Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal!!!!

Mesmo com a impossibilidade de instalar a internet em meu lar (ainda...), não poderia deixar de conseguir uma brecha nesta data especial para desejar a todos um FELIZ NATAL!!!!!!!!

Caros leitores, que muitas bençãos se derramem sobre todos nós! Desejo a vós muito amor, paz, harmonia e felicidade! Que esta data seja um sinônimo de alegria para todos.

Deixo-vos com duas de minhas canções natalinas favoritas...


Angels we have heard on high - Andrea Bocelli


A clássica e belíssima Adeste Fidelis, por Andrea Bocelli


Que os ventos da boa aventurança soprem em vosso favor, bravos aventureiros! (Se havia Natal em Dragonlance, aqui também temos!)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Um feliz retorno!

Olá, caros amigos e visitantes! Deixo-lhes um pequeno pergaminho apenas para avisar de nosso retorno a blogosfera depois de um período de muita alegria!

Logo novas canções, novos posts e novos capítulos das Crônicas de Elgalor voltarão a povoar meu humilde cancioneiro (assim que nossos alter-egos possuirem internet em seu lar!). Agradecemos muito a nossos amigos por todo o apoio e carinho, e especialmente a Frodo que fez um post sobre o nosso enlace aqui!


Portanto, voltem para mais novidades e novas canções no Cancioneiro em breve!


Que os ventos do amor soprem a favor de todos vós, bravos aventureiros!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Postagem número 100: As Crônicas de Elgalor - Capítulo 27: Todos prontos



As Crônicas de Elgalor - Capítulo 27: Todos prontos
Por ODIN.

Em Elgalor, ressurreições são acontecimentos raros e extremamente complexos; clérigos são capazes de trazer alguém de volta à vida alguns instantes depois que esta pessoa pereceu, mas na maioria dos casos, apenas os deuses decidem quando uma alma deve retornar ao plano material. Os critérios de decisão que são usados por eles são desconhecidos por mortais e até pelos mais experientes clérigos. A única coisa que se sabe de fato é que poucas pessoas retornam da morte, e aquelas que o fazem passam por um longo período de tempo servindo direta ou indiretamente sua divindade patrona.

- Perdão, mas isso tudo parece conveniente demais – disse Hargor enquanto conjurava uma magia que envolveu o guerreiro e sua montaria em um círculo de luz branca.
- Sou obrigado a concordar com o anão – completou Aramil apontando seu cajado para o lobo do guerreiro, paralisando-o totalmente.
- O que vocês estão fazendo? – perguntou Astreya.
- Nos certificando de que não seremos empalados por uma lança ou devorados por um lobo enquanto estivermos lutando – respondeu Hargor – Se ele realmente for quem diz ser, este círculo não irá lhe causar mal nenhum.
- É ele – disse Bulma – reconheço o cheiro dos dois.
- Que sofisticado... – ironizou Aramil – Hargor...
- Quem é você, e o que faz aqui? – perguntou o anão ao guerreiro, sabendo que dentro da área de sua magia divina, ele não seria capaz de mentir sem que isto ficasse muito evidente.
- Sou Evan – respondeu ele calmamente – um paladino que voltou para lutar ao lado de seus amigos novamente, embora ainda não saiba exatamente contra o que.
- Como chegou até aqui tão rápido? – perguntou Aramil ainda não completamente convencido – uma criatura nojenta que parecia um cruzamento de Oyama com um goblin nos disse que alguém com a sua descrição resgatou alguns mercadores humanos e rumou para a direção oposta a que estamos agora.
- Quer mais uma pedrada na cabeça, mago? – disse Oyama em tom de deboche.
- Isto, Aramil – continuou o paladino – é a parte realmente estranha. Eu sabia que vocês estariam indo para a Torre do Desespero graças a uma mensagem de um homem chamado Senhor dos Ventos. Quando deixei os mercadores em um pequeno vilarejo de Kamaro, decidi tentar encontrar a Torre.
- O Senhor dos Ventos trouxe você aqui, Evan? – perguntou Astreya.
- Não - respondeu o meio elfo – foi outra pessoa. Uma jovem cigana, de roupas vermelhas e longos cabelos castanhos. Ela disse que eu não avançaria muito nas Terras Sombrias viajando sozinho, e que minha lança seria um “farol” chamando todos os monstros da região. Além disso, ela disse que vocês não chegariam à Torre sem que pelo menos dois morressem no caminho. A menos que obtivessem ajuda.
- Pessoal... – disse Tallin
- Espere! – respondeu Aramil – foi a tal cigana que criou esta névoa que trouxe você?
- Sim – disse Evan – Agora solte meu lobo, Aramil.
Aramil fez um gesto simples com a mão e o lobo de Evan começou a se mover novamente.
- Bem vindo de volta, amigo – disse Oyama apertando a mão do paladino convencido de que ele realmente era quem parecia – agora vamos apenas esperar que os deuses liberem a alma do Erol e teremos o grupo todo junto novamente.
- Eu já ia lhes perguntar sobre isso quando percebi que Erol não estava com vocês – disse Evan – O que houve com ele?
Astreya explicou sucintamente tudo o que ocorrera no antigo reino dos elfos silvestres e o confronto fatal com Thurxanthraxinzethos, omitindo apenas a parte em que Bulma acidentalmente matara Erol.
- Este monstro pagará caro! – disse Evan apertando com força o cabo de sua lança.
- Sim, ele vai! – disse Bulma enfaticamente – E talvez o desgraçado esteja dentro da Torre junto com o tal demônio.
- O guardião... – disse Evan – o Senhor dos Ventos mencionou algo sobre ele.
- Pessoal – gritou Tallin - querem ficar quietos por um instante e olhar para o leste?
Todos se viraram instintivamente e não acreditaram no que seus olhos lhes mostravam.

