Trilhas sonoras de contos cinematográficos parecem ser um ótimo material para animar nossas mesas de RPG. Sendo assim venho trazer-vos esta noite uma sonoridade diferente mas belíssima: uma canção do filme Equilibrium, que conta a história de uma sociedade futura na qual todos os sentimentos são reprimidos por meio de um medicamento para, tecnicamente, conter conflitos e guerras. Nenhum cidadão pode parar de tomar tais medicamentos, e tudo que lembre a individualidade e o sentimentalismo é exterminado por agentes especializados chamados - vejam só - clérigos.
Tudo isso muda quando o mais talentoso dos clérigos - John Preston - acaba por não tomar a sua dose diária do "remédio", e começa a sentir.
Abaixo, minha canção favorita da trilha do filme, com a qual foi feito um pequeno trailer:
The Final Countdown - Lost - Klaus Badelt
"To feel. Because you've never done it you can never know it. But it's as vital as breath, and without it...without love, without anger, without sorrow, breath is just a clock...ticking."
Uma bela canção e um filme interessante.
Bem-vindos!
Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)
Astreya Anathar Bhael
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)
Astreya Anathar Bhael
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
É tempo de júbilo!
Eis que o nefasto monstro que assombrava meu alter-ego mortal (vulgo "prova para admissão em mestrado") finalmente foi vencido! Passando ou não, o importante é que as noites estudando e os dias de leitura podem finalmente ficar para trás! E para comemorar, trago-vos canções alegres e muito apropriadas da belíssima trilha sonora do mais recente conto de Robin Hood!
Merry Men - Robin Hood original soundtrack (Marc Streintenfeld)
Planting the fields - Marc Streintenfield
Para quem não assistiu esta película, já fica aqui minha recomendação. Diversão garantida para os amantes de um bom RPG medieval - arqueiros, ladinos, um frei que fabrica hidromel, e, o melhor de tudo, um bom bardo e seu alaúde!
Merry Men - Robin Hood original soundtrack (Marc Streintenfeld)
Planting the fields - Marc Streintenfield
Para quem não assistiu esta película, já fica aqui minha recomendação. Diversão garantida para os amantes de um bom RPG medieval - arqueiros, ladinos, um frei que fabrica hidromel, e, o melhor de tudo, um bom bardo e seu alaúde!
sábado, 23 de outubro de 2010
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 22: Depois da tempestade (parte 2)
Bom-dia, caros amigos e visitantes! É com grande honra e alegria que vos trago nessa tarde de sábado o vigésimo segundo capítulo das Crônicas de Elgalor, sob a benção e a pena de Odin.
Boa leitura, e que os ventos da boa sorte estejam sempre convosco!
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 22: Depois da tempestade (parte 2)
Enquanto Astreya, Hargor, Oyama e Bulma se recuperavam no reino de Sírhion, Aramil se reunia com o Alto Rei dos elfos, Thingol de Sindhar, o mais poderoso mago de toda Elgalor. Dois dias após ter seus braços restaurados, Aramil foi chamado para uma conferência com seu rei na sala do trono do Palácio da Luz, um magnífico castelo feito de pedras brancas e cristais, perfeitamente integrado às belas florestas e bosques de Sindhar, o reino dos altos elfos.
O altivo e poderoso rei Thingol era amado e respeitado por todos os altos elfos, pois vivia única e exclusivamente em prol da raça élfica. Ele seria capaz de enviar todo seu exército para resgatar um único elfo que estivesse com problemas, mas sua generosidade era extremamente seletiva; ele sentia grande desprezo por todos os “não elfos”, especialmente humanos, devido às grandes perdas que estes lhe trouxeram. Sua visão era compartilhada por todos em Sindhar, tanto que a entrada de não elfos no reino era expressamente proibida.
Thingol usava sempre mantos verdes e dourados, e uma fina coroa de ouro. Era um pouco mais alto que os outros elfos, e seu cabelo, apesar de loiro como o de todos os altos elfos, era tão claro que por vezes se assemelhava a prata. Para Balderk, o Grande Monarca dos anões, Thingol era arrogante e excêntrico, mas em Sindhar, ele representava aquilo que todo elfo deveria ser.
- Então foi isso que aconteceu desde que você deixou Sindhar para encontrar os não elfos nas montanhas dos anões – disse Thingol sentado em seu trono à Aramil, que o ouvia atentamente – Você foi escolhido para representar os elfos nesta contenda juntamente com o nobre Erol, e tem o feito muito bem, pelo que vejo. Por esta razão, eu lhe libero de teu dever.
- Fico muito honrado com vossos elogios, grande rei – respondeu Aramil fazendo uma reverência – mas sendo que o homem mais indicado para tal tarefa é o capitão Bheleg, alguém que o senhor não pode dispor no momento, acredito que eu mesmo hei de continuar carregando este fardo em nome de nosso povo.
- É muito nobre de sua parte, lorde Aramil – disse Thingol se levantando – em nome de todos os elfos eu lhe agradeço, pois sei como deve ser difícil ter trabalhar junto dos não elfos do Senhor dos Ventos.
- Mais do que pode imaginar, vossa majestade – respondeu Aramil imediatamente se lembrando de Oyama e Bulma – mas independente disso, gostaria de fazer-lhe uma pergunta.
- Faça – autorizou Thingol.
- Como foi vossa reunião com o rei Coran? – questionou Aramil.
Thingol permaneceu imóvel por um instante, como se estivesse tentando colocar tudo o que sentia em palavras sem demonstrar a grande ira que sentia.
- Ruim... – respondeu o Alto Rei por fim – muito ruim.
- Coran Bhael – continuou Thingol – assim como seu falecido pai, Bremen Bhael, partilha da filosofia de que nós elfos devemos viver em comunhão com as outras raças. Compreendo isto, tanto que por mais de seiscentos anos tentei ensinar a outros povos nosso caminho, tentei guiá-los e auxiliá-los de todas as formas possíveis. Quando os humanos nos traíram pela segunda vez, resultando na morte de meu filho mais velho e de minha amada esposa, percebi que deveríamos nos recolher, e lutar ao lado de outras raças apenas quando a ameaça de um verdadeiro apocalipse estiver pairando sobre o mundo.
- Como sinto que este momento está se aproximando – disse Thingol olhando para uma das grandes janelas de seu palácio – e sei que não podemos correr o risco de ser traídos novamente, decidi unir nossos povos. Os alto elfos, os elfos silvestres e os elfos de prata. Propus a Coran que ele se casasse com minha filha Meliann com as bênçãos do sábio e falecido rei Karanthir. Eu lideraria nossos exércitos reunidos contra a ameaça que o Senhor dos Ventos nos alertou, e depois de terminada a guerra, cederia o posto de Alto Rei à Coran, podendo finalmente partir para os reinos de Corellon com o coração em paz.
- Venceríamos esta guerra sem ter que trabalhar junto de humanos sem honra e anões tolos – disse Aramil – não precisaríamos fazer negociações, pactos, nem nos preocupar com espadas em nossas costas... Seria realmente ótimo. Nossa supremacia seria reconhecida até pelos anões, e se algum dia no futuro uma aliança fosse necessária, todos teriam que nos seguir, como deveria ter sido desde o início.
- Exato – respondeu Thingol – mas como pode imaginar, os ideais ingênuos de Coran Bhael o impediram de aceitar minha oferta.
- “Ideais” – disse Aramil revoltado – Coran Bhael é um tolo. Era evidente que ele não aceitaria uma oferta como esta.
- Aramil... – disse Thingol intrigado com a reação do mago – você sabe de algo que eu não sei?
- Não, vossa majestade – respondeu Aramil se curvando para evitar os olhos inquisidores de seu rei – nada relevante...
____________________________ // ________________________________________
Nos jardins do Palácio da Luz, a princesa Meliann, a mais bela elfa que já nascera em Elgalor, tocava em sua harpa uma melodia agradável, porém melancólica, enquanto sua melhor amiga, a jovem Elenna Aldalen, sobrinha do capitão Bheleg Aldalen, reclamava furiosa.
- Não é justo! – gritou a também bela e jovem elfa – já faz três anos que iniciei meu treinamento, e o grupo de lorde Aramil precisa de uma ladino habilidoso, mas meu tio se recusa a me deixar partir!
Entre os elfos, os ladinos são indivíduos habilidosos e altamente treinados para recuperar relíquias élficas perdidas, encontrar pessoas e explorar lugares que ninguém mais seria capaz. Diferentes da maioria dos ladinos humanos ou halflings, eles não eram movidos por cobiça de qualquer tipo, apenas pelo desejo de servir seu povo e pelo ainda mais forte desejo de conhecer novos e fantásticos locais neste processo.
- Bheleg é um bom homem – respondeu Meliann com um leve sorriso e um suspiro – depois que meu irmão morreu séculos atrás, ele assumiu o posto de mestre de armas de Sindhar, e sabe o que faz, Elenna. Se ele disse que você não está pronta, é porque não está.
