Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

sábado, 6 de agosto de 2011

As Crônicas de Elgalor Capítulo VIII: A Guerra dos Reis (Parte 9)


Saudações, nobres viajantes. Venho aqui esta noite para publicar ainda mais um emocionante capítulo das Crônicas de Elgalor. Que os ventos da fortuna vos acompanhem, e boa leitura!

As Crônicas de Elgalor Capítulo VIII: A Guerra dos Reis (Parte 9)

Por ODIN.

Assim que a lâmina do machado de Balderk atingiu o rosto do furioso Skarr e trespassou o crânio do monstruoso orc, houve um momento de silêncio tão intenso no Vale do Escudo Partido que para alguns foi possível ouvir o corpo sem vida de Skarr cair pesadamente no chão. Balderk permaneceu olhando atentamente o corpo de seu inimigo derrotado, e quando seus instintos lhe asseguraram de que aquilo não era nenhum truque ou engodo do orc, o poderoso rei dos anões ignorou a dor intensa de seus ferimentos, ergueu seu machado com orgulho e gritou com toda a força de seus vigorosos pulmões:
- POR DARAKAR!!!

“Por Darakar”, ecoaram as vozes de mais de mil anões por todo o vale em comemoração à vitória de seu Grande Rei. Os elfos também comemoraram, embora de forma mais comedida, pois a vitória de Balderk reforçava ainda mais a fé que possuíam em seu alto Rei e campeão, Thingol Shaeruil, o mais poderoso arqui-mago de toda Elgalor. Em meio às ovações, os orcs permaneceram rosnando e vaiando, praguejando inclusive que havia existido trapaça por parte dos anões no confronto. Neste meio tempo, a redoma que envolvia e protegia a “arena” sumiu, e o corpo de Skarr foi envolvido por um turbilhão de chamas negras e vermelhas.

Balderk deixou a arena e se aproximou de Thingol, que assistia tudo de perto isolado de seu povo.
- Esta barreira possui alguma coisa estranha, como você já deve ter notado – disse Balderk ao rei dos elfos.
- Sim – respondeu Thingol.
- O veneno no machado daquele porco – continuou Balderk fazendo um sinal com a mão para que nenhum de seus soldados se aproximasse – é muito forte. Minha vista está embaçada e mal consigo permanecer de pé.
- O que quer dizer com isso? – perguntou Thingol com os braços cruzados e um forte ar de indiferença – quer que eu peça a meus clérigos para curá-lo?
- O que eu quero, seu arrogante maldito – explodiu Balderk em um acesso de fúria – é que você reconsidere e coloque Coran ou Bheleg no seu lugar. Aquela redoma drena lentamente nossa energia, e acima de tudo, ela foi feita para barrar boa parte dos SEUS encantamentos. Ela foi feita para conter você, maldito, e não a mim!
- Está perdendo seu tempo, rei dos anões – respondeu Thingol sem sequer refletir sobre as palavras de Balderk.
- Se o machado dele teve força para abrir a ombreira de minha armadura – tentou argumentar Balderk – o que acha que vai fazer com seus ossos, elfo?
- Parabéns por sua vitória, Balderk – disse Thingol ao anão enquanto caminhava em direção à arena.
- Espero que você morra, maldito – disse Balderk em tom baixo para que apenas Thingol ouvisse – mas eu não gostaria que fosse aqui ou pelas mãos deste verme. Espero que você tenha algum plano realmente MUITO bom.

Enquanto Balderk caminhava para perto de seu povo, que comemorava vigorosamente, os elfos começaram a ficar mais calados, preocupados com o que aconteceria a seguir.

- Se Balderk I venceu – disse Meliann a Astreya e a Bheleg – Skarr está morto e meu pai não terá que lutar.
Evan e Coran olharam para a bela princesa de Sindhar, e notaram que nem mesmo ela estava acreditando naquelas palavras. As mãos de Meliann tremiam intensamente, por mais que ela tentasse esconder
- Tenha fé – disse Astreya à princesa – Tenha fé.
- Eu deveria estar lá – desabafou Bheleg como se estivesse falando sozinho – representando meu rei e meu povo.
- A decisão foi dele – disse Coran – como Astreya disse, tudo que podemos fazer agora é ter fé.
- Meu pai.... – disse Meliann debruçando suavemente a cabeça no ombro de Bheleg – meu pai vai vencer!
- Este é o espírito – disse Evan com confiança.