A menos de quinhentos metros, envolta por sombras vivas que serpenteavam incessantemente, jazia um imenso pilar. Negro, distorcido e impenetrável. A Torre do Desespero.
- Como? - disse Hargor perplexo.
- A névoa que nos envolveu nos trouxe para cá – disse Astreya tentando explicar para si mesma o que havia ocorrido – da mesma forma que trouxe Evan até nós.
- Quem é esta cigana? – perguntou Aramil extremamente perturbado – Como ela conseguiu nos teletransportar para tão perto?
- De que isso importa? – disse Oyama – Vamos logo. Depois perguntamos se ela quer entrar para o grupo e preencher a vaga de mago.
- Cale a boa, seu idiota! – gritou Aramil em meio aos risos de Oyama.
- Evan, o que o Senhor dos Ventos disse sobre o guardião? – perguntou Hargor.
- Que deveríamos ouvir o que o rei Thingol disse à Aramil – respondeu o paladino meio elfo – esta, segundo ele, será nossa melhor defesa.
- O Alto Rei Thingol disse que o demônio não está fisicamente dentro da Torre – explicou Aramil – mas que ele controla tudo lá dentro, da estrutura física da Torre às criaturas que existem lá. O rei Thingol me deu amuletos que irão anular o controle que o demônio tem sobre as paredes e chão da torre por onde passarmos, mas o maior perigo, segundo ele, não era este.
- E qual era? – perguntou Tallin.
- Este local é chamado Torre dos Pesadelos por um motivo – continuou Aramil – ela tem um poder muito grande de afetar nossas mentes, e o demônio guardião parece ser um mestre neste tipo de “arte”. O rei Thingol disse que nossas proteções mágicas serão inúteis lá dentro, e que, apesar do demônio não poder se manifestar fisicamente na Torre, ele pode abrir diversos portais, e VAI tentar fazer com que entremos em um destes. Não preciso dizer o que acontece caso alguém passe por um portal que leva a Pandemônio, não é?
- Não, não precisa – disse Evan – você tem amuletos para todos nós, Aramil?
- Sim – respondeu o mago – o rei Thingol, sabendo que esta missão seria empreendida por muitos não elfos, sabia que os amuletos poderiam se quebrados ou perdidos de forma estúpida, por isso, me deu vários sobressalentes.
- Quanta gentileza a dele – disse Hargor.

Aramil entregou a todos um amuleto, feito em ouro com o símbolo de uma lua crescente. Mais confiantes pelo retorno de seu antigo líder, os heróis de Elgalor avançaram. Sabiam que enfrentariam horrores e terríveis pesadelos, um demônio astuto e quase invencível e talvez até mesmo Thurxanthraxinzethos. Ainda assim, caminhavam com a convicção de que TODOS sairiam juntos dali.

