Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

terça-feira, 5 de outubro de 2010

As Crônicas de Elgalor – Capítulo 19: O plano de Aramil



Com grande honra (e dor!) trago-vos esta noite o décimo nono capítulo das Crônicas de Elgalor, sob a benção e a pena de Odin!



Boa leitura e que os ventos da boa sorte estejam convosco...


As Crônicas de Elgalor – Capítulo 19: O plano de Aramil


Por Odin.

Como todo mago que viveu tempo o bastante para ser considerado experiente, Aramil era extremamente cauteloso; antes de adentrar a enfraquecida barreira que outrora guardava o trono do rei Karanthir, ele se tornou invisível, e caminhou por locais onde a vegetação era alta o bastante para ocultar a tênue trilha de sangue que seu ferimento no abdômen estava deixando. Ele se sentia tonto, seria difícil conjurar suas magias e sabia que dentro de poucos minutos perderia a consciência. Ainda assim, o orgulhoso elfo sabia que se seus inimigos levassem a cabeça do rei Karanthir (Aramil não era otimista ou tolo a ponto de ter esperanças que o rei dos elfos silvestres ainda estivesse vivo), um ritual nefasto seria completado e um avatar de Gruumsh surgiria trazendo ruína a seu povo. Ele jamais permitiria isto. Secundariamente, por mais que se esforçasse para não admitir, ele também estava preocupado com o destino de seus companheiros não elfos.

Realista como era, e vendo o estado da floresta, Aramil estava preparado para o pior. Mesmo assim, se surpreendeu com o que viu quando atravessou a barreira.

Oyama estava desacordado, provavelmente morto, com as duas pernas decepadas. Erol havia sido trespassado de cima para baixo com uma lâmina enorme. Bulma estava com o abdômen trespassado, totalmente imóvel. Astreya estava de pé, ao lado do corpo do rei Karanthir, com um semblante sério e seu arco apontado para Thurxanthraxinzethos, que gargalhava compulsivamente.
- Meio humana tola – pensou Aramil enquanto se posicionava melhor para avaliar a situação por completo – este arco vai fazer cócegas nele. Sua única chance são suas canções...

Neste momento, Aramil pôde ver todo o cenário da batalha, e seu aguçado intelecto concebeu em instantes o que poderia ter acontecido ali. Aos pés de Astreya jazia o escudo de Thurxanthraxinzethos e o cajado de cura da barda partido em dois. A garganta de Astreya estava com um imenso hematoma também. O meio dragão provavelmente arremessou o escudo contra a garganta da barda, que por reflexo usou o cajado para se proteger. Assim, Thurxanthraxinzethos se livrou do cajado de cura e das canções de Astreya. Oyama era o único com força e velocidade suficiente para correr rapidamente dali carregando alguém, por isso Thurxanthraxinzethos lhe cortou as pernas. Erol estava morto, mas seu ferimento grotesco não estava cauterizado como os de Oyama ou o de Bulma, o que significava que outra arma enorme havia matado seu amigo. Muito provavelmente, o machado da bárbara. Evidentemente, seu inimigo não era um amador. Quando tentou conjecturar como a bárbara havia tombado, Aramil percebeu que Thurxanthraxinzethos parou de rir e começou a andar na direção de Astreya.

- Você deve estar brincando, não é minha futura concubina – zombou Thurxanthraxinzethos caminhando lentamente em direção a Astreya – vou levar o corpo deste verme para os malditos orcs, e você vem comigo para o meu Harem, junto com a bárbara, se ela sobreviver...

Tomada por grande ódio e repulsa, Astreya disparou uma flecha no meio do rosto de Thurxanthraxinzethos, mas o meio dragão bloqueou o disparo levando seu braço fortemente armadurado à frente. Ela queria gritar ou usar seus encantamentos, mas não podia, pois o ataque do escudo de Thurxanthraxinzethos a impedira de usar sua voz.
- Isso...- gosto das bravinhas, HAHAHAHA – zombou ainda mais Thurxanthraxinzethos, que caminhava devagar pois, pelo que estudara sobre a barda, sabia que ela não fugiria deixando o corpo de Karanthir e seus amigos para trás.

Astreya jogou seu arco no chão e sacou sua cimitarra mágica. Thurxanthraxinzethos parou e começou a gargalhar novamente.
- É melhor eu guardar isto – disse ele em zombaria enquanto embainhava sua poderosa espada flamejante em suas costas – ou vou acabar cortando você no meio sem querer, belezinha.

Neste momento, um raio negro rompeu do nada e atingiu em cheio o peito de Thurxanthraxinzethos. O meio dragão gritou, mas logo se recompôs, com um grande ódio nos olhos.
- Mago desgraçado... – quase me esqueci de você – disse Thurxanthraxinzethos sacando novamente sua espada – não posso te ver, mas quando pegar seu cheiro, você vai ficar pior do que o elfo que sua amiga matou.

- Era meu último raio de desintegração, e era óbvio que o maldito resistiria a ele... – pensou Aramil consigo mesmo - bem, não custava tentar. Agora só há uma coisa a fazer.
- Pense rápido, Astreya! – gritou Aramil enquanto conjurava uma magia.
Neste instante, Thurxanthraxinzethos se virou em direção à voz e arremessou sua espada com grande fúria e precisão. Aramil emitiu um grito terrível, e ainda no ar, a espada de Thurxanthraxinzethos girou e voltou para a mão de seu mestre.
- Humph – resmungou Thurxanthraxinzethos – odeio matar pessoas invisíveis. Nunca dá para ver as tripas ou o sangue espirrando...

