Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

As Crônicas de Elgalor Capítulo VIII: A Guerra dos Reis (Parte 11)


Saudações amigos. Hoje trago-vos o incrível desfecho do combate entre Skarr e Thingol. Sem mais delongas digo-vos que leiam rapidamente; valerá muito a pena. Que os ventos da fortuna soprem sempre a vosso favor, caros aventureiros!

As Crônicas de Elgalor Capítulo VIII: A Guerra dos Reis (Parte 11)

Por ODIN.

Skarr era arrogante, mas definitivamente não era tolo ou burro. Sabia que Thingol ainda tinha algum truque escondido, e decidiu que não daria tempo para que o mago o colocasse em prática. Apesar de sua fúria assassina encobrir de forma muito eficaz a dor que sentia, Skarr se irritava ao perceber que sua mente ainda estava lenta por causa da névoa de Thingol. Esta constatação apenas aumentou a fúria do poderoso orc, que rugiu como um leão e disparou na direção de Thingol como um predador a instantes de destroçar sua presa.

Thingol sabia que além de mortalmente forte, Skarr era muito rápido; o machado do orc estaria trespassando seu corpo em poucos instantes, e nem mesmo suas magias mais poderosas seriam capazes de destruir o corpo de Skarr em um intervalo de tempo tão curto. O Alto Rei dos elfos respirou fundo tentando ignorar a tontura e fraqueza que sentia por causa do ferimento que sofrera. Thingol estendeu sua mão para Skarr e com absoluta frieza e convicção proferiu algumas palavras no idioma dos elfos. Quando Skarr estava a menos de nove metros de Thingol, ele sentiu todos os músculos e ossos de seu corpo travarem, e bruscamente parou sem conseguir mais avançar.

- MALDITO! - rosnou Skarr ainda mais furioso e frustrado por não conseguir se mover – meu cinturão... deveria me proteger... disto...
- E protegeria – respondeu Thingol friamente – SE sua mente não estivesse entorpecida por causa de minha névoa.
Apesar de estar próximo demais de Skarr, Thingol sabia que simplesmente andar para trás iria abrir ainda mais seus ferimentos, e ele não poderia se dar ao luxo de conjurar mais uma magia para se afastar de Skarr magicamente pois ele se arriscava a desmaiar de exaustão a cada novo encantamento que conjurava por causa do sangramento constante que drenava rapidamente suas energias. Ele teria que terminar aquilo agora.
- Quando eu ... colocar as mãos em você... – rosnou Skarr reunindo toda sua força de vontade para se libertar – você vai implorar pela morte...
- Cale-se verme – disse Thingol sentindo uma forte vertigem enquanto estendia novamente sua mão na direção de Skarr – cale-se e morra!

Com a mão estendida e totalmente aberta, Thingol começou a recitar um encantamento no idioma dos elfos. Apesar de seus esforços, ele não foi capaz de esconder a grande dor que sentia e os mais atentos percebiam que as pernas do rei élfico já começavam a tremer por causa da fraqueza. Aquela certamente seria sua última magia.
O ar ao redor de Skarr começou a se tornar frio e lentamente congelou completamente o chão e os pés do feroz orc enquanto pequenos cristais de gelo começaram a se formar ao redor dele.
- HAHAHA – gargalhou Skarr com desprezo – acha... que uma prisão de gelo vai... ser capaz de me matar?
- Não – respondeu secamente Thingol – mas isto vai.
Subitamente, os cristais de gelo começaram a se multiplicar e a crescer; em poucos instantes, Skarr estava cercado por centenas, e depois por milhares de cristais do tamanho de punhais, e tão afiados quanto. Ao ver aquilo, Skarr rugiu e novamente tentou se libertar.

Mas não conseguiu.
- Morra! – disse Thingol lentamente fechando sua mão.
Quando a mão de Thingol se fechou completamente, todos os cristais de gelo se lançaram contra o corpo de Skarr, perfurando impiedosamente cada centímetro do seu corpo. Skarr urrou de dor enquanto sentia as lâminas de gelo atravessarem seus olhos, rins, pulmões e cada fibra de seu corpo.