E longe dali, uma misteriosa e bela jovem observava tudo atentamente em sua bola de cristal...

sábado, 4 de dezembro de 2010

As Crônicas de Elgalor - Capítulo 26: Evan, o Justo


É com muito alegria que hoje, no dia do casamento de meu alter-ego com Odin (que eu conheci graças ao RPG, então não poderia haver homenagem melhor a este dia), trago-vos o vigésimo sexto capítulo das Crônicas de Elgalor. Agradeço de coração a todos os que nos parabenizaram por nosso dia e a todos que vem nos acompanhando até aqui. Vocês tornaram nosso caminho ainda mais feliz. Obrigada, amigos e companheiros de jornada!

(O capítulo 27 também sairá em um post programado na próxima semana).

As Crônicas de Elgalor - Capítulo 26: Evan, o Justo


O encontro com Skarr, o escolhido de Gruumsh havia sido tenso; dentro de três dias, uma grande batalha entre o misterioso orc e os Grandes Reis dos anões e elfos provavelmente ocorreria. Os aventureiros avançavam cautelosamente dentro das Terras Sombrias, tentando focar-se em sua missão imediata. Contudo, a mensagem de Skarr deveria ser entregue por eles, e ninguém conseguia prever as conseqüências que um embate daquelas proporções traria.

- Como se já não tivéssemos problemas o bastante, agora aparece esse orc gigante querendo desafiar os grandes reis – disse Tallin enquanto todos caminhavam juntos e com as armas em mãos.
- Tudo bem – respondeu Oyama – quero mesmo ver o rei Balderk arrancar o couro deste animal.
- Sim – respondeu Hargor sério, porém sem esconder o orgulho que sentia – apesar disto evidentemente se tratar de uma armadilha, Skarr não terá chance contra o mais poderoso rei que Darakar já teve.
- Humph – praguejou Tallin olhando para os lados – grande coisa. Dizem que Balderk é o guerreiro mais poderoso de Elgalor, mas nunca o vi cruzar lâminas com Coran Bhael ou com Bheleg Aldalen.
- Por mais habilidosos que sejam o rei de Sírhion e o mestre de armas de Sindhar – retrucou Hargor zangado – eles ainda não são tão poderosos quanto o rei Balderk, elfa. Da mesma forma que Thingol de Sindhar é o arquimago mais poderoso de Elgalor, Balderk é o guerreiro mais formidável. Isto é indiscutível.
Antes que Tallin tentasse derrubar o argumento de Hargor, todos notaram que Aramil subitamente havia parado de andar.
- O que foi, elfo? – perguntou Bulma impaciente – já está cansado de novo?
- Cale-se – disse Aramil friamente- Astreya! – chamou o mago.
- Diga, Aramil – respondeu a barda se virando para trás, já sabendo do que se tratava.
- Me entregue a corneta - disse o mago com autoridade – ela irá para Sindhar.
- Não – respondeu a barda – levarei a corneta para Sírhion e a entregarei ao rei Coran.
- O duelo é entre o ALTO REI dos elfos, meio humana – gritou Aramil furioso – apenas o rei Thingol. Quando isso acabar, a corneta irá comigo para Sindhar, nem que eu tenha que...
- Tomá-la de mim à força, Aramil? – perguntou a barda.
- Você não faz idéia do que isto significa, tola – respondeu Aramil ignorando a pergunta de Astreya - Independente de quem uma meio humana como você chama de rei, isto é um assunto dos elfos. Esta não é a primeira vez na história em que um campeão de Gruumsh desafia um rei élfico, e o desafio deve ser respondido apenas pelo alto rei de nosso povo. Ninguém mais!
- Mesmo que ele morra, visto que este duelo será claramente desvantajoso para conjuradores – perguntou Astreya tentando persuadir Aramil – Este orgulho de vocês altos elfos ainda vai causar muita dor para todos nós!
- Apenas o Alto Rei pode lutar – respondeu Aramil secamente – uma meio humana não tem direito algum de sequer opinar sobre o assunto. Deixar que alguém lute em seu lugar? Thingol jamais submeteria seu povo a esta humilhação frente à Corellon. Além do mais, o que a faz pensar que Coran Bhael se sairia melhor apenas porque sabe brandir uma espada?
- Pode ter certeza – gritou Astreya – que eu sou a última pessoa no mundo que quer ver Coran lutando com aquele monstro!
- Mas... – disse a barda em um tom mais moderado – Ele já fez mais por nós todos do que Thingol ou qualquer outro rei. Seria errado simplesmente ignorá-lo e entregar a corneta à Thingol sem nem mesmo falar com ele. Se fizer isso, estarei traindo sua confiança...
- Você é uma tola, Astreya – interrompeu Aramil – Será que é tão difícil resistir aos impulsos idiotas de seu lado humano, barda?
- Chega! – gritou Hargor segurando firme seu martelo – resolvam isso depois!