Neste momento, Thurxanthraxinzethos se calou. A magia de Aramil havia sido conjurada antes que o mago tombasse.

Aos pés de Astreya, onde jazia o corpo do rei Karanthir, estava o corpo de um inseto, pouco maior do que um besouro das florestas.
- Barda, estou avisando, se você ... – ameaçou Thurxanthraxinzethos.

Inutilmente.

Astreya pisou na criatura esmagando-a completamente. Mesmo que conseguissem reverter o corpo de rei Karanthir à forma original, a cabeça já havia sido irremediavelmente destruída. O ritual não poderia ser completado.

- Rameira desgraçada! Eu iria receber cem virgens por este trabalho! – gritou Thurxanthraxinzethos completamente fora de si enquanto avançava sobre Astreya.
A barda tentou se defender, mas foi inútil. Thurxanthraxinzethos usou a chapa da lâmina de sua espada na coluna de Astreya, quebrando a espinha da barda como um graveto com a força do impacto. Antes que ela caísse ao chão, o meio dragão segurou sua cabeça com a mão e a bateu violentamente contra o chão. Astreya sentiu seu nariz quebrar com o impacto, e não podia sentir nada da cintura para baixo. Thurxanthraxinzethos esmagou a cabeça da barda contra o chão mais uma vez e ela sentiu como se seu crânio fosse romper a qualquer momento.
- Não se preocupe que eu vou te curar depois disso, vadia – disse Thurxanthraxinzethos - afinal, você vai ter que me compensar pelas cem virgens que me fez perder.

- Chega! – gritou uma voz vinda de longe, seguida por um poderoso relâmpago que explodiu contra as costas de Thurxanthraxinzethos. Era Aramil, e ele estava totalmente visível.


Continua dentro de pouco tempo...

9 comentários:

  1. Emocionante conto, muito bem escrito pelo sábio Odin. Obrigado Astreya por disponibilizar esta incrível saga para os leitores de teu blog!

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  2. Bom movimento, Aramil! Pelo menos esse cretino do Thur não vai poder completar o ritual. Como gostaria de lançar um Desintegrar (maximizado) nesse covarde draconico.
    Agora estou mais ansioso para ver como isso termina!

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  3. Imperador Vernard Vardalon, Campeão de Hextor5 de outubro de 2010 às 20:46

    Gostaria de ver se esse meio dragão seria tão corajoso assim comigo!
    Estou curioso para saber como será o fim dessa contenda. Grande história, Odin!

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  4. Obrigada, amigos. Esta foi uma batalha dolorosa e difícil, da qual não tenho prazer de me recordar...

    Eu agradeço por estarem acompanhando nossa história e espero que suas presenças sempre se encontrem nesses salões!

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  5. Tchar'zanek, Deus do Sofrimento e Campeão do Chaos6 de outubro de 2010 às 11:05

    HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA, Isso é muito divertido! Podem ter conseguido impedir o ritual, mas a que preço? Erol está morto, Bulma quando acordar devera estar traumatizada pelo que fez, O Oyama está aleijado e tu talvez caia nas mãos de Thurxanthraxinzethos!
    Elvanna foi reduzida a cinzas e o choro das crianças elficas que viram os pais serem cruelmente mortos e violentados na tentativa de defender seus lares me da uma grande alegria e prazer!
    HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
    (Eu achava que tinha que ter as cabeças de 1000 elfos, 1000 anões e a vida de um rei de cada raça oferecida em sacrifício para trazer os avatares ao plano material.)

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  6. Rhorvals Alhanadel, o Ciclone de Aço6 de outubro de 2010 às 11:10

    Não de ouvidos a esse monstro desprezível, Astreya! Pense em quantas vidas foram salvas graças aos esforços de seus companheiros. Mas agora estou muito curioso para ver como vai acabar esse embate horrível.

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  7. Selwyna, a Bruxa da Rosa Negra6 de outubro de 2010 às 15:06

    Espero que tu não fiques a mercê desse monstro no final desse combate, amiga Astreya. Tomara que o fim desse monstro seja bem horrível. Parabéns pela historia Odin!

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  8. Obrigada Rhorvals e Selwyna... realmente um de meus maiores medos nesta hora foi ser capturada por este monstro imundo... obrigada por vossas gentis palavras, amigos.

    Bem, ex-Gronark, de uma coisa estás certo: o preço que pagamos para evitar que o ritual fosse completo foi alto, e posso dizer, alto demais. Mas essas tristes mortes trouxeram chance de vida e liberdade a outros milhares. Assim é a vida de combatentes e aventureiros, afinal, e dos reinos que surgem e infelizmente podem cair. Infelizmente, Elvanna foi destruída, mas creio que o reino de Karanthir há de se reerguer.

    (Na verdade, é necessária a cabeça - literalmente - dos monarcas élfico e anão para completar o ritual maligno do rei Dragão. Isso acabou por nos ajudar bastante nesta hora. Essa aventura foi uma das mais emocionantes - e sangrentas - que jogamos!).

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