- Muito bom – admitiu o rei Balderk a seus guerreiros enquanto assistia atentamente à batalha – pensei que Thingol não seria capaz de sair dali vivo, mas parece que o desgraçado realmente sabia o que estava fazendo.

- Nossa, esta deve ter doído muito – disse Oyama enquanto gargalhava – eu já estava quase apostando minha barba que Thingol não veria o sol nascer amanhã, mas...
- Se Skarr conseguir se libertar antes de morrer por causa de sua fúria, o elfo realmente não vai ver o sol nascer amanhã – disse Bulma em um tom sombrio e preocupado.
- Cale a boca, Bulma – respondeu Hargor em um tom seco e hostil, que demonstrava que ele também pensara naquilo.

- Isso, meu pai! – disse Meliann quase sentindo pena de Skarr, mas aliviada ao ver que seu pai detinha o controle da situação.
- Ainda não terminou – observou Bheleg ainda tenso – mas a vitória certamente será de nosso rei.
- Tenho fé nisso, Bheleg – disse Astreya ainda tensa enquanto apertava com força a mão de Coran.
- Evan, mantenha-se a postos – disse Coran observando atentamente os últimos momentos do combate – assim que Skarr tombar, seu exército irá cair como uma tempestade sobre nós.
- Estamos todos prontos – respondeu o paladino meio elfo – e tenho certeza que os guerreiros de Bheleg e de Balderk também estão.
Bheleg apenas assentiu com a cabeça, enquanto tentava observar Meliann e Thingol ao mesmo tempo.

- Pelos deuses – disse Elenna impressionada com os gritos de Skarr, mas extremamente atenta ao estado de Thingol – o rei está quase perdendo a consciência, mas ele certamente mandará este orc imundo para o inferno antes de dobrar os joelhos. Mas uma coisa eu não consegui entender até agora...
- Apenas uma? – respondeu Aramil com o habitual desinteresse.
- Hahaha, muito engraçado, senhor dos insuportáveis – respondeu Elenna em tom de deboche – Por que o rei não permitiu que meu tio Bheleg ou mesmo Coran lutassem em seu lugar? Não haveria desonra alguma se ele fosse representado por seu general ou por outro rei dos elfos.
- Muito bem... – disse Aramil se virando para a jovem sobrinha de Bheleg – você não vai parar de me incomodar com este assunto, não é?
- Não – respondeu a jovem – porque eu sei que você, ao contrário dos outros, sabe de alguma coisa.
- O rei na verdade já sabia sobre o desafio antes que eu e meus seguidores o alertassem sobre tudo – disse Aramil em um tom pensativo – quando chegamos em Sindhar, ele já havia feito quatro rituais de adivinhação que lhe garantiram muitas informações sobre os pontos fortes e fracos de Skarr, além de outra informação bastante preocupante.
- Que era... – questionou Elenna sentindo seu coração palpitar cada vez mais rápido.
- Que Skarr era poderoso demais – continuou Aramil – que ele certamente mataria Coran ou Bheleg caso um dos dois o enfrentasse em combate singular. De acordo com os oráculos do rei, o único guerreiro em Elgalor que teria uma chance de vitória contra Skarr era Balderk I. Thingol, como o mago mais poderoso de Elgalor, tinha uma chance pequena, porém real, de derrotar Skarr. E isto já era muito mais do que Coran ou Bheleg teriam. Em toda sua sabedoria e compaixão, Thingol não desejava que Sírhion perdesse mais um rei, mesmo levando em conta as desavenças recentes entre ele e Coran.
- E quanto a meu tio...? – perguntou Elenna sentindo seus olhos se encherem de lágrimas.
- O rei tem grande apreço por seu tio – respondeu Aramil – mas a razão principal que fez com que Thingol desejasse proteger Bheleg foi o fato do rei ter percebido os sentimentos de Meliann em relação a seu tio. Thingol sabia que se ele fosse derrotado, Meliann se entristeceria muito, mas não seria capaz de observar a dor que sua filha sentiria ao perder o homem que ama.
- E como você sabe de tudo isso? – perguntou Elenna enxugando os olhos.
- O rei me explicou parte disso pouco depois da reunião com Coran Bhael – disse Aramil – quando me confiou uma espécie de “testamento”, que deveria ser seguido à risca caso ele perecesse neste combate.
- O que não vai acontecer – respondeu Elenna sorrindo. Como todo elfo de Sindhar, Elenna tinha grande admiração e orgulho de seu rei, mas a história de Aramil fez com que estes sentimentos crescessem ainda mais – pois assim que nosso exército acabar com o exército de porcos de Skarr, voltaremos todos para casa.
- Sim... –disse Aramil com um sorriso – Nós...
- O que foi? – perguntou Elenna ao ver a mudança brusca no semblante de Aramil.
- Cale-se! – gritou o mago voltando imediatamente os olhos para a arena.