Mal o anão terminou de falar e uma densa névoa cinzenta encobriu todos eles.
- O que é isso? – gritou Bulma – Surgiu totalmente do nada!
- E é diferente da névoa escura de antes – observou Oyama – esta névoa é mais clara, e muito mais densa.
- Nós estamos completamente cercados por ela – gritou Tallin, notando que agora eles não enxergavam nada ao redor, e mal podiam ver uns aos outros.
- A névoa está repleta de magia – disse Aramil erguendo seu cajado – preparem-se, pois alguma coisa está vindo.
Lentamente, a névoa que envolvera os aventureiros começou a se dissipar, e todos viram a sombra de um guerreiro carregando uma lança, montado em um grande lobo atroz, de pelo branco como a neve.
- Não pode ser! – gritou Astreya – Evan?
- Não acredito... – disse Oyama quando a névoa se dissipou completamente. O guerreiro à frente deles era um meio elfo de cabelos negros mal cuidados e barba por fazer. Trajava uma armadura de batalha sem nenhum adorno ou símbolo e carregava uma lança, perfeitamente construída em um metal claro como prata, que emanava uma forte luz dourada por todo seu cabo e lâmina.

- Você morreu quando derrotamos o Cavaleiro Negro – disse Bulma ainda não acreditando em seus olhos – eu mesma acendi a pira que usamos para queimar seu corpo!
- Sei que deve ser difícil acreditar, mas eu ressuscitei a cerca de seis dias – respondeu o guerreiro desmontando de seu lobo – Lutei ao lado dos paladinos e guerreiros de Bahamut, o Dragão de Platina durante todo esse tempo em Celéstia. Há uma grande guerra acontecendo nos planos superiores, mas por alguma razão, Bahamut e Heironeous decidiram que minha presença seria mais necessária em Elgalor, por isso, fui enviado para cá.
- Sério? – disse Tallin tentando sutilmente arrancar mais informações – E como é o pós- vida?
- Na verdade, moça – disse o guerreiro com formalidade pois ainda não conhecia a elfa – me lembro de muito pouco do que ocorreu lá, e quanto mais me esforço para lembrar, mais me esqueço.

Continua...


Uma pequena homenagem ao nosso enlace! Voltamos após o dia 16 de dezembro!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Canções Natalinas II - Metal Christmas!

Pois os metaleiros também comemoram o Natal. E para o Within Temptation, ao invés de entregar presentes, o Papai Noel acaba com dragões e Rudolph é Ragnagord, o ovelord rena do mal.





We’re gonna have a Gothic Christmas:
That is what we’ll do.
We’re gonna have a Gothic Christmas:
Hope you’ll have one too.

Santa’s going to wear a black dress;
Just for me and you.
Santa’s going to grunt in Latin;
And slay a dragon or two.

Rudolph, he will change his name,
’Cause “Rudolph” just sounds really lame—
Now we’ll call him Ragnagord,
The evil reindeer overlord.

His nose it shall be red no more—
It will be blackened to the core.
His eyes will glow an evil glow,
To guide the chariot through the snow …

We want to wish you a Gothic Christmas.
We want to wish you a Gothic Christmas.
We want to wish you a Gothic Christmas.
We want to wish you a Gothic Christmas.

We’re gonna have a Gothic Christmas:
That is what we’ll do.
We’re gonna have a Gothic Christmas:
Hope you’ll have one too.

