Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Diário de Astreya

Reis não podem retornar do mundo dos mortos.

Há muito tempo foi isso que me ensinaram, quando eu, fascinada pelas histórias que me contavam sobre heróis voltando à vida, perguntei se todos nós poderíamos, então, recuperar aquelas pessoas que amávamos e que partiam. Perguntei a minha mãe, na mesma noite, porque não trazíamos minha avó Samra de volta.

“Sua avó se foi em paz, minha querida, e foi pela vontade dos deuses que sua alma deixou este mundo. Seu corpo, sua simples moradia provisória neste plano material em que tudo, uma hora ou outra, se vai, não podia mais suportar o peso dos anos. Não se deixe enganar, minha pequena Astreya – é raro que alguém possa voltar a esse mundo com o mesmo nome e com a mesma carne. As almas se renovam em roupagens através de incontáveis vidas, mas o retorno por meio da ressurreição é raro; é um milagre precioso e que nunca vem sem nenhuma conseqüência ou mesmo fardo”.

Naquela noite, conversamos sobre isso. E ela me contou a história de uma rainha que havia tentado trazer de volta seu amado rei morto em combate. Usara de todos os seus recursos, chamara de longe os clérigos mais poderosos, sábios e capazes. Rezara a mais de um deus para que estes permitissem que seu rei voltasse para ela. Mas nada funcionou. Minha mãe então me disse que os ciclos da vida devem fluir, e que um rei deve deixar a vida para que seus filhos possam continuar seu legado, para o bem ou mesmo para o mal. Essa era a lei, esse era o propósito que o destino impunha a cada homem ou mulher que assumisse a coroa e se transformasse em monarca.

A rainha, percebendo que seu amado jamais voltaria para ela, deixou que a água de uma correnteza levasse seu corpo, permitindo assim que sua alma tivesse o reencontro pelo qual ela tanto ansiava. E somente assim ela pôde ter seu desejo concedido.

Hoje eu me lembrei deste dia, e desta história. Não poderia ser diferente. Penso no rei Balderk e no orgulhoso Thingol. Pode ser que ambos, ou mesmo nenhum, encontre o mesmo destino que o rei do conto de minha mãe encontrou. É algo que não consigo vislumbrar. Parece que minha mente está mais nublada do que nunca – nenhuma visão veio para me assombrar ou aliviar. Qualquer que seja o resultado deste embate, no entanto, imagino que nossos destinos irão mudar para sempre. Isso eu sinto, e de alguma forma sei. Elgalor passa por um período de transição. E eu imagino se um reino tão fechado, e de certa forma fragilizado pelo preconceito e pela cegueira da dor, terá lugar nessa mudança. Imagino o que será de Sindhar. Imagino o que será de seu povo caso seu rei parta. Em quem poderão confiar? E o que será da princesa de Sindhar...

Ela, tão bela e diáfana, com seus cabelos de quase prata, pele alva e vestes impecáveis, parece intocável pelo tempo, pelo que se passa fora de sua floresta. O que será dessa princesa, que representa a impecabilidade de seu povo, e, ao mesmo tempo, sua fragilidade. A fragilidade daqueles que se escondem e temem os que são diferentes de si, temem demonstrar seus sentimentos... Tomará então o trono, a princesa Meliann, caso o rei Thingol, baluarte de Sindhar, parta? Espero eu que ela não tenha de carregar tamanho fardo, em meio ao caos que virá a se instaurar entre nós, caso um desses reis tombe e os desígnios do odioso deus dos orcs se cumpram.

Rezo hoje então, pelos reis Balderk e Thingol. E rezo por Coran. Tento ignorar o que o demônio da Torre do Desespero me disse, mas algo me diz que dias difíceis estão por vir. Dias que testarão toda a nossa resistência e bravura.

Que Corellon e Pelor estejam conosco...

5 comentários:

  1. Pelas minhas barbas!

    Que excelente conto, lady Astreya! Tu és uma escalda extremamente talentosa, e deveria certamente escrever mais.

    Deveria, inclusive, mostrar a todos o belo livro que está escrevendo.

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  2. Nossa, você escreve mesmo muito bem, barda.
    E que legal saber que você está escrevendo um livro. Sobre o que é?

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  3. Rhorvals Alhanadel, o Ciclone de Aço (com o Irmão insano ao lado)18 de junho de 2011 às 08:54

    Comecei a sentir falta dos diários, e devo dizer que a Astreya se superou nesse! PARABENS!!!

    Um pedido que acho que a galera iria gostar: Por que não faz os Diários serem contos de como começaram a aventura?

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  4. @Odin: obrigada, nobre senhor de Asgard! Eu gostaria mesmo de escrever mais, mas nem sempre tenho inspiração...

    @Black Knight: obrigada, caro cavaleiro negro! O livro ao qual Odin se referiu é um "projeto" muito antigo de meu alter-ego. Comecei a escreve-lo aos 15 anos de idade e desde então já o reescrevi várias vezes. É uma história de fantasia, amor, aventura... envolve uma profecia, dois amantes e os destinos interligados de cada personagem. Nada muito original, mas divertido de se escrever... talvez um dia eu possa até postar alguns capítulos por aqui, quando não tiver tanta vergonha.

    @Rhorvals: obrigada, nobre amigo Rhorvals e seu irmão insano! Que bom que gostaram do diário, eu também estive a sentir falta de escrevê-los. Tua ideia é muito boa - não sei se tenho capacidade de desenvolver algo assim, mas em breve tentarei.

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  5. Nossa, a tensão pode ser sentida a quilômetros. Muito bem escrito, Lady Astreya!

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