No momento em que Balderk voltou ao flanco guardado pelos anões, foi recebido com grande alegria por seus soldados, e os clérigos se apressaram a curar os ferimentos de seu amado rei. Todavia, logo perceberam que seus encantamentos de cura não surtiam efeito.
- Maldição! – praguejou Hargor ao lado de Oyama e Durin, o filho de Balderk, enquanto eles se aproximavam – parece que os ferimentos continuarão abertos até que Skarr seja destruído pela segunda vez, ou até que estes combates terminem.
- O que não fará diferença nenhuma para estes vermes – disse Durin – mesmo neste estado, meu pai ainda pode matar quatro dezenas de orcs.
- Eu não duvido – disse Oyama coçando a barba – mas acho que para estes orcs chegarem perto de Balderk, vão precisar passar por cima de umas duas centenas de guerreiros anões.
- Verdade – respondeu Durin com uma risada.
- Olhem – interrompeu Hargor – Thingol chegou à arena, e a redoma se formou novamente.

Neste momento, todos fizeram silêncio, inclusive os orcs. No momento em que Thingol pisou dentro da área da arena de combate, a redoma de energia novamente se formou, e os símbolos no chão começaram a brilhar. Uma coluna de chamas negras surgiu do chão, e Skarr emergiu das chamas. Ele estava curado dos ferimentos causados por Balderk, mas seu corpo parecia ter recebido centenas de chibatadas, uma provável punição por seu fracasso em matar o rei dos anões.
- Finalmente resolveu aparecer, princesa... – disse Skarr em tom provocativo a Thingol, enquanto se aproximava lentamente do arqui-mago. Skarr ignorava completamente a dor que as chibatadas ainda deviam lhe causar, e em seu rosto exibia um largo e sádico sorriso.
- Para um porco que acabou de ser abatido e depois chicoteado, você está sorrindo demais, não acha? - respondeu Thingol com sua costumeira arrogância e frieza.
- Você não vai estar tão “altivo” depois que eu arrancar sua pele, elfo desgraçado! – rosnou Skarr, visivelmente irritado pelo tom presunçoso de Thingol – Esta barreira bloqueia qualquer tipo de meio mágico de fuga ou entrada de anjos ou o que quer que você queira chamar enquanto eu estiver mastigando seus ossos. Você está morto, e sabe disso.

Meliann não podia ouvir a conversa de seu pai com Skarr, mas ao ver o monstro a cerca de três metros de Thingol, ela começou a tremer e sentir uma terrível vertigem.
- Vou mandar levá-la de volta – disse Bheleg percebendo o estado da princesa.
- Não! – gritou ela se afastando dele por um momento – Não... eu preciso ficar...
Pouco depois Meliann novamente se aproximou dos braços de Bheleg, e ao ver a aflição da princesa, Astreya agradeceu a todos os deuses por Coran não precisar estar dentro daquela redoma.

- Você está MORTO! – gritou Skarr se posicionando a frente de Thingol, erguendo lentamente seu imenso machado que respingava gotas de sangue fétido – Tudo aqui está contra você.

Thingol nada respondeu. Segurando seu cajado, ele apenas olhava para Skarr com o mais absoluto desprezo.
- Você não passa de um pedaço de lixo – respondeu Thingol de forma fria e calma – Poupe-me de suas tentativas esdrúxulas e patéticas para me intimidar e vamos começar logo com isso.
Skarr sentiu todas as gotas de seu sangue explodirem em ódio naquele momento. A arrogância dos elfos sempre o incomodara, mas a postura de Thingol parecia ser mais do que ele poderia suportar. Naquele momento, ele jurou para si mesmo que desmembraria e devoraria de forma lenta e dolorosa o corpo daquele maldito rei, e faria o mesmo com cada elfo que cruzasse seu caminho.
- Depois que matar você – disse Skarr de forma quase bestial, pois estava entrando em seu estado de fúria assassina – até meus deuses sentirão pena de sua filha quando eu e meus cinco mil guerreiros tivermos terminado com ela!
Neste momento, a expressão fria de Thingol se desfez instantaneamente, dando lugar a uma ira que poucos em Elgalor já tiveram o infortúnio de presenciar.
- Não vou apenas destruir você – disse Thingol de forma fria, mas com as palavras carregadas com o mais absoluto ódio – irei rasgar sua alma pútrida em mil pedaços de forma que nem mesmo os deuses poderão juntá-la. Hoje, verme, você vai conhecer o verdadeiro significado da palavra dor.

Skarr rosnou, e dominado por um frenesi de batalha completamente sanguinário, se lançou contra Thingol.

3 comentários: