Com grande honra (e dor!) trago-vos esta noite o décimo nono capítulo das Crônicas de Elgalor, sob a benção e a pena de Odin!
Boa leitura e que os ventos da boa sorte estejam convosco...
As Crônicas de Elgalor – Capítulo 19: O plano de Aramil
Por Odin.
Como todo mago que viveu tempo o bastante para ser considerado experiente, Aramil era extremamente cauteloso; antes de adentrar a enfraquecida barreira que outrora guardava o trono do rei Karanthir, ele se tornou invisível, e caminhou por locais onde a vegetação era alta o bastante para ocultar a tênue trilha de sangue que seu ferimento no abdômen estava deixando. Ele se sentia tonto, seria difícil conjurar suas magias e sabia que dentro de poucos minutos perderia a consciência. Ainda assim, o orgulhoso elfo sabia que se seus inimigos levassem a cabeça do rei Karanthir (Aramil não era otimista ou tolo a ponto de ter esperanças que o rei dos elfos silvestres ainda estivesse vivo), um ritual nefasto seria completado e um avatar de Gruumsh surgiria trazendo ruína a seu povo. Ele jamais permitiria isto. Secundariamente, por mais que se esforçasse para não admitir, ele também estava preocupado com o destino de seus companheiros não elfos.
Realista como era, e vendo o estado da floresta, Aramil estava preparado para o pior. Mesmo assim, se surpreendeu com o que viu quando atravessou a barreira.
Oyama estava desacordado, provavelmente morto, com as duas pernas decepadas. Erol havia sido trespassado de cima para baixo com uma lâmina enorme. Bulma estava com o abdômen trespassado, totalmente imóvel. Astreya estava de pé, ao lado do corpo do rei Karanthir, com um semblante sério e seu arco apontado para Thurxanthraxinzethos, que gargalhava compulsivamente.
- Meio humana tola – pensou Aramil enquanto se posicionava melhor para avaliar a situação por completo – este arco vai fazer cócegas nele. Sua única chance são suas canções...
Neste momento, Aramil pôde ver todo o cenário da batalha, e seu aguçado intelecto concebeu em instantes o que poderia ter acontecido ali. Aos pés de Astreya jazia o escudo de Thurxanthraxinzethos e o cajado de cura da barda partido em dois. A garganta de Astreya estava com um imenso hematoma também. O meio dragão provavelmente arremessou o escudo contra a garganta da barda, que por reflexo usou o cajado para se proteger. Assim, Thurxanthraxinzethos se livrou do cajado de cura e das canções de Astreya. Oyama era o único com força e velocidade suficiente para correr rapidamente dali carregando alguém, por isso Thurxanthraxinzethos lhe cortou as pernas. Erol estava morto, mas seu ferimento grotesco não estava cauterizado como os de Oyama ou o de Bulma, o que significava que outra arma enorme havia matado seu amigo. Muito provavelmente, o machado da bárbara. Evidentemente, seu inimigo não era um amador. Quando tentou conjecturar como a bárbara havia tombado, Aramil percebeu que Thurxanthraxinzethos parou de rir e começou a andar na direção de Astreya.
- Você deve estar brincando, não é minha futura concubina – zombou Thurxanthraxinzethos caminhando lentamente em direção a Astreya – vou levar o corpo deste verme para os malditos orcs, e você vem comigo para o meu Harem, junto com a bárbara, se ela sobreviver...
Tomada por grande ódio e repulsa, Astreya disparou uma flecha no meio do rosto de Thurxanthraxinzethos, mas o meio dragão bloqueou o disparo levando seu braço fortemente armadurado à frente. Ela queria gritar ou usar seus encantamentos, mas não podia, pois o ataque do escudo de Thurxanthraxinzethos a impedira de usar sua voz.
- Isso...- gosto das bravinhas, HAHAHAHA – zombou ainda mais Thurxanthraxinzethos, que caminhava devagar pois, pelo que estudara sobre a barda, sabia que ela não fugiria deixando o corpo de Karanthir e seus amigos para trás.
Astreya jogou seu arco no chão e sacou sua cimitarra mágica. Thurxanthraxinzethos parou e começou a gargalhar novamente.
