Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

domingo, 12 de dezembro de 2010

Postagem número 100: As Crônicas de Elgalor - Capítulo 27: Todos prontos



As Crônicas de Elgalor - Capítulo 27: Todos prontos
Por ODIN.

Em Elgalor, ressurreições são acontecimentos raros e extremamente complexos; clérigos são capazes de trazer alguém de volta à vida alguns instantes depois que esta pessoa pereceu, mas na maioria dos casos, apenas os deuses decidem quando uma alma deve retornar ao plano material. Os critérios de decisão que são usados por eles são desconhecidos por mortais e até pelos mais experientes clérigos. A única coisa que se sabe de fato é que poucas pessoas retornam da morte, e aquelas que o fazem passam por um longo período de tempo servindo direta ou indiretamente sua divindade patrona.

- Perdão, mas isso tudo parece conveniente demais – disse Hargor enquanto conjurava uma magia que envolveu o guerreiro e sua montaria em um círculo de luz branca.
- Sou obrigado a concordar com o anão – completou Aramil apontando seu cajado para o lobo do guerreiro, paralisando-o totalmente.
- O que vocês estão fazendo? – perguntou Astreya.
- Nos certificando de que não seremos empalados por uma lança ou devorados por um lobo enquanto estivermos lutando – respondeu Hargor – Se ele realmente for quem diz ser, este círculo não irá lhe causar mal nenhum.
- É ele – disse Bulma – reconheço o cheiro dos dois.
- Que sofisticado... – ironizou Aramil – Hargor...
- Quem é você, e o que faz aqui? – perguntou o anão ao guerreiro, sabendo que dentro da área de sua magia divina, ele não seria capaz de mentir sem que isto ficasse muito evidente.
- Sou Evan – respondeu ele calmamente – um paladino que voltou para lutar ao lado de seus amigos novamente, embora ainda não saiba exatamente contra o que.
- Como chegou até aqui tão rápido? – perguntou Aramil ainda não completamente convencido – uma criatura nojenta que parecia um cruzamento de Oyama com um goblin nos disse que alguém com a sua descrição resgatou alguns mercadores humanos e rumou para a direção oposta a que estamos agora.
- Quer mais uma pedrada na cabeça, mago? – disse Oyama em tom de deboche.
- Isto, Aramil – continuou o paladino – é a parte realmente estranha. Eu sabia que vocês estariam indo para a Torre do Desespero graças a uma mensagem de um homem chamado Senhor dos Ventos. Quando deixei os mercadores em um pequeno vilarejo de Kamaro, decidi tentar encontrar a Torre.
- O Senhor dos Ventos trouxe você aqui, Evan? – perguntou Astreya.
- Não - respondeu o meio elfo – foi outra pessoa. Uma jovem cigana, de roupas vermelhas e longos cabelos castanhos. Ela disse que eu não avançaria muito nas Terras Sombrias viajando sozinho, e que minha lança seria um “farol” chamando todos os monstros da região. Além disso, ela disse que vocês não chegariam à Torre sem que pelo menos dois morressem no caminho. A menos que obtivessem ajuda.
- Pessoal... – disse Tallin
- Espere! – respondeu Aramil – foi a tal cigana que criou esta névoa que trouxe você?
- Sim – disse Evan – Agora solte meu lobo, Aramil.
Aramil fez um gesto simples com a mão e o lobo de Evan começou a se mover novamente.
- Bem vindo de volta, amigo – disse Oyama apertando a mão do paladino convencido de que ele realmente era quem parecia – agora vamos apenas esperar que os deuses liberem a alma do Erol e teremos o grupo todo junto novamente.
- Eu já ia lhes perguntar sobre isso quando percebi que Erol não estava com vocês – disse Evan – O que houve com ele?
Astreya explicou sucintamente tudo o que ocorrera no antigo reino dos elfos silvestres e o confronto fatal com Thurxanthraxinzethos, omitindo apenas a parte em que Bulma acidentalmente matara Erol.
- Este monstro pagará caro! – disse Evan apertando com força o cabo de sua lança.
- Sim, ele vai! – disse Bulma enfaticamente – E talvez o desgraçado esteja dentro da Torre junto com o tal demônio.
- O guardião... – disse Evan – o Senhor dos Ventos mencionou algo sobre ele.
- Pessoal – gritou Tallin - querem ficar quietos por um instante e olhar para o leste?
Todos se viraram instintivamente e não acreditaram no que seus olhos lhes mostravam.

A menos de quinhentos metros, envolta por sombras vivas que serpenteavam incessantemente, jazia um imenso pilar. Negro, distorcido e impenetrável. A Torre do Desespero.
- Como? - disse Hargor perplexo.
- A névoa que nos envolveu nos trouxe para cá – disse Astreya tentando explicar para si mesma o que havia ocorrido – da mesma forma que trouxe Evan até nós.
- Quem é esta cigana? – perguntou Aramil extremamente perturbado – Como ela conseguiu nos teletransportar para tão perto?
- De que isso importa? – disse Oyama – Vamos logo. Depois perguntamos se ela quer entrar para o grupo e preencher a vaga de mago.
- Cale a boa, seu idiota! – gritou Aramil em meio aos risos de Oyama.
- Evan, o que o Senhor dos Ventos disse sobre o guardião? – perguntou Hargor.
- Que deveríamos ouvir o que o rei Thingol disse à Aramil – respondeu o paladino meio elfo – esta, segundo ele, será nossa melhor defesa.
- O Alto Rei Thingol disse que o demônio não está fisicamente dentro da Torre – explicou Aramil – mas que ele controla tudo lá dentro, da estrutura física da Torre às criaturas que existem lá. O rei Thingol me deu amuletos que irão anular o controle que o demônio tem sobre as paredes e chão da torre por onde passarmos, mas o maior perigo, segundo ele, não era este.
- E qual era? – perguntou Tallin.
- Este local é chamado Torre dos Pesadelos por um motivo – continuou Aramil – ela tem um poder muito grande de afetar nossas mentes, e o demônio guardião parece ser um mestre neste tipo de “arte”. O rei Thingol disse que nossas proteções mágicas serão inúteis lá dentro, e que, apesar do demônio não poder se manifestar fisicamente na Torre, ele pode abrir diversos portais, e VAI tentar fazer com que entremos em um destes. Não preciso dizer o que acontece caso alguém passe por um portal que leva a Pandemônio, não é?
- Não, não precisa – disse Evan – você tem amuletos para todos nós, Aramil?
- Sim – respondeu o mago – o rei Thingol, sabendo que esta missão seria empreendida por muitos não elfos, sabia que os amuletos poderiam se quebrados ou perdidos de forma estúpida, por isso, me deu vários sobressalentes.
- Quanta gentileza a dele – disse Hargor.

Aramil entregou a todos um amuleto, feito em ouro com o símbolo de uma lua crescente. Mais confiantes pelo retorno de seu antigo líder, os heróis de Elgalor avançaram. Sabiam que enfrentariam horrores e terríveis pesadelos, um demônio astuto e quase invencível e talvez até mesmo Thurxanthraxinzethos. Ainda assim, caminhavam com a convicção de que TODOS sairiam juntos dali.

E longe dali, uma misteriosa e bela jovem observava tudo atentamente em sua bola de cristal...

Um comentário:

  1. Um... uma pitada de Ravenloft... ciganos e uma névoa estranha. Que mais vem pela frente?

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