We want to wish you a Gothic Christmas.
We want to wish you a Gothic Christmas.
We’re gonna wish you a Gothic Christmas.
Hope you’ll have a Gothic Christmas too

Manowar + Noite Feliz? Qual não foi minha alegria ao descobrir uma de minhas bandas favoritas interpretando uma música natalina!



"We wish you a Merry Christmas and a headbanging New Year!"



Caros aventureiros e visitantes: um feliz natal e um ótimo 2011 para todos!!!

sábado, 27 de novembro de 2010

As Crônicas de Elgalor - Capítulo 25: Skarr


Olá amigos! É com grande honra e alegria que vos trago o vigésimo quinto capítulo das Crônicas de Elgalor, e digo-vos que a espera compensou! Sem mais delongas, vamos a leitura!


Que os ventos da boa fortuna sempre vos acompanhem, nobres aventureiros!


As Crônicas de Elgalor - Capítulo 25: Skarr


Por ODIN.


Em meio ao solo cinzento e a escura neblina que envolvia a vastidão conhecida como Terras Sombrias, os heróis de Elgalor lutavam. Contra grandes demônios alados de pele negra e olhos amarelos, esqueletos gigantes cobertos por mantos rasgados, vermes gigantes e outros monstros que nenhum deles jamais havia visto.
- Droga! – exclamou Tallin enquanto cortava a garganta de um demônio com seus dois longos punhais prateados de lâmina curvada – É o que? A quarta vez que somos atacados do nada em menos de duas horas?
- Quinta, eu acho – gritou Oyama esmagando o crânio de outro demônio – nós não conseguimos dar vinte passos sem que apareça alguém voando da neblina ou sem que saia um bicho do chão tentando nos puxar para baixo.
- E daí? – disse Bulma com um sorriso sanguinário no rosto enquanto arrancava as asas de um demônio com as mãos – Eu não agüentava mais ficar parada.
- Neste ritmo – gritou Hargor enquanto batia furiosamente seu martelo sagrado no chão, criando uma onda de luz que transformou em pó todos os esqueletos que os cercavam – não vamos conseguir chegar à Torre do Desespero.
- Se tivéssemos um mago de verdade, ele poderia nos levar até lá – provocou Oyama enquanto derrubava outro demônio.
- Guarde sua idiotice para si mesmo, maldito! Se eu tentar nos teletransportar aqui, podemos aparecer debaixo da terra ou até em outro plano – disse Aramil logo após conjurar um poderoso relâmpago que destruiu três demônios que estavam atordoados pela magia sônica que Astreya havia conjurado.
- Hargor tem razão – disse Astreya se esquivando do ataque de um demônio que foi logo depois decapitado pelo machado de Bulma – precisamos avançar mais rápido.

Alguns minutos depois, o combate se encerrou. Como das outras quatro vezes anteriores, os heróis formaram um círculo onde Tallin, Oyama e Bulma montavam guarda, enquanto Hargor curava os ferimentos de todos e Astreya e Aramil usavam magias de adivinhação para tentar encontrar um rota menos cheia de demônios. Da primeira vez, eles tentaram enviar Tallin e Oyama como batedores, mas os dois foram cercados e quase mortos antes que o restante do grupo pudesse chegar para auxiliá-los. As magias de Aramil e Astreya, apesar de se mostrarem pouco eficientes, ao menos não colocavam ninguém em risco direto.
- O que é isso? – perguntou Aramil levantando a cabeça, como se tentasse enxergar um rastro invisível – Uma magia muito poderosa esta sendo conjurada perto daqui.
- Estou sentindo – respondeu Astreya – o que pode ser?
Antes que Aramil pudesse formular uma teoria, um jato de fogo rompeu do chão a cerca de cem metros deles. O jato parecia se elevar até o céu sombrio daquela região amaldiçoada, e quando ele se apagou, Tallin, que aparentemente tinha a visão mais aguçada entre todos ali gritou.
- Por Corellon... – disse a ladina se esforçando para conter o desespero avassalador que a tomou por um instante – Aramil, nos teletransporte daqui!
- O que você está vendo, mulher? – perguntou Aramil irritado por nem mesmo seus aguçados olhos élficos serem capazes de romper a névoa e enxergar o que havia assustado tanto Tallin.
- Agora! – gritou Tallin.

