Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

sábado, 25 de junho de 2011

As Crônicas de Elgalor Capítulo VIII: A Guerra dos Reis (Parte 5)


Boa tarde, nobres aventureiros! É com grande satisfação que vos trago mais um capítulo das Crônicas de Elgalor. Sem mais delongas, espero que apreciem! Boa leitura e que os ventos da fortuna vos acompanhem.

As Crônicas de Elgalor Capítulo VIII: A Guerra dos Reis (Parte 5)

Por ODIN.

A porta dourada do grande salão real de Darakar se abriu. Respeitosamente, Hargor adentrou aquele que era o mais nobre e honrado de todos os salões do reino dos anões.
- Eu Hargor, filho de Darukan, o saúdo, grande rei – disse o clérigo fazendo uma reverência – trago comigo Coran Bhael, o Valente, filho de Bremen e rei de Sírhion, e Thingol Shaeruil, o Dourado, rei de Sindhar e Alto Rei de todos os elfos.
Coran e Thingol fizeram uma mesura em sinal de respeito e seguiram logo atrás de Hargor.
- Erga-se, bravo filho de Darakar – soou uma voz grave e poderosa – aproximem-se e sintam-se todos à vontade. Temos muito o que discutir - obviamente, aquela era voz de Balderk I, o Grande Rei dos Anões, e considerado, quase que de forma unânime, o mais poderoso guerreiro de toda Elgalor.
Balderk I estava usando sua armadura de batalha prateada e seu manto cinza chumbo. Sua longa e espessa barba branca estava bem penteada e presa em tranças com pequenas fivelas de prata, e ao seu lado jazia o Arauto das Tempestades, o poderoso machado de Balderk I, e um dos três grandes tesouros dos anões. Balderk possuía ombros largos e constituição robusta, até para os padrões dos anões. Mesmo tendo pouco mais de 1,50 metros de altura, seu semblante sério e experiente parecia esconder, atrás de sua imagem de austeridade, uma fúria capaz de colocar de joelhos até mesmo os mais cruéis gigantes do fogo. O Salão Real era adornado por diversas armaduras e armas perfeitamente criadas nas forjas dos mestres ferreiros de Darakar, e o trono era todo feito em mitral e adornado com runas discretas em outro e prata, que davam a ele um aspecto sóbrio e imponente. Logo no centro existia uma bela mesa retangular de ônix com seis lugares. No local apontado para Hargor, haviam dois rolos de pergaminhos, um pequeno pote de tinta e uma pena prateada. Balderk I levantou de seu trono e assumiu uma cabeceira da mesa central. Thingol Shaeruil assumiu a outra e Coran Bhael sentou-se à frente de Hargor.
- Como sabes, lorde Balderk – começou Thingol Shaeruil – temos menos de dois dias para realizar os preparativos para esta pequena, porém importante guerra. Portanto, vamos direto ao ponto.
- Eu estava apenas a vossa espera, Alto Rei de Sindhar – respondeu Balderk em tom austero e frio; ele era um homem que gostava de resolver seus assuntos de maneira rápida e direta, mas não admitia que alguém tentasse lhe dar ordens, muito menos em sua Casa – eu já tenho um local onde podemos realizar o combate de maneira honrada e nos preparar para a emboscada óbvia que iremos sofrer.
- O que tens em mente? – perguntou Coran percebendo que Thingol já demonstrava sinais de aborrecimento por não ter sido consultado a respeito daquilo.
- O Vale do Escudo Partido, onde travamos juntos uma guerra contra o último “rei demônio” dos orcs cerca de 300 anos atrás – respondeu o rei dos anões – meu povo possui passagens e túneis secretos que podem deslocar facilmente nossos homens em menos de um dia de Darakar até lá, e ainda estaremos sob as proteções mágicas das 7 Barreiras dos Antigos.
- Conheço o local e posso levar meu exército até lá sem sua ajuda – respondeu Thingol – e como este é um lugar bastante afastado de meu povo, e bem conhecido pelo seu, não me oponho a realizar o combate ali.
- E quanto a você, lorde Coran – perguntou Balderk ao rei de Sírhion ignorando o tom hostil de Thingol.
- Conheço a região pelos registros deixados por nossos povos – respondeu Coran – mas acho o local próximo demais de Darakar – poderia ser arriscado para seu povo.