- É melhor eu guardar isto – disse ele em zombaria enquanto embainhava sua poderosa espada flamejante em suas costas – ou vou acabar cortando você no meio sem querer, belezinha.
Neste momento, um raio negro rompeu do nada e atingiu em cheio o peito de Thurxanthraxinzethos. O meio dragão gritou, mas logo se recompôs, com um grande ódio nos olhos.
- Mago desgraçado... – quase me esqueci de você – disse Thurxanthraxinzethos sacando novamente sua espada – não posso te ver, mas quando pegar seu cheiro, você vai ficar pior do que o elfo que sua amiga matou.
- Era meu último raio de desintegração, e era óbvio que o maldito resistiria a ele... – pensou Aramil consigo mesmo - bem, não custava tentar. Agora só há uma coisa a fazer.
- Pense rápido, Astreya! – gritou Aramil enquanto conjurava uma magia.
Neste instante, Thurxanthraxinzethos se virou em direção à voz e arremessou sua espada com grande fúria e precisão. Aramil emitiu um grito terrível, e ainda no ar, a espada de Thurxanthraxinzethos girou e voltou para a mão de seu mestre.
- Humph – resmungou Thurxanthraxinzethos – odeio matar pessoas invisíveis. Nunca dá para ver as tripas ou o sangue espirrando...
Neste momento, Thurxanthraxinzethos se calou. A magia de Aramil havia sido conjurada antes que o mago tombasse.
Aos pés de Astreya, onde jazia o corpo do rei Karanthir, estava o corpo de um inseto, pouco maior do que um besouro das florestas.
- Barda, estou avisando, se você ... – ameaçou Thurxanthraxinzethos.
Inutilmente.
Astreya pisou na criatura esmagando-a completamente. Mesmo que conseguissem reverter o corpo de rei Karanthir à forma original, a cabeça já havia sido irremediavelmente destruída. O ritual não poderia ser completado.
- Rameira desgraçada! Eu iria receber cem virgens por este trabalho! – gritou Thurxanthraxinzethos completamente fora de si enquanto avançava sobre Astreya.
A barda tentou se defender, mas foi inútil. Thurxanthraxinzethos usou a chapa da lâmina de sua espada na coluna de Astreya, quebrando a espinha da barda como um graveto com a força do impacto. Antes que ela caísse ao chão, o meio dragão segurou sua cabeça com a mão e a bateu violentamente contra o chão. Astreya sentiu seu nariz quebrar com o impacto, e não podia sentir nada da cintura para baixo. Thurxanthraxinzethos esmagou a cabeça da barda contra o chão mais uma vez e ela sentiu como se seu crânio fosse romper a qualquer momento.
- Não se preocupe que eu vou te curar depois disso, vadia – disse Thurxanthraxinzethos - afinal, você vai ter que me compensar pelas cem virgens que me fez perder.
- Chega! – gritou uma voz vinda de longe, seguida por um poderoso relâmpago que explodiu contra as costas de Thurxanthraxinzethos. Era Aramil, e ele estava totalmente visível.
Como todo mago que viveu tempo o bastante para ser considerado experiente, Aramil era extremamente cauteloso; antes de adentrar a enfraquecida barreira que outrora guardava o trono do rei Karanthir, ele se tornou invisível, e caminhou por locais onde a vegetação era alta o bastante para ocultar a tênue trilha de sangue que seu ferimento no abdômen estava deixando. Ele se sentia tonto, seria difícil conjurar suas magias e sabia que dentro de poucos minutos perderia a consciência. Ainda assim, o orgulhoso elfo sabia que se seus inimigos levassem a cabeça do rei Karanthir (Aramil não era otimista ou tolo a ponto de ter esperanças que o rei dos elfos silvestres ainda estivesse vivo), um ritual nefasto seria completado e um avatar de Gruumsh surgiria trazendo ruína a seu povo. Ele jamais permitiria isto. Secundariamente, por mais que se esforçasse para não admitir, ele também estava preocupado com o destino de seus companheiros não elfos.
Realista como era, e vendo o estado da floresta, Aramil estava preparado para o pior. Mesmo assim, se surpreendeu com o que viu quando atravessou a barreira.