- Não consigo aceitar as coisas tão bem quanto você, Meliann, por mais que gostaria – respondeu Elenna sentando-se na grama, percebendo que de nada adiantaria despejar suas frustrações nos ombros da amiga – Ele já mandou chamar uma elfa de Sírhion, uma tal de Tallin para se juntar à companhia de lorde Aramil. Mas sabe o que mais me incomoda?
- O que, Elenna? – perguntou Meliann tocando sua harpa.
- O que faremos – disse Elenna - se em algum momento não tivermos mais seu pai ou meu tio para nos proteger?
Meliann parou de tocar naquele instante. Um aperto terrível assolou seu coração, de uma maneira que a inocente elfa jamais havia sentido antes.
- Isto nunca vai acontecer, Elenna – disse Meliann com rispidez – Nunca!
Tentando afastar as sombras que temporariamente esmagaram seu coração, a bela princesa continuou a tocar, fingindo para si mesma que não notava as nuvens negras que começavam a se formar no céu de Sindhar...
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Dança com Lobos
Em tempos recentes, comentei em um post que a trilha sonora do conto "Dança com Lobos" era deveras magnífica. Venho mostrar-lhes esta noite o quanto eu não estava mentindo!
The John Dunbar theme (remix) - John Barry
The John Dunbar theme (original) - John Barry
Two Socks theme - John Barry
Que os ventos da boa música e das boas histórias sempre possam soprar em vossos corações, nobres viajantes e visitantes! Uma homenagem ao pai de meu alter-ego, que muito aprecia esta película e que sempre gostou do tema de John Dunbar. Posso dizer que a primeira canção também me lembra muito de meu pai Annastrel...
The John Dunbar theme (remix) - John Barry
The John Dunbar theme (original) - John Barry
Two Socks theme - John Barry
Que os ventos da boa música e das boas histórias sempre possam soprar em vossos corações, nobres viajantes e visitantes! Uma homenagem ao pai de meu alter-ego, que muito aprecia esta película e que sempre gostou do tema de John Dunbar. Posso dizer que a primeira canção também me lembra muito de meu pai Annastrel...
domingo, 17 de outubro de 2010
Diário de Astreya
Hoje escrevo com o corpo cansado, com a mente nublada e com o coração pesado. Minhas mãos estão trêmulas, mas isso não me impede de registrar nestas páginas tudo o que aconteceu. E eu, que sempre dei tanto valor para o registro dos fatos e de nossas memórias, gostaria de poder apagar qualquer vestígio da última batalha que tivemos de nossas mentes. Mas o que me resta agora para colocar para fora um pouco da angústia que estou sentindo são essas páginas vazias que estão sob minha pena.
De todos os combates, de todas as feridas e mortes que já presenciamos, eu nunca havia visto ou vivido nada parecido com o embate contra este demônio em forma de meio-dragão. E pensar nele me enraivece como nada nunca antes me enraiveceu. Mas o pior de tudo é que, além de ódio, eu sinto medo. Muito medo. Dois sentimentos, como minha mãe me disse uma vez, que podem minar qualquer coração, que podem minar o caráter dos mais justos e nobres homens e mulheres. Eu não posso deixar que eles me dominem por muito tempo. Por isso, a partir de hoje, devo pensar em um dia de cada vez. Nós temos uma missão a cumprir, e pessoas para ajudar. E se um dia o destino nos colocar novamente frente a frente com aquele monstro, nós selaremos a batalha que começou em Elvanna de uma vez por todas.
Thurxanthraxinzethos. Eu não fugirei de me lembrar deste nome. O nome do meio-dragão que fez com que amigos se matassem, que torturou a cada um de nós física e emocionalmente, e que, como acabo de testemunhar, abriu uma ferida difícil de reparar na pessoa que eu mais amo, obrigando-o a ver-me no estado em que me encontrava em Elvanna, e fazendo com que ele agora assuma uma posição extremada e aparentemente fria numa tentativa de me proteger. Eu sei o quanto isso o deve estar ferindo. No fundo, acredito que ele saiba que isso não adiantará em nada. Assim como eu sei que nunca poderei impedi-lo de cumprir nenhuma de suas obrigações como rei e guerreiro, por mais que deseje com todo o meu coração que ele possa simplesmente viver em paz. Isso atormenta a nós dois, mas Thurxantraxinzethos fez com que esse medo se transformasse em realidade e dor para Coran, na forma de um corpo quebrado e quase inerte na floresta do rei Karanthir. E principalmente por ter feito isso com ele, pela morte de meu amigo Erol de uma forma tão brutal, e pela dor que ele causou a todos os meus companheiros, eu jamais, jamais perdoarei esse meio-dragão do abismo.
E ainda assim, há esperança. E também nos espera mais dor e medo, mas sempre há esperança. Pois quando caí, eu pensei que não resistiria e morreria. Não havia apenas a dor que sentia por ver todos morrendo a minha volta; a dor física também se abateu sobre mim de uma maneira excruciante. Ainda assim, eu ouvi palavras de conforto. Alguém viera nos buscar e socorrer, e assim que perdi a consciência, vi também alguém esperando por mim em meio a escuridão. Uma meio-elfa. Uma mulher que chegava a me lembrar de minha mãe, mas que obviamente não era ela, e agora não me lembro mais de seu rosto. Mas eu me lembro que havia naquela figura um semblante de paz indescritível.
- Não tema e não perca tuas esperanças. Pois antes da contenda de teu grupo acabar, uma marca vermelha irá ferir teu coração de modo que tu jamais experimentaste, e de várias maneiras tal cor se transformará em teu pior pesadelo. Muitas serão as baixas e as lágrimas, e vosso mundo todo mudará. Se vós estivéreis alquebrados, no entanto, vós permitireis que todos os sacrifícios se transformem em perdas vãs. Há muitos olhando por vós, e contra vós, crianças. Se olharem para o lado certo, contudo, nada será desperdiçado.
Ela então sorriu e a imagem desapareceu, e eu simplesmente mergulhei em minha inconsciência até despertar nesse lugar que representa segurança, paz, e uma promessa de felicidade e amor para mim. O ritual de Gruumsh não se completou e estamos aqui, afinal. Posso ouvir Oyama esbravejar lá fora. Sei que devemos cumprir nossa missão, mesmo que, um a um, nós tombemos e todos os nossos anseios terminem apenas em promessa, em sonhos que nunca serão realizados, pelo menos neste plano de existência. Enquanto ainda tivermos a chance de proteger aquilo que nos é caro e aqueles que amamos, é o que devemos fazer. Se precisar, vou repetir isso todos os dias para continuar caminhando. E espero que as mulheres de Myrra estejam certas quando dizem que não há ferida que o tempo não cure.
De todos os combates, de todas as feridas e mortes que já presenciamos, eu nunca havia visto ou vivido nada parecido com o embate contra este demônio em forma de meio-dragão. E pensar nele me enraivece como nada nunca antes me enraiveceu. Mas o pior de tudo é que, além de ódio, eu sinto medo. Muito medo. Dois sentimentos, como minha mãe me disse uma vez, que podem minar qualquer coração, que podem minar o caráter dos mais justos e nobres homens e mulheres. Eu não posso deixar que eles me dominem por muito tempo. Por isso, a partir de hoje, devo pensar em um dia de cada vez. Nós temos uma missão a cumprir, e pessoas para ajudar. E se um dia o destino nos colocar novamente frente a frente com aquele monstro, nós selaremos a batalha que começou em Elvanna de uma vez por todas.
Thurxanthraxinzethos. Eu não fugirei de me lembrar deste nome. O nome do meio-dragão que fez com que amigos se matassem, que torturou a cada um de nós física e emocionalmente, e que, como acabo de testemunhar, abriu uma ferida difícil de reparar na pessoa que eu mais amo, obrigando-o a ver-me no estado em que me encontrava em Elvanna, e fazendo com que ele agora assuma uma posição extremada e aparentemente fria numa tentativa de me proteger. Eu sei o quanto isso o deve estar ferindo. No fundo, acredito que ele saiba que isso não adiantará em nada. Assim como eu sei que nunca poderei impedi-lo de cumprir nenhuma de suas obrigações como rei e guerreiro, por mais que deseje com todo o meu coração que ele possa simplesmente viver em paz. Isso atormenta a nós dois, mas Thurxantraxinzethos fez com que esse medo se transformasse em realidade e dor para Coran, na forma de um corpo quebrado e quase inerte na floresta do rei Karanthir. E principalmente por ter feito isso com ele, pela morte de meu amigo Erol de uma forma tão brutal, e pela dor que ele causou a todos os meus companheiros, eu jamais, jamais perdoarei esse meio-dragão do abismo.
E ainda assim, há esperança. E também nos espera mais dor e medo, mas sempre há esperança. Pois quando caí, eu pensei que não resistiria e morreria. Não havia apenas a dor que sentia por ver todos morrendo a minha volta; a dor física também se abateu sobre mim de uma maneira excruciante. Ainda assim, eu ouvi palavras de conforto. Alguém viera nos buscar e socorrer, e assim que perdi a consciência, vi também alguém esperando por mim em meio a escuridão. Uma meio-elfa. Uma mulher que chegava a me lembrar de minha mãe, mas que obviamente não era ela, e agora não me lembro mais de seu rosto. Mas eu me lembro que havia naquela figura um semblante de paz indescritível.
