...
Continua...
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Crônicas de Elgalor - Prólogo
Bons companheiros e ilustres visitantes, é com grande alegria e honra que trago a vocês, sob a benção de Odin, as crônicas que contam a história de um valoroso grupo de aventureiros do qual tenho o privilégio de participar. Por meio dos preciosos relatos do grande Mestre dos Ventos e de algumas passagens de meu próprio diário, vocês conhecerão a história de cada um de nós, por vezes protagonistas e por vezes espectadores da saga e da missão que, pelos ventos do destino, chegou até nós...
Que a boa sorte esteja sempre convosco, bons amigos...
Astreya Anathar
As Crônicas de Elgalor- Prólogo
"Nos reinos de Elgalor sou conhecido por muitos nomes: O sábio do deserto, O Precursor da Desgraça, Aquele que Caminha no Vento ou simplesmente o Senhor dos Ventos. Após séculos apenas observando as areias do tempo escoando enquanto novos heróis vêm e vão, é chegada a hora voltar a caminhar entre os povos livres e alertá-los sobre o grande mal que há de obliterar e escravizar a todos se não for ferrenhamente combatido.
Cinco anos atrás, através de inúmeras buscas e batalhas, o nefasto Cavaleiro da Morte foi derrotado por um grupo de valentes heróis que acompanharam o rei dos Elfos da Espada, Coran Bhael, o guardião da Lâmina de Gelo. Eram eles:
Evan, o Justo, um nobre paladino
Oyama Flagelo das Feras, um vigoroso monge das montanhas setentrionais
Bulma, A Destruidora, uma feroz bárbara das Florestas do Inverno
Astreya, a Estrela do Alvorecer, uma bela barda vinda do grande deserto de Kamaro
Aramil, o Sincero, poderoso mago de Sindhar, o reino dos Altos Elfos
Erol, Lâminas Mortais, um habilidoso ranger do reino de Sindhar
Hargor Martelo de Mitral, um sábio clérigo anão do reino de Darakar
A derrota do Cavaleiro da Morte não veio sem preço, pois o nobre Evan pereceu para que o vil cavaleiro negro fosse definitivamente destruído. Contudo, a paz reinou em todos os reinos livres de Elgalor.
Até agora.
Um poder macabro foi liberado com a abertura do Tomo dos Cânticos Profanos; criaturas sinistras começaram a vagar sem medo pela noite, que passou a ser mais escura e sombria do que jamais fora. Como se guiados por uma força maior, orcs se uniram por todo o continente e declararam guerras aos reinos dos elfos e dos anões. Seres advindos do abismo clamam por sangue em ataques cada vez mais freqüentes, e as forças da luz parecem enfraquecer a cada novo anoitecer.
Todos estes acontecimentos estão interligados, e o triste é que isto é apenas o começo. O grande mal por trás de tudo ainda nem sequer se moveu.
Os heróis que derrotaram o Cavaleiro da Morte se dispersaram há cinco anos; Astreya passou a viver no reino élfico de Sírhion, junto ao nobre e sábio rei Coran Bhael, como sua barda real. Oyama e Hargor viajaram até o reino de Darakar para combater um culto do Deus do Massacre, liderado por minotauros, Bulma voltou para sua terra natal onde exigiu a liderança de seu povo e Erol e Aramil retornaram em honra para Sindhar.
Hoje, me encontro com o rei Coran e lhe explicarei todo sobre o Tomo dos Cânticos Profanos que se encontra aberto e bem guardado na Torre dos Desesperos nas Terras Sombrias. Explanarei também sobre a profecia que conta sobre o retorno de dois grandes avatares de Gruumsh, o Deus dos Orcs, assim que as cabeças de 1000 elfos, 1000 anões e a vida de um rei de cada raça for oferecida em sacrifício.