Oyama estava desacordado, provavelmente morto, com as duas pernas decepadas. Erol havia sido trespassado de cima para baixo com uma lâmina enorme. Bulma estava com o abdômen trespassado, totalmente imóvel. Astreya estava de pé, ao lado do corpo do rei Karanthir, com um semblante sério e seu arco apontado para Thurxanthraxinzethos, que gargalhava compulsivamente.
- Meio humana tola – pensou Aramil enquanto se posicionava melhor para avaliar a situação por completo – este arco vai fazer cócegas nele. Sua única chance são suas canções...
Neste momento, Aramil pôde ver todo o cenário da batalha, e seu aguçado intelecto concebeu em instantes o que poderia ter acontecido ali. Aos pés de Astreya jazia o escudo de Thurxanthraxinzethos e o cajado de cura da barda partido em dois. A garganta de Astreya estava com um imenso hematoma também. O meio dragão provavelmente arremessou o escudo contra a garganta da barda, que por reflexo usou o cajado para se proteger. Assim, Thurxanthraxinzethos se livrou do cajado de cura e das canções de Astreya. Oyama era o único com força e velocidade suficiente para correr rapidamente dali carregando alguém, por isso Thurxanthraxinzethos lhe cortou as pernas. Erol estava morto, mas seu ferimento grotesco não estava cauterizado como os de Oyama ou o de Bulma, o que significava que outra arma enorme havia matado seu amigo. Muito provavelmente, o machado da bárbara. Evidentemente, seu inimigo não era um amador. Quando tentou conjecturar como a bárbara havia tombado, Aramil percebeu que Thurxanthraxinzethos parou de rir e começou a andar na direção de Astreya.
- Você deve estar brincando, não é minha futura concubina – zombou Thurxanthraxinzethos caminhando lentamente em direção a Astreya – vou levar o corpo deste verme para os malditos orcs, e você vem comigo para o meu Harem, junto com a bárbara, se ela sobreviver...
Tomada por grande ódio e repulsa, Astreya disparou uma flecha no meio do rosto de Thurxanthraxinzethos, mas o meio dragão bloqueou o disparo levando seu braço fortemente armadurado à frente. Ela queria gritar ou usar seus encantamentos, mas não podia, pois o ataque do escudo de Thurxanthraxinzethos a impedira de usar sua voz.
- Isso...- gosto das bravinhas, HAHAHAHA – zombou ainda mais Thurxanthraxinzethos, que caminhava devagar pois, pelo que estudara sobre a barda, sabia que ela não fugiria deixando o corpo de Karanthir e seus amigos para trás.
Astreya jogou seu arco no chão e sacou sua cimitarra mágica. Thurxanthraxinzethos parou e começou a gargalhar novamente.
- É melhor eu guardar isto – disse ele em zombaria enquanto embainhava sua poderosa espada flamejante em suas costas – ou vou acabar cortando você no meio sem querer, belezinha.
Neste momento, um raio negro rompeu do nada e atingiu em cheio o peito de Thurxanthraxinzethos. O meio dragão gritou, mas logo se recompôs, com um grande ódio nos olhos.
- Mago desgraçado... – quase me esqueci de você – disse Thurxanthraxinzethos sacando novamente sua espada – não posso te ver, mas quando pegar seu cheiro, você vai ficar pior do que o elfo que sua amiga matou.
- Era meu último raio de desintegração, e era óbvio que o maldito resistiria a ele... – pensou Aramil consigo mesmo - bem, não custava tentar. Agora só há uma coisa a fazer.
- Pense rápido, Astreya! – gritou Aramil enquanto conjurava uma magia.
Neste instante, Thurxanthraxinzethos se virou em direção à voz e arremessou sua espada com grande fúria e precisão. Aramil emitiu um grito terrível, e ainda no ar, a espada de Thurxanthraxinzethos girou e voltou para a mão de seu mestre.
- Humph – resmungou Thurxanthraxinzethos – odeio matar pessoas invisíveis. Nunca dá para ver as tripas ou o sangue espirrando...
Neste momento, Thurxanthraxinzethos se calou. A magia de Aramil havia sido conjurada antes que o mago tombasse.
Aos pés de Astreya, onde jazia o corpo do rei Karanthir, estava o corpo de um inseto, pouco maior do que um besouro das florestas.
- Barda, estou avisando, se você ... – ameaçou Thurxanthraxinzethos.
Inutilmente.