- Não tema e não perca tuas esperanças. Pois antes da contenda de teu grupo acabar, uma marca vermelha irá ferir teu coração de modo que tu jamais experimentaste, e de várias maneiras tal cor se transformará em teu pior pesadelo. Muitas serão as baixas e as lágrimas, e vosso mundo todo mudará. Se vós estivéreis alquebrados, no entanto, vós permitireis que todos os sacrifícios se transformem em perdas vãs. Há muitos olhando por vós, e contra vós, crianças. Se olharem para o lado certo, contudo, nada será desperdiçado.
Ela então sorriu e a imagem desapareceu, e eu simplesmente mergulhei em minha inconsciência até despertar nesse lugar que representa segurança, paz, e uma promessa de felicidade e amor para mim. O ritual de Gruumsh não se completou e estamos aqui, afinal. Posso ouvir Oyama esbravejar lá fora. Sei que devemos cumprir nossa missão, mesmo que, um a um, nós tombemos e todos os nossos anseios terminem apenas em promessa, em sonhos que nunca serão realizados, pelo menos neste plano de existência. Enquanto ainda tivermos a chance de proteger aquilo que nos é caro e aqueles que amamos, é o que devemos fazer. Se precisar, vou repetir isso todos os dias para continuar caminhando. E espero que as mulheres de Myrra estejam certas quando dizem que não há ferida que o tempo não cure.
sábado, 16 de outubro de 2010
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 21: Depois da tempestade (parte 1)
Boa noite, amigos e visitantes! Com grande honra, trago a vós a continuação das Crônicas de Elgalor, sob a penção e pena de Odin. Agora, o grupo formado pelo acaso e pela necessidade terá seus problemas para voltar a ativa...
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 21: Depois da tempestade (parte 1)
Por Odin.
Astreya abriu os olhos assustada. Quando olhou ao redor, viu um quarto branco, com várias janelas que o mantinham bastante iluminado. Ela estava deitada em uma cama, vestindo uma túnica branca com detalhes prateados. Ao virar o pescoço um pouco para a esquerda, viu que havia alguém sentado em uma cadeira de madeira ao lado de sua cama.
- Está se sentindo melhor? – perguntou o rei Coran, aliviado ao ver a barda desperta.
- Coran! – gritou Astreya se surpreendendo com a altura da própria voz – minha voz voltou. Onde estamos? O que aconteceu com os outros?
- Calma – disse Coran se levantando – está tudo bem agora. Estamos nas casas de cura de Sírhion. Já faz três dias desde o confronto com Thurxanthraxinzethos.
- E os outros? – perguntou Astreya – me lembro de você me carregando, dizendo que tudo ficaria bem, mas não me lembro de mais nada depois...
- Depois, Bheleg e eu levamos vocês para Sindhar – continuou Coran – o rei Thingol foi... generoso, e apesar de vocês não serem elfos, ele permitiu que permanecessem em Sindhar por cerca de meio dia, depois, trouxemos vocês para cá.
- Coran, e quanto aos outros? – perguntou Astreya aflita – me lembro de Thurxanthraxinzethos ter cortado as pernas de Oyama, rasgado Bulma ao meio... sem contar Erol...
- Thamior já se encarregou de Oyama e Bulma – respondeu Coran com gentileza, tentando acalmar Astreya - ambos estão em perfeita ordem. Mas Erol infelizmente estava morto quando chegamos, além de qualquer ajuda que pudéssemos dar.
Astreya baixou os olhos tentando esconder o choro e o medo que sentia cada vez que se lembrava do que ocorrera na Floresta de Elvanna. Coran colocou a mão em seu ombro e disse:
- Sei o que vocês passaram, mas saiba que o sacrifício de vocês, e principalmente o de Erol não foi em vão. Graças aos seus esforços, o ritual de Gruumsh que traria um de seus arautos não pôde ser completado. Vocês se saíram bem, Astreya.
- Não o bastante para todos voltarmos vivos – retrucou a barda enquanto enxugava suas lágrimas – o que houve com Hargor e Aramil?
- Aramil se feriu gravemente e estava à beira da morte, mas foi curado pelos clérigos de Sindhar – disse Coran - Hargor estava em uma situação ainda pior, mas Bheleg conseguiu encontrá-lo a tempo, e foi possível que os clérigos de Sindhar o curassem também. Descanse agora. Você precisa se recuperar. Vocês todos precisam.
- Minha voz já voltou, e todos os ossos que Thurxanthraxinzethos havia quebrado estão curados – respondeu Astreya.
- Não estou falando de seus corpos, Astreya – respondeu Coran – estou falando de seus espíritos.
- Não há tempo para isso, Coran, digo, vossa majestade – disse Astreya fazendo uma pequena mesura – precisamos ir até a Torre do Desespero.
- Não – disse Coran de maneira bastante seca – não vou permitir.
- Mas você não pode... – disse Astreya estranhando a mudança de atitude em Coran.
- Sim, eu posso – respondeu Coran de maneira ainda mais fria – você principalmente, Astreya, é súdita de meu reino há mais de cinco anos. Como seu rei, eu lhe proíbo de participar do grupo do Senhor dos Ventos. E se minha autoridade permitir, nenhum de seus amigos continuará nesta contenda suicida.
Astreya abriu a boca para protestar, mas Coran virou as costas e caminhou para a porta.
- Não torne isto mais difícil do que precisa ser – disse Coran sem olhar para trás – não me obrigue a fechar o punho da mesma forma que Thingol.
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Em meio a uma clareira, Oyama chocava seus pés e punhos violentamente contra pedras e rochas, tentando aliviar um pouco sua ira. Próximo a ele, estavam Hargor, que olhava pensativo para o céu e Bulma, que permanecia mortalmente calada.
- Maldito Thurxanthraxinzethos! Quando eu encontrar você, seu desgraçado filho de uma cocatriz – disse Oyama enquanto partia uma rocha em pedaços com um soco – EU VOU ARRANCAR SEU COURO E FAZER UM SACO DE PANCADAS COM ELE!!
Hargor se levantou e olhou para seu amigo.
- É isso que você quer? – perguntou o clérigo.
- Sim! – respondeu o monge – é isso que eu VOU fazer!
- Ótimo – disse Hargor – então pare de desperdiçar seu tempo e me ajude a reunir os outros. Vamos acabar com a missão que começamos e depois voltamos para Darakar. Lá, vamos continuar com o treinamento que Durin começou dois anos atrás e quando for a hora, vamos caçar Thurxanthraxinzethos e fazer o bastardo se arrepender de ter nascido.
- E você, Bulma? – perguntou Oyama enquanto enxugava o suor com a própria barba – vem conosco?
- Não – respondeu a bárbara rispidamente – Não quero nunca mais ver suas caras feias de novo, fracotes incompetentes – vou sozinha atrás de Thurxanthraxinzethos, e vou torturá-lo tanto que até os clérigos de Erythnul vão sentir pena dele.
- O que aconteceu com Erol não foi sua culpa, Bulma – disse Hargor ignorando as ofensas da bárbara.
- Você não estava lá para ver, idiota – respondeu Bulma ainda mais agressiva.
- Você é indisciplinada, irresponsável e inconseqüente – gritou Hargor – se estivéssemos em um exército anão, você já teria sido enforcada por má conduta depois da primeira batalha. Mas...
- Mas? - perguntou Bulma.
- Não somos uma tropa de anões perfeitamente organizada – respondeu o clérigo – mas somos uma equipe. Precisamos uns dos outros se quisermos realmente fazer alguma diferença significante como indivíduos. Precisamos ficar juntos.
- Bulma... – começou Oyama – Se eu matar você por acidente como você fez com Erol, não vou perder nem uma hora de sono. Temos que ser cuidadosos e cobrir os flancos uns dos outros, como Hargor vive cobrando principalmente de nos dois, mas em uma guerra, tudo pode acontecer. Se não pudermos encarar isso, é melhor “aposentar a espada” e virar fazendeiro de uma vez.
Após um tenso momento de silêncio, Bulma se levantou e ergueu seu machado.
- Eu não nasci para ser fazendeira, e não vou perder um segundo de sono se você morrer, Oyama. Mas... – disse a bárbara olhando para Hargor – Vou me esforçar para lutar dentro da formação.
- Ótimo – disse Oyama – agora é só pegarmos Astreya, o cretino do Aramil e seguirmos para as Terras Sombrias.
Hargor novamente olhou para o céu e coçou a barba. Algo lhe dizia que desta vez não seria tão simples assim reunir o grupo novamente...
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
A sabedoria dos filhos da natureza
• É um problema menor ser pobre do que ser desonesto.
• Ninguém além de ti pode representar tua consciência.
• O nome de cada Deus não faz diferença, já que o amor é o deus verdadeiro de todo o mundo.
