Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A última flor do Lácio

Língua portuguesa
(Olavo Bilac)

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Hoje descobri que dia 5 de novembro é o Dia Nacional da Língua Portuguesa. Aqui vai minha homenagem atrasada a nossa bela língua, a última flor do Lácio.

E para os curiosos, o Lácio (Lazio, em italiano) é uma região central da Itália, berço do Latim do qual várias línguas, como o francês, o italiano e o espanhol são derivadas. Diz-se que o português foi o último idioma a nascer do Latim - por isso Olavo Bilac o chama de "a última flor do Lácio".

E para comemorar, uma autêntica e interessante canção portuguesa!


O Pastor - Madredeus

Para aqueles que, como esta humilde barda, não conseguem entender a letra por inteiro (da-lhe variação linguística), aqui vai ela (e não é que combina com a fantasia que permeia nossos jogos de RPG?):

Ai que ninguém volta
ao que já deixou
ninguém larga a grande roda
ninguém sabe onde é que andou

Ai que ninguém lembra
nem o que sonhou
(e) aquele menino canta
a cantiga do pastor

Ao largo ainda arde
a barcada fantasia
e o meu sonho acaba tarde
deixa a alma de vigia

Ao largo ainda arde
a barca da fantasia
e o meu sonho acaba tarde
acordar é que eu não queria.

10 comentários:

  1. Que legal Astreya, essa canção tem um tom tão épico! :D

    Algum tempo atrás eu comecei a me interessar por música cantada em português português, até baixei CD's de algumas bandas de rock e grunge português, e há muuuuuuuuita música boa no velho continente ^^

    E um parabéns atrasado à nossa língua também! Eu não sabia desse dia... acho que eles deveriam ensinar sobre isso na escola, no lugar de algumas coisas inúteis que são passadas :/

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  2. Concordo contigo, Encaitar.

    Isto é algo que realmente deveria ser ensinado e divulgado no lugar de infindáveis baboseiras que nossas crianças são obrigadas a estudar.

    De qualquer forma, bela canção, lady Astreya.

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  3. Obrigado Lady Astreya por compartilhar toda essa cultura conosco!

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  4. Selwyna, a Bruxa da Rosa Negra9 de novembro de 2010 às 05:23

    Não sabia que o dia 5 de novembro é o Dia Nacional da Língua Portuguesa! Obrigada por se dispor a compartilhar essa cultura conosco, amiga!

    Falando em português, Astreya, tu já leste "A Saga das Pedras Mágicas "de Sandra Carvalho?

    PS: Concordo com Odin! Há muitas coisas que deveriam ser ensinadas nas escolas.

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  5. Ola amigos, obrigada pelas visitas! De fato, nossas escolas possuem muitas carências: com tantos eventos e "semanas culturais" que se fazem em escolas públicas, tenho quase certeza que essa data não foi lembrada nem comemorada em muitos espaços...

    De fato existe muita música de qualidade no velho continente, nobre Encaitar! Tu tens razão. E essa canção tem mesmo um ar épico, por isso a achei muito bela.

    Eu nunca li este livro, Selwyna! Agora fiquei curiosa... a história é interessante?

    Novamente, obrigada a todos pelas visitas e comentários!

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  6. "Lembrai, lembrai, do 5 de Novembro.
    A traição, a pólvora, o ardil.
    Por isso não vejo razão para esquecer
    uma traição de pólvora tão vil."
    (V de Vingança, Allan Moore)

    Ainda não sei exatamente de onde saiu esse poema que homenageia o "herói" inglês Guy Folkes, mas, bom, ele tb fala de um 5 de Novembro.

    Falando em lendários escaldos de nossa amada língua, ainda admiro muito Fernando Pessoa, mas sinto por Drummond nunca ter disputado com ele exatamente. Drummond nunca fez uma epopéia nem nada parecido, embora seja um excelente poeta, ele segue uma vertente bem diferente das de Pessoa e seus heterônimos. Na minha opinião, Drummond come o Pessoa no café da manhã, só q por não ter um estilo tão "épico", ele acaba sendo resumido ao "cara da pedra no meio do caminho".

    E sim, me orgulho muito de ter o Português como língua mãe. Por mais que outros idiomas tenham suas vantagens, o português sempre me parece mais intenso em suas figuras de linguagens e sonoridade.

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  7. "Remember, remember, the 5th November,
    the gunpowder, the treason in plot
    for I can see no reason for a powder treason
    be ever forgot."
    (pra quem preferir o poema original)

    Curiosidade: Por acaso essa música não foi tema da minissérie brasileira (q não assisti, infelizmente, pq acho q foi muito boa) Os Maias?

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  8. Uma enxurrada de cultura aqui no blog da Astreya.
    meus parabéns jovem barda, a qualidade do que se vê aqui vai além do simples RPG, que fica satisfeito em matar alguns orcs e passar de nível.

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  9. Olá amigos, é um prazer que tenham gostado deste pergaminho... Caro Hayashi, gosto de Drummond e Pessoa, mas de fato Drummond sempre parece ser lembrado apenas como o poeta "da pedra no caminho", o que é deveras injusto! No entanto, devo dizer que uma de minhas frases favoritas é de Pessoa: "tudo vale a pena se a alma não é pequena"... E sim, esta canção era a abertura da elogiada minissérie "Os maias", que eu também não acompanhei, mas me lembro da abertura e de que gostava da canção, portanto... calhei de procurá-la no youtube para este pergaminho!

    Obrigada por teus elogios, amigo Gleyson, espero que meus humildes pergaminhos possam mesmo ser uma fonte, ainda que pequena, de cultura como tu disseste! E é certo que os comentários ajudam muito nisso!

    Ah, e adoro V de vingança, hehehehe...

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  10. Não só de Camões vive a poesia lusitana! Belíssimo post!

    RPGames Brasil
    http://rpgamesbrasil.blogspot.com

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