Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

sábado, 13 de novembro de 2010

As Crônicas de Elgalor - Capítulo 24: A ladina, o monstro e o guerreiro.


Bons ventos os trazem, caros aventureiros, visitantes e quem mais vier! Com grande honra trago-vos mais um capítulo das saudosas Crônicas de Elgalor!

Boa leitura e que os ventos da bonança estejam sempre convosco!

As Crônicas de Elgalor - Capítulo 24: A ladina, o monstro e o guerreiro.


Por Odin.



Ao serem teletransportados de Sírhion por Aramil, os heróis chegaram a um pequeno vilarejo abandonado, que fazia divisa entre o Reino de Kamaro e a região inóspita conhecida em Elgalor como as Terras Sombrias.

Segundo as lendas, muitas eras atrás duas divindades de imenso poder se digladiaram ali. Além dos próprios deuses, campeões que representavam a epítome do bem e do mal, da luz e das trevas se confrontaram durante sessenta dias e sessenta noites. O avanço das forças das trevas foi barrado ao fim daquela titânica batalha; o mal não chegou a tocar as areias de Kamaro e o restante de Elgalor, mas corrompeu completamente toda a região onde a guerra ocorreu. Alguns bardos afirmam que as divindades que se enfrentaram foram Corellon e Gruumsh; outros cantam histórias sobre o duelo mortal entre Kord e Erythnul ou entre Heironeous e Hextor. Em Kamaro, é dito que aquele foi o último confronto aberto entre Pelor e Nerull. Ninguém sabe o que ocorreu ali de fato, mas é de conhecimento geral que aquela região está irremediavelmente destruída e corrompida pelo mal.

Apesar da proximidade com Kamaro, o vilarejo onde os heróis surgiram era frio, e a noite pesada e sinistra.
- Hã? – disse Oyama olhando para o céu – saímos de Sírhion no meio do dia. Como pode estar escuro aqui?
- Nesta região – disse Astreya se lembrando das histórias contadas por sua mãe – temos de três a quatro horas de sol por dia. Todo resto do tempo, o céu é escuro com se fosse noite.
- Sinto cheiro de carniça por toda parte – disse Bulma empunhando seu machado e observando estranhas pegadas no solo arenoso – este lugar não está tão deserto quanto deveria.
- Monstros e demônios vivem neste lugar – respondeu Hargor - por isso os humanos partiram. Depois de alguns anos, não havia mais como lutar, ou por que ficar aqui.
- É verdade – confirmou Astreya.
- Sem querer atrapalhar o paisagismo ou as lições de história inúteis de vocês – disse Aramil abruptamente – temos uma caminhada de vinte quilômetros pela nossa frente.
- Que jeito interessante de dizer “estou morrendo de medo, por favor vamos sair daqui” você arrumou agora, Aramil – zombou Oyama.

- Por um lado, sou obrigado a concordar com o arrogante lorde Aramil – ecoou uma voz feminina doce, porém atrevida – vocês estão fazendo barulho demais.
Todos olharam ao redor com armas em punho tentando identificar a origem da voz. Sim, eles iriam encontrar a ladina Tallin ali, mas não sobreviveram a anos de aventuras sendo descuidados e confiando no que apenas parecia certo.
- Se for você, Tallin, apareça – disse Aramil.
- Se não for, apareça também – disse Bulma com um sorriso malicioso no rosto.
De repente, um vulto surgiu de trás de uma pequena cabana destruída. Era uma bela elfa, da altura de Astreya, com os longos cabelos castanho claros e olhos bastante aguçados. Vestia uma bem trabalhada e leve armadura de couro repleta de bolsos e compartimentos.
- Prazer – respondeu a elfa com um sorriso fazendo uma mesura – como vocês realmente parecem ser quem eu procuro, aqui estou eu. Tallin de Sírhion, a vosso dispor.
- Nada mal... – disse Oyama observando a elfa enquanto tentava em vão arrumar um pouco seu cabelo desgrenhado – Sou Oyama, o Flagelo das Feras, bela donzela. Estes são Hargor, Astreya e Bulma. O elfo de vestido aqui é Aramil, mas acho que vocês já se conhecem.
- Oyama... – disse Astreya.
- Sei quem vocês todos são – respondeu Tallin se divertindo com a situação, pois ela realmente gostava da maneira direta e tola como apenas os humanos conseguiam se expressar. Capitão Bheleg e o rei Coran me informaram tudo sobre vocês.
- Tudo? – disse Oyama gargalhando – aposto que não!
- Querem calar a boca e começar a andar, tolos? – gritou Aramil – Tallin, você está criando ainda mais barulho e atraso!
- Não ligue para ele – disse Oyama propositalmente colocando a mão sobre o ombro de Aramil para provocar o elfo – no fundo ele é quase suportável.
- Não se preocupe – disse Tallin – Lorde Aramil não tem muita simpatia por mim.
- Talvez porque você é uma ELFA que parece apreciar mais a companhia de humanos do que de seu próprio povo – respondeu Aramil.
- Basta! – gritou Hargor – chega de discussões inúteis. Temos muito trabalho a fazer!
- Realmente – disse Bulma pegando uma pedra no chão e arremessando com toda força sobre uma sombra entre alguns escombros.