• Não julgue pelo olho, mas sim pelo coração.
• Pensamentos são como flechas: uma vez lançados, eles atingem seu alvo. Guarde-os bem ou você poderá ser sua própria vítima.
• O bem e o mal não podem viver juntos em um mesmo coração, então um bom homem não deve andar em má companhia.
• A verdade não acontece, ela simplesmente é.
• A vida não é perfeita: ela tem um lado bom e um lado ruim. Por vezes, o lado ruim nos dá mais conhecimento do que o lado bom.
• Um inimigo é muito, e cem amigos são poucos.
• Seja sempre verdadeiro com teu coração.
• Seja sempre grato pelo que têns, mesmo que em tua mente isto não seja o bastante. Um homem grato tem muito o que ganhar, mas um ingrato tem muito o que perder.
The Last of the Mohicans soundtrack - Trevor Jones
Creek Mary's Blood - Nightwish (Cenas do filme "Dança com Lobos", cuja trilha sonora original também é espetacular, por sinal).
Soon I will be here no more
You'll hear my tale
Through my blood
Through my people
And the eagle's cry
The bear within will never lay to rest
Wandering on Horizon Road
Following the trail of tears
White man came
Saw the blessed land
We cared, you took
You fought, we lost
Not the war but an unfair fight
Sceneries painted beautiful in blood
Wandering on Horizon Road
Following the trail of tears
Once we were here
Where we have lived since the world began
Since time itself gave us this land
Our souls will join again the wild
Our home in peace 'n war 'n death
Wandering on Horizon Road
Following the trail of tears
Once we were here
Where we have lived since the world began
Since time itself gave us this land
Wandering on Horizon Road
Following the trail of tears
Once we were here
Where we have lived since the world began
Since time itself gave us this land
"Hanhepi iyuho mi ihanbla ohinni yelo
O sunkmanitutankapi hena,
sunkawakanpi watogha hena,
oblaye t'ankapi oihankesni hena
T'at'epi kin asni kiyasni he
akatanhanpi iwankal
Oblaye t'anka kin
osicesni mitakuyepi òn
Makoce kin wakan
WakanTanka kin òn
Miwicala ohinni - Hanhepi iyuha
kici - Anpetu iyuha kici yelo
Mi yececa hehaka kin yelo, na
ni yececa sunkmanitutankapi
kin ka mikaga wowasaka isom
Uncipi tuweni nitaku keyas ta k'u
Unwakupi e'cela e wiconi
wanji unmakainapi ta yelo
Anpetu waste e wan olowan
le talowan winyan ta yelo
Unwanagi pi lel e nita it'okab o'ta ye
Untapi it'okab o'ta
Na e kte ena òn hanska ohakap
ni itansni a'u nita ni ihanke yelo"
Tradução:
"Eu ainda sonho todas as noites
Com os lobos, mustangues, as infinitas pradarias
Os ventos incansáveis por sobre os topos das montanhas,
A intocada fronteira da minha carne e do meu sangue
A terra santificada do Grande Espírito
Eu ainda acredito
Em toda noite
Em todo dia
Eu sou como o o caribú
E vocês como os lobos que me fazem mais forte
Nós nunca lhe devemos nada
Nosso único débito é uma vida para com nossa Mãe
Esse foi um bom dia para cantar esta canção para ela
Nosso espírito estava aqui muito antes de vocês,
Muito antes de nós,
E por muito tempo estará depois de seu orgulho lhe conduzir a seu fim".
• Ninguém além de ti pode representar tua consciência.
• O nome de cada Deus não faz diferença, já que o amor é o deus verdadeiro de todo o mundo.
• Não julgue pelo olho, mas sim pelo coração.
• Pensamentos são como flechas: uma vez lançados, eles atingem seu alvo. Guarde-os bem ou você poderá ser sua própria vítima.
• O bem e o mal não podem viver juntos em um mesmo coração, então um bom homem não deve andar em má companhia.
• A verdade não acontece, ela simplesmente é.
• A vida não é perfeita: ela tem um lado bom e um lado ruim. Por vezes, o lado ruim nos dá mais conhecimento do que o lado bom.
• Um inimigo é muito, e cem amigos são poucos.
• Seja sempre verdadeiro com teu coração.
• Seja sempre grato pelo que têns, mesmo que em tua mente isto não seja o bastante. Um homem grato tem muito o que ganhar, mas um ingrato tem muito o que perder.
The Last of the Mohicans soundtrack - Trevor Jones
Creek Mary's Blood - Nightwish (Cenas do filme "Dança com Lobos", cuja trilha sonora original também é espetacular, por sinal).
Soon I will be here no more
You'll hear my tale
Through my blood
Through my people
And the eagle's cry
The bear within will never lay to rest
Wandering on Horizon Road
Following the trail of tears
White man came
Saw the blessed land
We cared, you took
You fought, we lost
Not the war but an unfair fight
Sceneries painted beautiful in blood
Wandering on Horizon Road
Following the trail of tears
Once we were here
Where we have lived since the world began
Since time itself gave us this land
Our souls will join again the wild
Our home in peace 'n war 'n death
Wandering on Horizon Road
Following the trail of tears
Once we were here
Where we have lived since the world began
Since time itself gave us this land
Wandering on Horizon Road
Following the trail of tears
Once we were here
Where we have lived since the world began
Since time itself gave us this land
"Hanhepi iyuho mi ihanbla ohinni yelo
O sunkmanitutankapi hena,
sunkawakanpi watogha hena,
oblaye t'ankapi oihankesni hena
T'at'epi kin asni kiyasni he
akatanhanpi iwankal
Oblaye t'anka kin
osicesni mitakuyepi òn
Makoce kin wakan
WakanTanka kin òn
Miwicala ohinni - Hanhepi iyuha
kici - Anpetu iyuha kici yelo
Mi yececa hehaka kin yelo, na
ni yececa sunkmanitutankapi
kin ka mikaga wowasaka isom
Uncipi tuweni nitaku keyas ta k'u
Unwakupi e'cela e wiconi
wanji unmakainapi ta yelo
Anpetu waste e wan olowan
le talowan winyan ta yelo
Unwanagi pi lel e nita it'okab o'ta ye
Untapi it'okab o'ta
Na e kte ena òn hanska ohakap
ni itansni a'u nita ni ihanke yelo"
Tradução:
"Eu ainda sonho todas as noites
Com os lobos, mustangues, as infinitas pradarias
Os ventos incansáveis por sobre os topos das montanhas,
A intocada fronteira da minha carne e do meu sangue
A terra santificada do Grande Espírito
Eu ainda acredito
Em toda noite
Em todo dia
Eu sou como o o caribú
E vocês como os lobos que me fazem mais forte
Nós nunca lhe devemos nada
Nosso único débito é uma vida para com nossa Mãe
Esse foi um bom dia para cantar esta canção para ela
Nosso espírito estava aqui muito antes de vocês,
Muito antes de nós,
E por muito tempo estará depois de seu orgulho lhe conduzir a seu fim".
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 20: Uma Luz no fim do túnel
Olá amigos, companheiros e visitantes! Como prometido, é com grande honra e alegria que trago hoje com maior rapidez o vigésimo capítulo das Crônicas de Elgalor, capítulo especial por ser o de número 20 escrito pela pena de Odin, e também por concluir a batalha entre nosso grupo e o temível meio-dragão Thurxanthraxinzethos.
Boa leitura, e que os ventos da bravura e da amizade sempre soprem a vosso favor, bons amigos.
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 20: Uma Luz no fim do túnel
Por Odin.
Thurxanthraxinzethos jogou Astreya no chão e se virou na direção do mago Aramil, que apontava seu cajado para ele com uma mão e com a outra segurava o pequeno, mas profundo ferimento em seu abdômen, que obviamente não foi feito pela espada flamejante do meio dragão.
- Então, sua “morte” foi um truque, maldito cheirador de flores? - Rosnou Thurxanthraxinzethos.
- Chama-se Som Fantasma, cria do inferno – respondeu Aramil com a habitual arrogância – se você não fosse tão inepto, teria percebido que nenhum mago seria idiota a ponto de entregar assim sua posição. Mas é claro, não posso esperar nada diferente de alguém que é mais feio e burro do que Oyama.
- A única coisa que você vai conseguir com seus insultos, verme – disse Thurxanthraxinzethos apontando a espada para Aramil – é uma morte mais lenta, mais grotesca e mais dolorosa. Mas admito que estou curioso...
- Com o que? – perguntou Aramil tentando esconder o fato de mal conseguir ficar de pé por conta do sangue que perdera.
- De todos os capachos do Senhor dos Ventos, você é o mais covarde e egoísta – continuou Thurxanthraxinzethos ainda sem sair do lugar – e a menos que seja um idiota completo, você sabe que não pode me vencer nem salvar ninguém aqui. Porque não fugiu depois que transformou o cadáver de Karanthir em um inseto?
- Para ganhar tempo – respondeu Aramil de maneira seca e prepotente – e para seu governo, porco mestiço, o único capacho que vejo de pé aqui é você, servo de orcs.