Após o grito da ladina, todos gradativamente começaram ver o que surgira daquela explosão de fogo. Como se fosse controlada por uma consciência sádica, a névoa lentamente se dissipou, mostrando com clareza uma imagem que gelou por um instante o coração de todos ali. Sem exceção.

No local onde o jato de fogo havia rompido, havia centenas de guerreiros orcs, trajando pesadas camisas de cota de malha enferrujadas e portando grandes machados de lâmina vermelha. À frente deles, estava aquele que claramente era o líder. Um orc de aparentemente mais de dois metros de altura, com a constituição poderosa como a de um anão, que trajava uma camisa de cota de malha negra e carregava com uma só mão um enorme machado cuja lâmina parecia banhada em sangue fresco, que pingava lentamente no chão. Para a surpresa de todos os heróis, este orc cravou seu machado no chão e começou a andar desarmado na direção deles, enquanto seu exército permanecia imóvel.

O orc caminhava de forma lenta e extremamente arrogante, como se pudesse facilmente matar todos ali com as mãos nuas. Conforme ele foi se aproximando, os heróis começaram a reparar alguns detalhes em sua aparência nefasta. Este orc não tinha o olho direito, e seu olho esquerdo era tão vermelho quanto o sangue que cobria seu machado. Sua face era marcada por uma enorme cicatriz que varava todo o lado direito de seu rosto. Seus cabelos eram negros e desgrenhados, sua pele era cinzenta e repleta de cicatrizes e queimaduras. Astreya estacou e empalideceu ao ver o sangue e a cor do único olho da enorme criatura. Ela lembrou-se imediatamente da revelação que lhe havia sido feita pela meio-elfa que havia aparecido para ela quando perdera a consciência na floresta de Elvanna. Vermelho, a cor que lhe traria sofrimento.

- Atacamos? – perguntou Oyama para os demais enquanto o líder orc ainda estava há pouco mais de cinqüenta metros.
- Sim – rosnou Bulma.
- Não! – disse Aramil – se atacarmos ele, seu exército vai avançar sobre nós no mesmo instante. Sinto magia ali. Há conjuradores escondidos em meio aos soldados.
- Então, você também acha que eles não são uma ilusão – disse Hargor.
- Não, não são – respondeu Aramil
- Não sei o que este idiota quer conosco – disse Tallin com as mãos próximas aos cabos de suas armas – mas não estou disposta a esperar para descobrir. Aramil, sei dos riscos do teletransporte, mas não pode ser pior do que enfrentar sozinhos um exército de orcs em um campo aberto.
- Sim, pode, tola – respondeu o mago de forma sombria – acredite.
- Espere... – disse Hargor olhando para seu símbolo sagrado, como se estivesse ouvindo algo – ele nos trás uma mensagem.

Pouco depois que Hargor terminou de falar, o orc chegou, parando há dez metros de distância do grupo.
- Saudações, porcos e gazelas de Elgalor – disse o orc com um sorriso sombrio no rosto – eu sou Skarr, o Escolhido de Gruumsh.
- E o que quer conosco? – perguntou Astreya.
- Que levem uma mensagem aos seus reis covardes – respondeu Skarr em um tom rude a ameaçador – dentro de três dias, Gruumsh, o Senhor dos Orcs propõe um desafio.
- “Desafio” – repetiu Hargor demonstrando claramente o ódio que sentia.
- Sim – continuou Skarr olhando friamente para o anão – Eu duelarei com o rei de cada uma de suas raças imundas. Anões e elfos. Vocês escolhem o local, e nós escolhemos os termos.
- Que seriam... – perguntou Aramil como se não estivesse levando aquilo a sério.
- Combate homem contra homem sem a interferência de nenhuma força externa dentro de uma arena – respondeu Skarr – isso se houver homens entre suas raças medíocres.
- E por que os reis devem aceitar seu desafio, poderoso Skarr? – questionou Tallin com sarcasmo na voz.
- Porque se não o fizerem – respondeu Skarr com um sorriso malicioso – A contagem de corpos do lado de vocês vai aumentar MUITO.
- Explique melhor, Skarr – disse Oyama – até onde eu sei, até um elfo mirrado como Aramil consegue colocar a sua raça suja para correr.
- Cuidado com a boca, verme – ameaço Skarr - ou levo você ainda vivo para Aqueronte comigo. Meu exército e eu não podemos ficar neste plano por muito tempo sem agredir o acordo de “não interferência” que seus deuses patéticos criaram...
- Mas se recusarmos um desafio formal feito por um representante de um deus – completou Hargor a contragosto – isso lhes dá o direito de infligir as regras momentaneamente, o que possibilitaria que você e sua corja possam vagar por este mundo.
- Exato – respondeu Skarr – o desafio é feito para seus Grandes Reis, mas se um deles não tiver coragem o bastante para aceitar, podem mandar um representante no lugar. O resultado será o mesmo.