- Estabelecemos barreiras poderosas com o trabalho árduo de nossos construtores e clérigos nos últimos 200 anos – disse Balderk de maneira séria mais muito mais cortês do que o tom que costumava usar quando conversava com Thingol – estaremos bem.
- Meus exércitos marcharão pelo leste – respondeu Thingol – Bheleg os conduzirá através da Floresta dos Elementais e pelas Planícies do Sol. Eles estarão lá em cerca de um dia e meio.
- Completamente expostos – apontou Balderk – no caminho E no local da batalha.
- Nem os orcs seriam estúpidos de julgar que iríamos até lá sem nossos exércitos, Senhor dos Anões – respondeu Thingol – seria tolo achar que estaríamos ocultos estando apenas encobertos por túneis escuros e algumas proteções mágicas menores.
- Menores!? – rugiu Balderk golpeando a mesa – Talvez, Thingol Shaeruil, você devesse...
- O que Thingol quis dizer – apressou-se Coran antes que a situação fugisse do controle – é que os únicos locais que sabemos estar seguramente protegidos contra observações mágicas são Darakar, Sírhion e Sindhar. Eu enviarei os Cavaleiros da Lua de Sírhion em seus pégasos pelo oeste, atravessando o mar de Prata. Bheleg e eu levaremos apenas um quinto de nossas forças, deixando a maioria de nossos homens para proteger Sírhion e Sindhar caso nossos reinos sejam atacados.
- E a magia de Thingol fará com que esta pequena força pareça substancialmente maior para eventuais espiões e observadores – concluiu Balderk ainda com vontade de fechar os dedos no pescoço de Thingol pelo comentário arrogante do rei de Sindhar.
- Farei um acordo com os espíritos da Floresta dos Elementais – completou Thingol sem preocupação alguma por ter ofendido Balderk – estou certo de que nos ajudarão. Após nós dois derrotarmos o avatar de Gruumsh, nossos exércitos esmagarão seus homens, não importa quantos orcs ele traga consigo.
- “Nós dois” – disse Balderk propositalmente fingindo uma pequena gargalhada – Isto será um combate entre guerreiros, mago! Mesmo eu sei que na tentativa de garantir que não haja interferência, os porcos usarão barreiras mágicas que colocarão um conjurador em completa desvantagem.
- Eu agradeço-te por compartilhar teus vastos conhecimentos sobre magia arcana, ANÃO – disse Thingol de maneira claramente depreciativa – mas a decisão sobre quem irá representar os elfos não te diz respeito algum!
- Esta é a segunda vez que me enfurece, ELFO – disse Balderk fazendo um gesto para que Coran não tentasse novamente apaziguar a situação – controle sua língua tola, pois da terceira vez sua provocação não será respondida apenas com palavras!
- Guarde sua fúria para Skarr ou para aqueles que o temem, Balderk de Darakar – respondeu Thingol encarando ou rei dos anões – EU sou o Alto Rei dos Elfos e irei representar meu povo.
- Você é um idiota arrogante que um dia ainda vai ter a cabeça separada do pescoço – respondeu Balderk – mas realmente, a decisão é sua. Eu exijo apenas a primazia do combate. Se quiser lutar com Skarr primeiro, marcaremos...
- Não será necessário – respondeu Thingol antecipando o que Balderk obviamente diria – Se quiser, pode lutar primeiro. Não me importo.
Dito isto, Thingol se levantou e virou as costas para deixar o Salão Real.
- Vejo vocês no Vale do Escudo Partido em dois dias – disse o alto elfo sem sequer se virar.

Coran fez uma mesura e saiu logo em seguida. Balderk e Hargor se entreolharam, e ambos sentiam que dali a dois dias, aconteceria um combate sobre o qual bardos por muitos e muitos anos escreveriam canções regadas a sangue. A guerra dos reis estava para começar.

3 comentários:

  1. Tensão total.... simplesmente fantástico! Parabéns Odin, foi muito bem escrito. Obrigado Astreya por divulgar esta obra prima da literatura rpgística.

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  2. Obrigada a ti pelo interesse, nobre Clérigo!

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  3. Tenso!!!! hehehe
    Realmente muito bom, estou buscando os capítulos anteriores para me inteirar dessa saga que promete um desfecho épico (o que deve demorar um bocadinho). Meus parabéns.

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