Furioso, Thurxanthraxinzethos avançou sobre Aramil, e o mago disparou mais um relâmpago com seu cajado. A magia de Aramil era potente, e sobrepujara sem problema as defesas naturais de Thurxanthraxinzethos, mas o mago sabia que nem mesmo o Alto Rei Thingol de Sindhar conseguiria abater Thurxanthraxinzethos com apenas um relâmpago. O meio dragão gritou quando foi atingido no peito, mas não diminuiu o ritmo de sua investida, e com um golpe perfeito, decepou os dois braços do mago elfo com sua espada flamejante, que cauterizou os cortes quase que instantaneamente.
Aramil urrou de dor e caiu no chão quase inconsciente. Thurxanthraxinzethos pisou no frágil peito do elfo e disse:
- Tudo isso foi para dar tempo para que o clérigo anão chegasse? Era para isso que você estava enrolando tanto, “grande” mago? Eu esperava mais do que isso.
- Não... se preocupe... – disse Aramil em seus últimos momentos de consciência enquanto sentia um forte pulso de energia arcana se manifestar do lado de fora da barreira - você não vai se desapontar...
- Desmaiou... – disse Thurxanthraxinzethos intrigado, tentando compreender o significado das palavras de Aramil – E “para seu governo”, elfinho, eu não sirvo nenhum orc imundo. Isto é apenas uma aliança de guerra.
- Bem... – disse Thurxanthraxinzethos para si mesmo com um sorriso ao ver todos os heróis brutalmente tombados no chão – vou espancar um pouco mais a meio-elfa e depois voltar para nossa fortaleza.
Quando se virou na direção de Astreya, Thurxanthraxinzethos ficou congelado por um instante. Apertou o cabo de sua espada e empurrou com o pé o corpo de Aramil para o lado.
- Então... – disse Thurxanthraxinzethos em voz alta com um sorriso sádico na boca – este era o plano de Aramil. O fracote deve ter usado sua magia para enviar um pedido de socorro antes de entrar aqui. Ele provavelmente esperava conseguir ficar vivo até vocês chegarem, mas...
Abaixado ao lado de Astreya, estava um guerreiro élfico de longos cabelos castanhos, armadura de batalha azul e prateada. Ele portava um bem polido escudo escuro, com nove estrelas prateadas, e uma coroa de prata na cabeça. O elfo parecia falar algo para a barda, e quando ele se levantou e encarou Thurxanthraxinzethos, o meio dragão pôde sentir um ódio avassalador partindo dos olhos do altivo guerreiro.
Ao lado dele, estava outro guerreiro élfico, loiro e de pele bem clara, trajando uma bem ornada cota de malha élfica marrom e um longo manto verde escuro. Este guerreiro portava dois sabres élficos cujas lâminas reluziam com uma tênue luz esmeralda, e em seu ombro, repousava uma águia celestial, cujas penas pareciam navalhas douradas.
- Sei quem vocês são – disse Thurxanthraxinzethos satisfeito – Coran Bhael, o rei élfico de Sírhion e Bheleg Aldalen, general e mestre de armas do Alto Rei Thingol de Sindhar – Os dois maiores guerreiros élficos de Elgalor. Eu sou Thurxanthraxinzethos, primeiro marechal e mestre de armas do Rei Dragão, mas se preferirem, podem me chamar de MORTE.
- Não vou perder meu tempo discutindo com um pedaço de lixo mestiço como você! – disse Bheleg de maneira fria e implacável, enquanto jogava seu manto no chão e sua águia voava para o alto – mas garanto que em menos de um minuto, você estará inutilmente implorando por sua vida miserável!
Bheleg assumiu posição de combate e se preparou para avançar. Ao observar o olhar frio e cruel com que o elfo o encarava, Thurxanthraxinzethos percebeu que aquele, como ele, era um veterano de incontáveis batalhas.
- Espere, Bheleg! – disse Coran colocando gentilmente a cabeça mutilada de Astreya no solo – Eu vou arrancar a cabeça deste assassino.
Coran sacou sua espada, a Lâmina do Gelo. A espada reluzia com um brilho cálido e mortal. Thurxanthraxinzethos sabia que Coran ostentava o título de mais habilidoso guerreiro élfico daquela era, e que o que estava em sua mão era a mais poderosa espada já criada pelos artífices elfos.
Por um instante, Thurxanthraxinzethos gargalhou.
Ele vibrou com a possibilidade de colocar aquela arma em sua já impressionante coleção. Sem contar que, se levasse a cabeça deste rei élfico, o ritual dos orcs funcionaria e ele teria suas cem virgens afinal. Só havia um problema.
Confiante como era, Thurxanthraxinzethos sabia que poderia derrotar ambos em um duelo singular, mas se eles resolvessem atacar juntos, até o arrogante meio dragão sabia que não sairia andando daquele campo de batalha.
- Perfeito... aceito seu “desafio”, rei de Sírhion – disse o meio dragão em tom de provocação enquanto se posicionava para lutar – mas considerando a coragem e habilidade em combate risíveis de sua raça, recomendo que venham os dois juntos.
Relutante, o orgulhoso Bheleg guardou suas espadas. Por mais que desejasse vingar a morte de Erol, um de seus maiores discípulos, sabia que a primazia do combate, segundo o código dos guerreiros de Sindhar e de Sírhion, pertencia sempre ao rei.
Coran caminhou na direção de Thurxanthraxinzethos, visivelmente tentando controlar o ódio que parecia que explodiria de seu peito a qualquer momento. Quando se aproximou mais, teve que tomar cuidado para não pisar em uma das pernas de Oyama.
- Hahaha! Cuidado para não pisar nos pedaços de lixo, vossa majestade – disse Thurxanthraxinzethos em meio a uma gargalhada gutural.
- Este “lixo” – gritou Coran em fúria – eram meus amigos, e quando eu terminar com você, não vai sobrar nem isto para enviar de volta a seu mestre!
Os dois guerreiros correram na direção um do outro de maneira furiosa, mas impecavelmente calculada. Thurxanthraxinzethos empunhava sua enorme espada com as duas mãos, aumentando ainda mais o poder já devastador de seus golpes. Se atingisse o rei de Sírhion de raspão com aquela força, o guerreiro élfico seria completamente despedaçado. Coran avançava com o escudo posicionado à frente, não para tentar aparar o ataque de Thurxanthraxinzethos, mas para bloquear o campo de visão do meio dragão por uma fração de segundo, tempo suficiente para ele afundar a Lâmina de Gelo no coração ou garganta de Thurxanthraxinzethos.
Quando ambos se aproximaram mais, houve um clarão, que jogou Coran para trás. Mesmo surpreso, o rei élfico rapidamente se recompôs, e percebeu que Thurxanthraxinzethos estava envolvido por uma redoma de fogo.
- Volte – disse uma voz imponente e autoritária que ecoava na mente de Thurxanthraxinzethos – O reino élfico de Elvanna caiu. Seu trabalho aqui está feito.
- Não! – gritou Thurxanthraxinzethos tão alto que até Coran e Bheleg ouviram – eu posso facilmente acabar com os dois, e teríamos a cabeça de um rei élfico como era planejado.
- Me responda novamente, e eu mesmo arrancarei cada osso do seu corpo – disse novamente a voz na mente de Thurxanthraxinzethos, mas desta vez, repleta de fúria – Os dragões vermelhos e mais da metade de seus exércitos foram destruídos no ataque, e em poucos minutos, todo o exército do rei Thingol estará ai. Volte agora.
- Está bem, meu senhor – respondeu Thurxanthraxinzethos – perdoe-me por minha insolência.
Contrariado, e ainda envolvido pela redoma de fogo, Thurxanthraxinzethos olhou fixamente para Coran e Bheleg.
- Estão com sorte, elfos – gritou Thurxanthraxinzethos embainhando sua espada nas costas – mas da próxima vez que nos encontrarmos, vou fazer com vocês o mesmo que fiz com estes vermes.
Mais um clarão se fez e Thurxanthraxinzethos desapareceu. Furiosos, Coran e Bheleg se entreolharam, mas sabiam que nada mais podia ser feito ali. Coran recolheu gentilmente o corpo inerte de Astreya e Bheleg mandou sua águia dar o sinal para que os clérigos que os acompanharam adentrassem a clareira para tentar fazer algo pelos feridos.
O outrora belo reino de Elvanna estava irremediavelmente destruído. O sábio rei Karanthir estava morto, e nem mesmo os deuses sabiam se os sobreviventes entre os nobres heróis de Elgalor iriam um dia se recuperar daquele dia de dor e massacre...
Thurxanthraxinzethos jogou Astreya no chão e se virou na direção do mago Aramil, que apontava seu cajado para ele com uma mão e com a outra segurava o pequeno, mas profundo ferimento em seu abdômen, que obviamente não foi feito pela espada flamejante do meio dragão.
- Então, sua “morte” foi um truque, maldito cheirador de flores? - Rosnou Thurxanthraxinzethos.