Skarr estendeu suas duas mãos à frente, e duas grotescas cornetas vermelhas feitas de ossos surgiram.
- Entreguem isto a seus reis – ordenou o orc – quando eles estiverem prontos para morrer nas minhas mãos, basta soprar. Lembrem-se que eles podem escolher qualquer lugar em Elgalor para os combates, mas que nenhuma interferência externa será permitida dentro da arena que meu mestre criará.
Hargor estendeu a mão e pegou uma das cornetas. Aramil fez o mesmo, mas Astreya se adiantou e pegou a corneta restante. O mago elfo olhou para a barda com recriminação, mas Astreya o ignorou e guardou a corneta em sua bolsa arcana.
- Você já disse isso antes, orc estúpido – disse Aramil de forma arrogante agora que compreendera a situação – não há necessidade de repetir.
– Um dia depois da morte de seus reis, - disse Skarr abrindo um sorriso macabro - vocês todos estarão na minha câmara de tortura.
- Isso se eu não matar você primeiro – rosnou Bulma com o machado em mãos.
- Se tentar fazer isso, meus soldados e eu ganharemos mais alguns minutos aqui – disse Skarr – Quer arriscar?
- Já deu seu recado, cão – disse Aramil de forma extremamente arrogante – agora suma, pois temos mais o que fazer.
Skarr olhou furiosamente para o elfo, mas sabia que não poderia sequer encostar em um deles naquele momento sem atrair a ira de Corellon, Moradin e talvez até outros deuses. Irritado, Skarr virou as costas e começou a andar em direção a seus homens.
- Três dias, vermes – disse ele ainda de costas – três dias.
- Como vocês saberão o local do combate? – perguntou Tallin.
- Estaremos observando vocês – respondeu Skarr sem se virar – E Aramil...
- O que foi? – perguntou o Elfo.
- Há sete anos, quando vocês começaram a lutar juntos, você tinha um cavalo – disse Skarr enquanto caminhava.
- Sim – respondeu Aramil com um sorriso – o nome dele era Gruumsh. Um lembrete para que ficasse sempre claro quem monta e quem é montado.
- Você vai pagar por isso! – respondeu Skarr emitindo um rosnado – muito caro.

Neste momento, mais um jato de fogo surgiu do chão, e Skarr e seu exército desapareceram da mesma forma abrupta como surgiram.
- E agora? – perguntou Astreya, visivelmente perturbada – precisamos avisar os reis... Três dias é muito pouco tempo para algo tão grande assim!
- É proposital – disse Hargor – mas não se preocupem, com isso agora. Vamos nos concentrar em chegar vivos à Torre do Desespero. Temos ainda um longo caminho pela frente...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Haja o que houver

Em um pergaminho recente que escrevi sobre o dia comemorativo dedicado à Língua Portuguesa, trouxe uma canção de um instigante grupo de terras lusas, o Madredeus. Hoje, trago mais um trabalho deste grupo de bardos, possuidor de um lirismo tocante -Haja o que houver. Uma canção de amor que poderia muito bem ser tocada em uma taverna por uma barda apaixonada...


Haja o que houver - Madredeus

Haja o que houver
Eu estou aqui
Haja o que houver
espero por ti

Volta no vento ô meu amor
Volta depressa por favor
Há quanto tempo, já esqueci
Porque fiquei, longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor...

Eu sei quem és
pra mim
Haja, o que houver
espero por ti...

Há quanto tempo, já esqueci
Porque fiquei, longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor

Eu sei quem és
pra mim
Haja, o que houver
espero por ti...


E que donzela aventureira não fica longe de seu amado?