Astreya pisou na criatura esmagando-a completamente. Mesmo que conseguissem reverter o corpo de rei Karanthir à forma original, a cabeça já havia sido irremediavelmente destruída. O ritual não poderia ser completado.
- Rameira desgraçada! Eu iria receber cem virgens por este trabalho! – gritou Thurxanthraxinzethos completamente fora de si enquanto avançava sobre Astreya.
A barda tentou se defender, mas foi inútil. Thurxanthraxinzethos usou a chapa da lâmina de sua espada na coluna de Astreya, quebrando a espinha da barda como um graveto com a força do impacto. Antes que ela caísse ao chão, o meio dragão segurou sua cabeça com a mão e a bateu violentamente contra o chão. Astreya sentiu seu nariz quebrar com o impacto, e não podia sentir nada da cintura para baixo. Thurxanthraxinzethos esmagou a cabeça da barda contra o chão mais uma vez e ela sentiu como se seu crânio fosse romper a qualquer momento.
- Não se preocupe que eu vou te curar depois disso, vadia – disse Thurxanthraxinzethos - afinal, você vai ter que me compensar pelas cem virgens que me fez perder.
- Chega! – gritou uma voz vinda de longe, seguida por um poderoso relâmpago que explodiu contra as costas de Thurxanthraxinzethos. Era Aramil, e ele estava totalmente visível.
Continua dentro de pouco tempo...
Emocionante conto, muito bem escrito pelo sábio Odin. Obrigado Astreya por disponibilizar esta incrível saga para os leitores de teu blog!
ResponderExcluirBom movimento, Aramil! Pelo menos esse cretino do Thur não vai poder completar o ritual. Como gostaria de lançar um Desintegrar (maximizado) nesse covarde draconico.
ResponderExcluirAgora estou mais ansioso para ver como isso termina!
Gostaria de ver se esse meio dragão seria tão corajoso assim comigo!
ResponderExcluirEstou curioso para saber como será o fim dessa contenda. Grande história, Odin!
Obrigada, amigos. Esta foi uma batalha dolorosa e difícil, da qual não tenho prazer de me recordar...
ResponderExcluirEu agradeço por estarem acompanhando nossa história e espero que suas presenças sempre se encontrem nesses salões!
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA, Isso é muito divertido! Podem ter conseguido impedir o ritual, mas a que preço? Erol está morto, Bulma quando acordar devera estar traumatizada pelo que fez, O Oyama está aleijado e tu talvez caia nas mãos de Thurxanthraxinzethos!
ResponderExcluirElvanna foi reduzida a cinzas e o choro das crianças elficas que viram os pais serem cruelmente mortos e violentados na tentativa de defender seus lares me da uma grande alegria e prazer!
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
(Eu achava que tinha que ter as cabeças de 1000 elfos, 1000 anões e a vida de um rei de cada raça oferecida em sacrifício para trazer os avatares ao plano material.)
Não de ouvidos a esse monstro desprezível, Astreya! Pense em quantas vidas foram salvas graças aos esforços de seus companheiros. Mas agora estou muito curioso para ver como vai acabar esse embate horrível.
ResponderExcluirEspero que tu não fiques a mercê desse monstro no final desse combate, amiga Astreya. Tomara que o fim desse monstro seja bem horrível. Parabéns pela historia Odin!
ResponderExcluirObrigada Rhorvals e Selwyna... realmente um de meus maiores medos nesta hora foi ser capturada por este monstro imundo... obrigada por vossas gentis palavras, amigos.
ResponderExcluirBem, ex-Gronark, de uma coisa estás certo: o preço que pagamos para evitar que o ritual fosse completo foi alto, e posso dizer, alto demais. Mas essas tristes mortes trouxeram chance de vida e liberdade a outros milhares. Assim é a vida de combatentes e aventureiros, afinal, e dos reinos que surgem e infelizmente podem cair. Infelizmente, Elvanna foi destruída, mas creio que o reino de Karanthir há de se reerguer.
(Na verdade, é necessária a cabeça - literalmente - dos monarcas élfico e anão para completar o ritual maligno do rei Dragão. Isso acabou por nos ajudar bastante nesta hora. Essa aventura foi uma das mais emocionantes - e sangrentas - que jogamos!).
Extraordinária história.
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