Rogo que os Grandes Reis deixem suas diferenças de lado e marchem juntos com todo seu exército rumo às Terras Sombrias quando chegar a hora. Rogo para que os grandes heróis desta era se reúnam novamente, e mesmo sem seu líder, sejam capazes de lacrar o Tomo dos Cânticos Profanos.
Rogo para que ainda tenhamos tempo..."
Trecho do diário do Senhor dos Ventos
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Carmina Burana, o cancioneiro dos monges
Os mosteiros e conventos sempre foram famosos por suas atividades musicais, como a formação de coros e composição de canções de cunho religioso para louvar aos deuses ou a Deus, no caso de religiões monoteístas. No entanto, eles também foram importantes depósitos da cultura popular e da obra de grandes estudiosos e sábios, graças aos famosos monges copistas, que passavam para o pergaminho as inúmeras obras que encontravam com o intuito de preservá-las para a posteridade.
Os Carmina Burana são textos poéticos encontrados em um mosteiro, sendo parte de em um importante manuscrito antigo que compreendia 315 composições poéticas em 112 folhas de pergaminho decoradas. Há muito tempo atrás, Carl Orff, um bardo e erudito, teve acesso a esse manuscrito, e, encantado com seu conteúdo, resolveu musicalizar algumas de suas passagens.
Tanto a obra musical de Orff como os manuscritos originais continham poesias e canções de temas diversificados, como o amor, o sagrado e o profano, a moral e assuntos de cunho mais mundano, como o divertimento e o vinho. O tema principal que perpassa tais obras, no entanto, é a instabilidade da vida humana. Tanto que um dos desenhos centrais dos pergaminhos encontrados por Orff é a famosa roda da fortuna, uma alegoria à constante mudança entre boa e má sorte pela qual passamos em nossas jornadas por este e outros mundos...
Trago a vocês a impressionante canção de abertura e fechamento da obra de Orff,
Uma impactante melodia para acompanhar a luta de Gandalf, o branco!
Uma releitura deveras bela e interessante desta canção foi feita pelo grupo de bardos e artistas Era, em sua canção The Mass, criada para acompanhar um conto da saga de uma bela cavaleira e seu grupo e de um jovem rei...:
sábado, 1 de maio de 2010
Vangelis, o bardo de Vólos
Foi quando eu era ainda muito pequena que conheci o trabalho do grande bardo Vangelis. Suas músicas já serviram como inspiração para grandes navegadores, estudiosos das estrelas e até místicos e sábios...
É dito que este grande compositor começou a escrever suas próprias canções aos 4 anos de idade, tornando-se um autodidata da música. E embora durante parte de sua carreira não tivesse grande conhecimento para ler ou escrever partituras, seus maiores entusiastas costumam dizer que a música flui de sua alma, não precisando ser colocada em pergaminhos...
De qualquer maneira, este é um bardo que vale a pena ser ouvido, pela originalidade e beleza de suas composições. Trago a vós uma canção relativamente conhecida, mas que sempre vale a pena ser ouvida ainda mais uma vez por seu tom épico e transcendental. E se nunca a ouviste, fico feliz de proporcionar-te esta chance...
Vangelis - Conquest of Paradise - uma canção épica que acompanhou o conto de um bravo navegador...
É dito que este grande compositor começou a escrever suas próprias canções aos 4 anos de idade, tornando-se um autodidata da música. E embora durante parte de sua carreira não tivesse grande conhecimento para ler ou escrever partituras, seus maiores entusiastas costumam dizer que a música flui de sua alma, não precisando ser colocada em pergaminhos...
De qualquer maneira, este é um bardo que vale a pena ser ouvido, pela originalidade e beleza de suas composições. Trago a vós uma canção relativamente conhecida, mas que sempre vale a pena ser ouvida ainda mais uma vez por seu tom épico e transcendental. E se nunca a ouviste, fico feliz de proporcionar-te esta chance...
Vangelis - Conquest of Paradise - uma canção épica que acompanhou o conto de um bravo navegador...
Assinar:
Postagens (Atom)