- Chama-se Som Fantasma, cria do inferno – respondeu Aramil com a habitual arrogância – se você não fosse tão inepto, teria percebido que nenhum mago seria idiota a ponto de entregar assim sua posição. Mas é claro, não posso esperar nada diferente de alguém que é mais feio e burro do que Oyama.
- A única coisa que você vai conseguir com seus insultos, verme – disse Thurxanthraxinzethos apontando a espada para Aramil – é uma morte mais lenta, mais grotesca e mais dolorosa. Mas admito que estou curioso...
- Com o que? – perguntou Aramil tentando esconder o fato de mal conseguir ficar de pé por conta do sangue que perdera.
- De todos os capachos do Senhor dos Ventos, você é o mais covarde e egoísta – continuou Thurxanthraxinzethos ainda sem sair do lugar – e a menos que seja um idiota completo, você sabe que não pode me vencer nem salvar ninguém aqui. Porque não fugiu depois que transformou o cadáver de Karanthir em um inseto?
- Para ganhar tempo – respondeu Aramil de maneira seca e prepotente – e para seu governo, porco mestiço, o único capacho que vejo de pé aqui é você, servo de orcs.
Furioso, Thurxanthraxinzethos avançou sobre Aramil, e o mago disparou mais um relâmpago com seu cajado. A magia de Aramil era potente, e sobrepujara sem problema as defesas naturais de Thurxanthraxinzethos, mas o mago sabia que nem mesmo o Alto Rei Thingol de Sindhar conseguiria abater Thurxanthraxinzethos com apenas um relâmpago. O meio dragão gritou quando foi atingido no peito, mas não diminuiu o ritmo de sua investida, e com um golpe perfeito, decepou os dois braços do mago elfo com sua espada flamejante, que cauterizou os cortes quase que instantaneamente.
Aramil urrou de dor e caiu no chão quase inconsciente. Thurxanthraxinzethos pisou no frágil peito do elfo e disse:
- Tudo isso foi para dar tempo para que o clérigo anão chegasse? Era para isso que você estava enrolando tanto, “grande” mago? Eu esperava mais do que isso.
- Não... se preocupe... – disse Aramil em seus últimos momentos de consciência enquanto sentia um forte pulso de energia arcana se manifestar do lado de fora da barreira - você não vai se desapontar...
- Desmaiou... – disse Thurxanthraxinzethos intrigado, tentando compreender o significado das palavras de Aramil – E “para seu governo”, elfinho, eu não sirvo nenhum orc imundo. Isto é apenas uma aliança de guerra.
- Bem... – disse Thurxanthraxinzethos para si mesmo com um sorriso ao ver todos os heróis brutalmente tombados no chão – vou espancar um pouco mais a meio-elfa e depois voltar para nossa fortaleza.
Quando se virou na direção de Astreya, Thurxanthraxinzethos ficou congelado por um instante. Apertou o cabo de sua espada e empurrou com o pé o corpo de Aramil para o lado.
- Então... – disse Thurxanthraxinzethos em voz alta com um sorriso sádico na boca – este era o plano de Aramil. O fracote deve ter usado sua magia para enviar um pedido de socorro antes de entrar aqui. Ele provavelmente esperava conseguir ficar vivo até vocês chegarem, mas...
Abaixado ao lado de Astreya, estava um guerreiro élfico de longos cabelos castanhos, armadura de batalha azul e prateada. Ele portava um bem polido escudo escuro, com nove estrelas prateadas, e uma coroa de prata na cabeça. O elfo parecia falar algo para a barda, e quando ele se levantou e encarou Thurxanthraxinzethos, o meio dragão pôde sentir um ódio avassalador partindo dos olhos do altivo guerreiro.
Ao lado dele, estava outro guerreiro élfico, loiro e de pele bem clara, trajando uma bem ornada cota de malha élfica marrom e um longo manto verde escuro. Este guerreiro portava dois sabres élficos cujas lâminas reluziam com uma tênue luz esmeralda, e em seu ombro, repousava uma águia celestial, cujas penas pareciam navalhas douradas.
- Sei quem vocês são – disse Thurxanthraxinzethos satisfeito – Coran Bhael, o rei élfico de Sírhion e Bheleg Aldalen, general e mestre de armas do Alto Rei Thingol de Sindhar – Os dois maiores guerreiros élficos de Elgalor. Eu sou Thurxanthraxinzethos, primeiro marechal e mestre de armas do Rei Dragão, mas se preferirem, podem me chamar de MORTE.
- Não vou perder meu tempo discutindo com um pedaço de lixo mestiço como você! – disse Bheleg de maneira fria e implacável, enquanto jogava seu manto no chão e sua águia voava para o alto – mas garanto que em menos de um minuto, você estará inutilmente implorando por sua vida miserável!
Bheleg assumiu posição de combate e se preparou para avançar. Ao observar o olhar frio e cruel com que o elfo o encarava, Thurxanthraxinzethos percebeu que aquele, como ele, era um veterano de incontáveis batalhas.
- Espere, Bheleg! – disse Coran colocando gentilmente a cabeça mutilada de Astreya no solo – Eu vou arrancar a cabeça deste assassino.
Coran sacou sua espada, a Lâmina do Gelo. A espada reluzia com um brilho cálido e mortal. Thurxanthraxinzethos sabia que Coran ostentava o título de mais habilidoso guerreiro élfico daquela era, e que o que estava em sua mão era a mais poderosa espada já criada pelos artífices elfos.
Por um instante, Thurxanthraxinzethos gargalhou.
Ele vibrou com a possibilidade de colocar aquela arma em sua já impressionante coleção. Sem contar que, se levasse a cabeça deste rei élfico, o ritual dos orcs funcionaria e ele teria suas cem virgens afinal. Só havia um problema.
Confiante como era, Thurxanthraxinzethos sabia que poderia derrotar ambos em um duelo singular, mas se eles resolvessem atacar juntos, até o arrogante meio dragão sabia que não sairia andando daquele campo de batalha.
- Perfeito... aceito seu “desafio”, rei de Sírhion – disse o meio dragão em tom de provocação enquanto se posicionava para lutar – mas considerando a coragem e habilidade em combate risíveis de sua raça, recomendo que venham os dois juntos.
Relutante, o orgulhoso Bheleg guardou suas espadas. Por mais que desejasse vingar a morte de Erol, um de seus maiores discípulos, sabia que a primazia do combate, segundo o código dos guerreiros de Sindhar e de Sírhion, pertencia sempre ao rei.
Coran caminhou na direção de Thurxanthraxinzethos, visivelmente tentando controlar o ódio que parecia que explodiria de seu peito a qualquer momento. Quando se aproximou mais, teve que tomar cuidado para não pisar em uma das pernas de Oyama.
- Hahaha! Cuidado para não pisar nos pedaços de lixo, vossa majestade – disse Thurxanthraxinzethos em meio a uma gargalhada gutural.
- Este “lixo” – gritou Coran em fúria – eram meus amigos, e quando eu terminar com você, não vai sobrar nem isto para enviar de volta a seu mestre!
Os dois guerreiros correram na direção um do outro de maneira furiosa, mas impecavelmente calculada. Thurxanthraxinzethos empunhava sua enorme espada com as duas mãos, aumentando ainda mais o poder já devastador de seus golpes. Se atingisse o rei de Sírhion de raspão com aquela força, o guerreiro élfico seria completamente despedaçado. Coran avançava com o escudo posicionado à frente, não para tentar aparar o ataque de Thurxanthraxinzethos, mas para bloquear o campo de visão do meio dragão por uma fração de segundo, tempo suficiente para ele afundar a Lâmina de Gelo no coração ou garganta de Thurxanthraxinzethos.
Quando ambos se aproximaram mais, houve um clarão, que jogou Coran para trás. Mesmo surpreso, o rei élfico rapidamente se recompôs, e percebeu que Thurxanthraxinzethos estava envolvido por uma redoma de fogo.
- Volte – disse uma voz imponente e autoritária que ecoava na mente de Thurxanthraxinzethos – O reino élfico de Elvanna caiu. Seu trabalho aqui está feito.
- Não! – gritou Thurxanthraxinzethos tão alto que até Coran e Bheleg ouviram – eu posso facilmente acabar com os dois, e teríamos a cabeça de um rei élfico como era planejado.
- Me responda novamente, e eu mesmo arrancarei cada osso do seu corpo – disse novamente a voz na mente de Thurxanthraxinzethos, mas desta vez, repleta de fúria – Os dragões vermelhos e mais da metade de seus exércitos foram destruídos no ataque, e em poucos minutos, todo o exército do rei Thingol estará ai. Volte agora.
- Está bem, meu senhor – respondeu Thurxanthraxinzethos – perdoe-me por minha insolência.
Contrariado, e ainda envolvido pela redoma de fogo, Thurxanthraxinzethos olhou fixamente para Coran e Bheleg.
- Estão com sorte, elfos – gritou Thurxanthraxinzethos embainhando sua espada nas costas – mas da próxima vez que nos encontrarmos, vou fazer com vocês o mesmo que fiz com estes vermes.