A pedra se chocou contra a madeira entulhada e atravessou-a como uma espada atravessa um manto de seda. Um gritou gutural ecoou das sombras e uma criatura de pouco mais de um metro de altura saltou para frente, com as mãos levantadas.
- Não me machuquem! Não vou lhes fazer mal!
A voz da criatura era ríspida e difícil de ser entendida. Seu corpo era retorcido e sujo; ele tinha poucos fios de cabelo, dentes e nariz tortos e olhos esbugalhados. Suas roupas eram rasgadas e imundas, e fediam a fezes.
- Por Corellon, que criatura abissal é esta? – disse Aramil com extrema repúdia.
- Ele é inofensivo – disse Tallin – ficou escondido o tempo todo desde que eu cheguei aqui algumas horas atrás.
- Eu esperando um demônio de seis braços, e aparece isto – disse Bulma frustrada guardando seu machado – não se preocupe. Não vamos machucá-lo.
- Quem é você? – perguntou Astreya com docilidade – precisa de ajuda?
- Ajuda? – disse Aramil – A única coisa que podemos fazer para ajudar esta... criatura, é matá-la e livrá-la do tormento e vergonha da própria existência.
- Aramil! – gritou Astreya.
- Elfo maldito! – gritou a criatura – você me humilha só porque se acha superior!
- “Se acha superior”? – repetiu Aramil com cada vez mais asco da pobre criatura – eu SOU superior. Até os piolhos de Oyama são superiores a você. Na verdade, eu tenho pena de você. Muita pena.
- Aramil, cale a boca! – gritou Astreya furiosa com o comportamento do companheiro.
- Ignore o elfo tolo – disse Hargor para a criatura – qual é seu nome?
- Me chamam de Morkk, o Grotesco – respondeu a criatura.
- Eu não teria um nome melhor – zombou Aramil.
- Cale-se elfo! – disse Hargor secamente – Morkk, nossa amiga encontrou rastros estranhos no solo. Pareciam pegadas de demônios ou algo assim. Sabe de alguma coisa?
- Um dia e meio atrás – disse Morkk – uma caravana de humanos havia se perdido e chegado até aqui – demônios os perseguiam e teriam matado todos certamente, mas de repente surgiu um guerreiro trajando uma armadura de batalha e portando uma lança. Ele vinha montado em um grande lobo branco, e matou todos os demônios. Depois, partiu para o norte, provavelmente para escoltá-los até alguma estrada.
- E por que você não foi junto? – perguntou Astreya.
- Por que alguém levaria isso - disse Aramil apontando para Morkk com desprezo.

Morkk, desta vez, se enfureceu tanto que sua raiva pelo elfo superou o medo que ele sentia. Ele pegou a pedra que Bulma havia atirado e a arremessou com toda força que tinha contra o elfo. A pedra atingiu a testa de Aramil, abrindo um enorme corte pouco acima da sobrancelha direita.
- Seu maldito pedaço de esterco! – gritou Aramil apontando seu cajado para Morkk.
- Nãããoo – gritou Morkk desesperado ao ver o cajado de Aramil brilhando – um dia ainda vou me vingar de você, elfo maldito – disse ele enquanto corria para a escuridão.
- Aramil, você ficou louco? – gritou Astreya baixando rapidamente a mão do mago que segurava o cajado.
- Me solte, meio humana tola! – respondeu Aramil – eu não iria machucá-lo, apenas assustá-lo!
- Mas chega disto – disse Aramil tocando seu ferimento com a mão enquanto olhava para Hargor e Astreya – ao julgar a expressão de seus rostos, suponho que não irão me curar, não é?
- Supôs certo – respondeu Hargor rispidamente – e eu sinceramente espero que isto infeccione.
- Afinal, como você mesmo disse – zombou Astreya – temos mais de vinte quilômetros de caminhada pela frente. É melhor não “perdermos tempo”.
- Humph! – resmungou Aramil retirando de sua bolsa um pequeno pedaço de tecido e uma poção – não preciso de vocês.
- Hahaha, acho que vou gostar muito de andar ao lado de vocês! – disse Tallin.
- Você é muito bem-vinda – respondeu Oyama – Mas estou curioso com uma coisa: Parece impossível, mas aquele guerreiro que o Morkk descreveu não lhes parecia familiar?

- SE for quem pensamos – disse Hargor – ele irá nos encontrar.
- Mas ele foi para o norte, e estamos indo para o sul – respondeu Oyama.
- Se realmente for ELE – disse Bulma – ele VAI nos encontrar.

2 comentários:

  1. Rhorvals Alhanadel, o Ciclone de Aço13 de novembro de 2010 às 13:44

    O que aconteceu com Aramil me lembra um ditado que meu mestre Chaedrus me disse uma vez; "uma ação sempre terá uma reação"!

    Se eu estive no seu lugar Astreya, também não curaria o Aramil, e tomaria para mim as palavras do nobre Hargor; "e eu sinceramente espero que isto infeccione."

    Parabéns pelo excelente trabalho Odin!

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  2. Pena que não foi o Aramil que morreu na luta contra o Tux...rsrsrsrsrs

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