- DES...GRAÇADO! - urrou Skarr em seus últimos momentos de vida, enquanto sentia sua carne e órgãos serem rasgados pelos cristais de gelo – VOCÊ... VAI MORRER!
- Só depois de você, verme – respondeu Thingol em um tom solene, que contrastava totalmente com o estado debilitado em que o mago se encontrava.
- AARRRRGH! – Gritou Skarr ainda tentando futilmente se libertar do encanto paralisante de Thingol, que na verdade era a única coisa que ainda mantinha o orc ereto.

Quando estava praticamente morto, Skarr sentiu seu braço direito formigar. Ele já estava cego, pois seus dois olhos haviam sido perfurados várias vezes pelas lâminas de gelo, mas seu olfato aguçado ainda funcionava minimamente bem. Reunindo toda sua fúria e se guiando pelo cheiro do sangue de Thingol, Skarr arremessou seu machado contra o rei dos elfos.

Thingol sabia que aquilo poderia acontecer, mas não tinha mais forças para reagir. Mantendo os olhos bem abertos e com o semblante calmo e digno que sempre mantivera durante sua vida, o altivo e orgulhoso Alto Rei dos elfos encarou o machado de Skarr, e não piscou ou sentiu medo em momento algum.

E com a virtude e dignidade dos Grandes Reis de tempos antigos, Thingol Shaeruil foi partido ao meio pelo impiedoso e certeiro machado de Skarr.

5 comentários:

  1. Leonardo Viera Andrade1 de setembro de 2011 às 10:21

    Muito bom! Não canso de dizer que o Odin se supera em cada crônica!

    Eu sábia! O Bheleg é a paixão secreta da Meliann! Eu devia ter feito uma aposta, só que agora é tarde, mas mesmo assim acertei!

    A explicação do Aramil e a morte do Thingol de alguma forma me lembraram a morte do Vardalon.

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  2. Oh, dor! Acho que essa foi a sessão mais triste da minha vida. Nem consegui dormir depois de tanta depressão (fui eu que perdi com o Thingol). E ainda para ajudar estava passando Conan, o Destruidor no Telecine de madrugada, um filme sobre um bárbaro... sem comentários universo irônico e sádico.

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  3. Realmente essa sessão foi muito tensa! Apesar de ter sido triste eu lembro de como nós estávamos esperando por esse momento... foi um jogo e tanto...

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  4. hahahahahah, eu joguei com o Skarr nesse dia.
    fiquei chateado por não ter vencido o Bheleg, mas derrotar Thingol foi algo que eu não esperava, tive muita sorte com os dados nessa disputa.

    Foi legal Skarr vencer uma, mudou totalmente a situação do jogo e a auto estima dos "vilões".

    Essa foi uma das sessões mais emocionantes que já joguei!

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  5. Grato, bons amigos!

    Fico feliz que tenham gostado. Senti certo receio em escrever este capítulo porque os personagens principais ficaram totalmente em segundo plano, mas isto será resolvido muito em breve.

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