Mais um clarão se fez e Thurxanthraxinzethos desapareceu. Furiosos, Coran e Bheleg se entreolharam, mas sabiam que nada mais podia ser feito ali. Coran recolheu gentilmente o corpo inerte de Astreya e Bheleg mandou sua águia dar o sinal para que os clérigos que os acompanharam adentrassem a clareira para tentar fazer algo pelos feridos.
O outrora belo reino de Elvanna estava irremediavelmente destruído. O sábio rei Karanthir estava morto, e nem mesmo os deuses sabiam se os sobreviventes entre os nobres heróis de Elgalor iriam um dia se recuperar daquele dia de dor e massacre...
terça-feira, 5 de outubro de 2010
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 19: O plano de Aramil
Com grande honra (e dor!) trago-vos esta noite o décimo nono capítulo das Crônicas de Elgalor, sob a benção e a pena de Odin!
Boa leitura e que os ventos da boa sorte estejam convosco...
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 19: O plano de Aramil
Por Odin.
Como todo mago que viveu tempo o bastante para ser considerado experiente, Aramil era extremamente cauteloso; antes de adentrar a enfraquecida barreira que outrora guardava o trono do rei Karanthir, ele se tornou invisível, e caminhou por locais onde a vegetação era alta o bastante para ocultar a tênue trilha de sangue que seu ferimento no abdômen estava deixando. Ele se sentia tonto, seria difícil conjurar suas magias e sabia que dentro de poucos minutos perderia a consciência. Ainda assim, o orgulhoso elfo sabia que se seus inimigos levassem a cabeça do rei Karanthir (Aramil não era otimista ou tolo a ponto de ter esperanças que o rei dos elfos silvestres ainda estivesse vivo), um ritual nefasto seria completado e um avatar de Gruumsh surgiria trazendo ruína a seu povo. Ele jamais permitiria isto. Secundariamente, por mais que se esforçasse para não admitir, ele também estava preocupado com o destino de seus companheiros não elfos.
Realista como era, e vendo o estado da floresta, Aramil estava preparado para o pior. Mesmo assim, se surpreendeu com o que viu quando atravessou a barreira.
Oyama estava desacordado, provavelmente morto, com as duas pernas decepadas. Erol havia sido trespassado de cima para baixo com uma lâmina enorme. Bulma estava com o abdômen trespassado, totalmente imóvel. Astreya estava de pé, ao lado do corpo do rei Karanthir, com um semblante sério e seu arco apontado para Thurxanthraxinzethos, que gargalhava compulsivamente.
- Meio humana tola – pensou Aramil enquanto se posicionava melhor para avaliar a situação por completo – este arco vai fazer cócegas nele. Sua única chance são suas canções...
Neste momento, Aramil pôde ver todo o cenário da batalha, e seu aguçado intelecto concebeu em instantes o que poderia ter acontecido ali. Aos pés de Astreya jazia o escudo de Thurxanthraxinzethos e o cajado de cura da barda partido em dois. A garganta de Astreya estava com um imenso hematoma também. O meio dragão provavelmente arremessou o escudo contra a garganta da barda, que por reflexo usou o cajado para se proteger. Assim, Thurxanthraxinzethos se livrou do cajado de cura e das canções de Astreya. Oyama era o único com força e velocidade suficiente para correr rapidamente dali carregando alguém, por isso Thurxanthraxinzethos lhe cortou as pernas. Erol estava morto, mas seu ferimento grotesco não estava cauterizado como os de Oyama ou o de Bulma, o que significava que outra arma enorme havia matado seu amigo. Muito provavelmente, o machado da bárbara. Evidentemente, seu inimigo não era um amador. Quando tentou conjecturar como a bárbara havia tombado, Aramil percebeu que Thurxanthraxinzethos parou de rir e começou a andar na direção de Astreya.
- Você deve estar brincando, não é minha futura concubina – zombou Thurxanthraxinzethos caminhando lentamente em direção a Astreya – vou levar o corpo deste verme para os malditos orcs, e você vem comigo para o meu Harem, junto com a bárbara, se ela sobreviver...
Tomada por grande ódio e repulsa, Astreya disparou uma flecha no meio do rosto de Thurxanthraxinzethos, mas o meio dragão bloqueou o disparo levando seu braço fortemente armadurado à frente. Ela queria gritar ou usar seus encantamentos, mas não podia, pois o ataque do escudo de Thurxanthraxinzethos a impedira de usar sua voz.
- Isso...- gosto das bravinhas, HAHAHAHA – zombou ainda mais Thurxanthraxinzethos, que caminhava devagar pois, pelo que estudara sobre a barda, sabia que ela não fugiria deixando o corpo de Karanthir e seus amigos para trás.
Astreya jogou seu arco no chão e sacou sua cimitarra mágica. Thurxanthraxinzethos parou e começou a gargalhar novamente.
- É melhor eu guardar isto – disse ele em zombaria enquanto embainhava sua poderosa espada flamejante em suas costas – ou vou acabar cortando você no meio sem querer, belezinha.
Neste momento, um raio negro rompeu do nada e atingiu em cheio o peito de Thurxanthraxinzethos. O meio dragão gritou, mas logo se recompôs, com um grande ódio nos olhos.
- Mago desgraçado... – quase me esqueci de você – disse Thurxanthraxinzethos sacando novamente sua espada – não posso te ver, mas quando pegar seu cheiro, você vai ficar pior do que o elfo que sua amiga matou.
- Era meu último raio de desintegração, e era óbvio que o maldito resistiria a ele... – pensou Aramil consigo mesmo - bem, não custava tentar. Agora só há uma coisa a fazer.
- Pense rápido, Astreya! – gritou Aramil enquanto conjurava uma magia.
Neste instante, Thurxanthraxinzethos se virou em direção à voz e arremessou sua espada com grande fúria e precisão. Aramil emitiu um grito terrível, e ainda no ar, a espada de Thurxanthraxinzethos girou e voltou para a mão de seu mestre.
- Humph – resmungou Thurxanthraxinzethos – odeio matar pessoas invisíveis. Nunca dá para ver as tripas ou o sangue espirrando...
Neste momento, Thurxanthraxinzethos se calou. A magia de Aramil havia sido conjurada antes que o mago tombasse.
Aos pés de Astreya, onde jazia o corpo do rei Karanthir, estava o corpo de um inseto, pouco maior do que um besouro das florestas.
- Barda, estou avisando, se você ... – ameaçou Thurxanthraxinzethos.
Inutilmente.
Astreya pisou na criatura esmagando-a completamente. Mesmo que conseguissem reverter o corpo de rei Karanthir à forma original, a cabeça já havia sido irremediavelmente destruída. O ritual não poderia ser completado.
- Rameira desgraçada! Eu iria receber cem virgens por este trabalho! – gritou Thurxanthraxinzethos completamente fora de si enquanto avançava sobre Astreya.
A barda tentou se defender, mas foi inútil. Thurxanthraxinzethos usou a chapa da lâmina de sua espada na coluna de Astreya, quebrando a espinha da barda como um graveto com a força do impacto. Antes que ela caísse ao chão, o meio dragão segurou sua cabeça com a mão e a bateu violentamente contra o chão. Astreya sentiu seu nariz quebrar com o impacto, e não podia sentir nada da cintura para baixo. Thurxanthraxinzethos esmagou a cabeça da barda contra o chão mais uma vez e ela sentiu como se seu crânio fosse romper a qualquer momento.
- Não se preocupe que eu vou te curar depois disso, vadia – disse Thurxanthraxinzethos - afinal, você vai ter que me compensar pelas cem virgens que me fez perder.
- Chega! – gritou uma voz vinda de longe, seguida por um poderoso relâmpago que explodiu contra as costas de Thurxanthraxinzethos. Era Aramil, e ele estava totalmente visível.
Como todo mago que viveu tempo o bastante para ser considerado experiente, Aramil era extremamente cauteloso; antes de adentrar a enfraquecida barreira que outrora guardava o trono do rei Karanthir, ele se tornou invisível, e caminhou por locais onde a vegetação era alta o bastante para ocultar a tênue trilha de sangue que seu ferimento no abdômen estava deixando. Ele se sentia tonto, seria difícil conjurar suas magias e sabia que dentro de poucos minutos perderia a consciência. Ainda assim, o orgulhoso elfo sabia que se seus inimigos levassem a cabeça do rei Karanthir (Aramil não era otimista ou tolo a ponto de ter esperanças que o rei dos elfos silvestres ainda estivesse vivo), um ritual nefasto seria completado e um avatar de Gruumsh surgiria trazendo ruína a seu povo. Ele jamais permitiria isto. Secundariamente, por mais que se esforçasse para não admitir, ele também estava preocupado com o destino de seus companheiros não elfos.
Realista como era, e vendo o estado da floresta, Aramil estava preparado para o pior. Mesmo assim, se surpreendeu com o que viu quando atravessou a barreira.
Oyama estava desacordado, provavelmente morto, com as duas pernas decepadas. Erol havia sido trespassado de cima para baixo com uma lâmina enorme. Bulma estava com o abdômen trespassado, totalmente imóvel. Astreya estava de pé, ao lado do corpo do rei Karanthir, com um semblante sério e seu arco apontado para Thurxanthraxinzethos, que gargalhava compulsivamente.
- Meio humana tola – pensou Aramil enquanto se posicionava melhor para avaliar a situação por completo – este arco vai fazer cócegas nele. Sua única chance são suas canções...
Neste momento, Aramil pôde ver todo o cenário da batalha, e seu aguçado intelecto concebeu em instantes o que poderia ter acontecido ali. Aos pés de Astreya jazia o escudo de Thurxanthraxinzethos e o cajado de cura da barda partido em dois. A garganta de Astreya estava com um imenso hematoma também. O meio dragão provavelmente arremessou o escudo contra a garganta da barda, que por reflexo usou o cajado para se proteger. Assim, Thurxanthraxinzethos se livrou do cajado de cura e das canções de Astreya. Oyama era o único com força e velocidade suficiente para correr rapidamente dali carregando alguém, por isso Thurxanthraxinzethos lhe cortou as pernas. Erol estava morto, mas seu ferimento grotesco não estava cauterizado como os de Oyama ou o de Bulma, o que significava que outra arma enorme havia matado seu amigo. Muito provavelmente, o machado da bárbara. Evidentemente, seu inimigo não era um amador. Quando tentou conjecturar como a bárbara havia tombado, Aramil percebeu que Thurxanthraxinzethos parou de rir e começou a andar na direção de Astreya.
- Você deve estar brincando, não é minha futura concubina – zombou Thurxanthraxinzethos caminhando lentamente em direção a Astreya – vou levar o corpo deste verme para os malditos orcs, e você vem comigo para o meu Harem, junto com a bárbara, se ela sobreviver...
Tomada por grande ódio e repulsa, Astreya disparou uma flecha no meio do rosto de Thurxanthraxinzethos, mas o meio dragão bloqueou o disparo levando seu braço fortemente armadurado à frente. Ela queria gritar ou usar seus encantamentos, mas não podia, pois o ataque do escudo de Thurxanthraxinzethos a impedira de usar sua voz.
- Isso...- gosto das bravinhas, HAHAHAHA – zombou ainda mais Thurxanthraxinzethos, que caminhava devagar pois, pelo que estudara sobre a barda, sabia que ela não fugiria deixando o corpo de Karanthir e seus amigos para trás.
Astreya jogou seu arco no chão e sacou sua cimitarra mágica. Thurxanthraxinzethos parou e começou a gargalhar novamente.
- É melhor eu guardar isto – disse ele em zombaria enquanto embainhava sua poderosa espada flamejante em suas costas – ou vou acabar cortando você no meio sem querer, belezinha.
Neste momento, um raio negro rompeu do nada e atingiu em cheio o peito de Thurxanthraxinzethos. O meio dragão gritou, mas logo se recompôs, com um grande ódio nos olhos.
- Mago desgraçado... – quase me esqueci de você – disse Thurxanthraxinzethos sacando novamente sua espada – não posso te ver, mas quando pegar seu cheiro, você vai ficar pior do que o elfo que sua amiga matou.
- Era meu último raio de desintegração, e era óbvio que o maldito resistiria a ele... – pensou Aramil consigo mesmo - bem, não custava tentar. Agora só há uma coisa a fazer.
- Pense rápido, Astreya! – gritou Aramil enquanto conjurava uma magia.
Neste instante, Thurxanthraxinzethos se virou em direção à voz e arremessou sua espada com grande fúria e precisão. Aramil emitiu um grito terrível, e ainda no ar, a espada de Thurxanthraxinzethos girou e voltou para a mão de seu mestre.
- Humph – resmungou Thurxanthraxinzethos – odeio matar pessoas invisíveis. Nunca dá para ver as tripas ou o sangue espirrando...
Neste momento, Thurxanthraxinzethos se calou. A magia de Aramil havia sido conjurada antes que o mago tombasse.
Aos pés de Astreya, onde jazia o corpo do rei Karanthir, estava o corpo de um inseto, pouco maior do que um besouro das florestas.
- Barda, estou avisando, se você ... – ameaçou Thurxanthraxinzethos.
Inutilmente.
Astreya pisou na criatura esmagando-a completamente. Mesmo que conseguissem reverter o corpo de rei Karanthir à forma original, a cabeça já havia sido irremediavelmente destruída. O ritual não poderia ser completado.
- Rameira desgraçada! Eu iria receber cem virgens por este trabalho! – gritou Thurxanthraxinzethos completamente fora de si enquanto avançava sobre Astreya.
A barda tentou se defender, mas foi inútil. Thurxanthraxinzethos usou a chapa da lâmina de sua espada na coluna de Astreya, quebrando a espinha da barda como um graveto com a força do impacto. Antes que ela caísse ao chão, o meio dragão segurou sua cabeça com a mão e a bateu violentamente contra o chão. Astreya sentiu seu nariz quebrar com o impacto, e não podia sentir nada da cintura para baixo. Thurxanthraxinzethos esmagou a cabeça da barda contra o chão mais uma vez e ela sentiu como se seu crânio fosse romper a qualquer momento.
- Não se preocupe que eu vou te curar depois disso, vadia – disse Thurxanthraxinzethos - afinal, você vai ter que me compensar pelas cem virgens que me fez perder.
- Chega! – gritou uma voz vinda de longe, seguida por um poderoso relâmpago que explodiu contra as costas de Thurxanthraxinzethos. Era Aramil, e ele estava totalmente visível.
Continua dentro de pouco tempo...
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Os bardos e os jogos
Boa-noite, bravos aventureiros!Ultimamente, tenho notado interessantes ocorrências em Midgard que gostaria de compartilhar convosco: a união de bravos grupos de bardos à jogos on-line que muitas vezes contemplam temas muito ligados a nosso querido hobbie, o RPG. Nos últimos tempos, fiz duas descobertas em relação a esse tipo de aliança. O Within Temptation, grupo ao qual ainda dedicarei um pergaminhos aqui, juntou-se ao jogo Spellborn, e o Van Canto, sobre quem fiz um post recente, uniu-se ao Runes of Magic para a composição de algumas canções para a trilha sonora de ambos. Os resultados vós podeis conferir abaixo!
The Howling – Within Temptation
Magic Taborea – Van Canto
Quest for roar – Van Canto
Belas canções, e belas imagens! Aproveitem para aventurar-se nesses mundos se estas melodias despertarem em vós essa vontade!
Que os ventos da boa música e do divertimento estejam sempre convosco, bravos aventureiros!
The Howling – Within Temptation
Magic Taborea – Van Canto
Quest for roar – Van Canto
Belas canções, e belas imagens! Aproveitem para aventurar-se nesses mundos se estas melodias despertarem em vós essa vontade!
Que os ventos da boa música e do divertimento estejam sempre convosco, bravos aventureiros!
domingo, 3 de outubro de 2010
Divulgação - aniversário Dragões do Sol Negro!
Olá amigos! Infelizmente meu número de pergaminhas decaiu ultimamente, mas é certo que após a passagem de um nefasto teste no final de outubro, conseguirei retornar a me dedicar a meu amado cancioneiro com mais frequência. Hoje, trago a vós com muita alegria a divulgação de uma empolgante promoção que está acontencendo na casa dos Dragões do Sol Negro, por conta do aniversário deste ótimo blog! Parabéns a estes excelentes parceiros, e que os ventos da boa fortuna sempre vos acompanhem, bravos dragões!
"Mês de outubro é o mês dos Dragões do Sol Negro, faremos dia 28 de outubro um ano de blog. E para presentear você que nos prestigia afinal você merece!
Dragões do Sol Negro Juntos com as empresas:
- Editora Ithala
- Editora Verus
- Jambo
- Léo Lins
- T7 Informática
- World RPG
Vamos dar, 5 livros, um mousepad, 5 mouses, 8 miniaturas, 12 dados, 6 posters quadripaper, 6 calendários de mesa e uma camiseta exclusiva dos Dragoes do Sol Negro. Para participar, as regras você pode encontrar em Promoção ANIVERSÁRIO PREMIADO do blog Dragões do Sol Negro (http://www.dragoesdosolnegro.blogspot.com/).
Obrigado e aguardo você".
Corram, confiram e participem!
"Mês de outubro é o mês dos Dragões do Sol Negro, faremos dia 28 de outubro um ano de blog. E para presentear você que nos prestigia afinal você merece!
Dragões do Sol Negro Juntos com as empresas:
- Editora Ithala
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- Jambo
- Léo Lins
- T7 Informática
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Vamos dar, 5 livros, um mousepad, 5 mouses, 8 miniaturas, 12 dados, 6 posters quadripaper, 6 calendários de mesa e uma camiseta exclusiva dos Dragoes do Sol Negro. Para participar, as regras você pode encontrar em Promoção ANIVERSÁRIO PREMIADO do blog Dragões do Sol Negro (http://www.dragoesdosolnegro.blogspot.com/).
Obrigado e aguardo você".
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